Sigilo e muito mistério: o que o LANCE! sabe sobre a negociação dos naming rights da Arena Corinthians
Assunto tem tomado conta do noticiário do Timão e acordo parece cada vez mais próximo de um desfecho. Na última quinta, o UOL cravou o negócio fechado e o nome da empresa
Nesta década, o torcedor corintiano tem aguardado ansiosamente pela venda dos naming rights da Arena Corinthians. Entre promessas, quase negócios e frustrações, a espera parecia que tomaria mais alguns longos anos, mas nos últimos dias ela dá sinais de que se aproxima do fim. Acontece que ainda não há oficialização da venda e no clube muita gente segue negando a conclusão do acordo. Sendo assim, o LANCE! vai tentar contar os bastidores dessa saga.
Toda a especulação em torno dessa nova fase da novela dos naming rights da Arena Corinthians começou quando Neto, no programa "Donos da Bola", da Band, informou que Andrés Sanchez já havia fechado o acordo para exploração do nome do estádio alvinegro. Mesmo com a "bomba" na mão, o ídolo da Fiel evitou falar o nome da empresa que teria comprado esse direito.
A partir daí, vários veículos de imprensa passaram a se dedicar a buscar mais informações sobre o tema e, sobretudo, descobrir o nome da marca que irá estampar a fachada do estádio corintiano pelas próximas décadas. No mesmo dia em que Neto soltou a "bomba", o LANCE! buscou apurar com pessoas influentes no clube sobre a possível concretização desse esperado negócio.
A resposta foi parecida com a nota oficial divulgada pelo Corinthians na mesma data, que não negava, mas desconversava sobre o assunto, citando a quantidade de interessados como em outros momentos, mas que não havia nada próximo de assinatura do contrato ou algo do tipo. No entanto outras informações começaram a ser divulgadas, inclusive com nome das empresas.
O LANCE! permaneceu em busca de novas dicas dentro do clube, e o que era uma postura de discurso oficial, mudou de tom e o acerto passou a ser dado como certo, restando apenas a assinatura do contrato e a definição de cláusulas de ambas as partes. Em momento algum, porém, as fontes consultadas cravaram o nome da empresa compradora, mantendo o sigilo.
Foi aí que Andrés Sanchez passou a "brincar" com as notícias, e começou a postar mensagens misteriosas e enigmáticas em seu perfil oficial no Twitter. Em uma delas, no último domingo, o presidente avisou que o acerto estava próximo, mas ao contrário do que vinham especulado, a marca nunca havia sido estampada no uniforme do Timão, descartando algumas empresas.
No dia seguinte, em sua coluna no jornal "O Globo", o jornalista Lauro Jardim afirmou que a companhia favorita no negócio seria a Magazine Luiza. Novamente o LANCE! tentou confirmar a informação e teve como resposta que a marca já foi uma interessada e havia negociado em certa data, porém não houve a confirmação se era esse o nome trabalhado neste momento. A própria Magalu, no mesmo dia, negou qualquer negociação com o Corinthians.
Depois de alguns dias de calmaria, Andrés voltou a atacar e na última quinta-feira soltou mais "dicas misteriosas" em seu Twitter sobre essa negociação. Sendo uma delas depois de o "UOL" ter cravado a informação de que a Hypera Pharma, conglomerado farmacêutico, havia assinado contrato com a Arena Corinthians, algo que o "Máquina do Esporte" corroborou mais tarde.
Mas o que o LANCE! sabe sobre tudo isso?
Até o momento do fechamento desta reportagem, a informação mais concreta que temos é de que há uma negociação em andamento, muito próxima de ser fechada, com valores que se aproximam dos R$ 350 milhões por 20 ou 30 anos de exploração do estádio. Além disso, após dias consultando fontes, a empresa mais citada é a Hypera Pharma, como cravaram os colegas citados acima, mas sigilo e cautela são palavras de ordem na cúpula corintiana e nenhuma das fontes com as quais a reportagem teve contato quis confirmar o acordo.
Por se tratar de um tema com muitas idas e vindas no passado, com um contrato extremamente delicado, que valerá por décadas e dará nome a um dos principais patrimônios do clube, há o temor de que algo dê errado. Embora a ideia seja anunciar o negócio no dia 1º de setembro, aniversário de 110 anos do Corinthians, a prioridade é fechar todos os pontos do contrato, mesmo que não seja possível comunicar o acerto nessa data, ou seja, não há pressa.
Como se trata de ano eleitoral, todo cuidado é pouco. Entre os conselheiros de oposição, há a percepção de que a venda dos naming rights possa ser uma cartada final da chapa Renovação e Transparência para lançar a candidatura de Duílio Monteiro Alves, atual diretor de futebol do Alvinegro, para presidente, ou seja, para suceder Andrés Sanchez, que pertence ao mesmo grupo.
Embora essa novela pareça perto de um final feliz para o Corinthians e seus torcedores, é possível que tenhamos mais alguns dias de mistério, de enigmas e de muito sigilo das partes envolvidas. Resta agora aguardar pelo desenrolar dos capítulos seguintes nos próximos dias. Será que dessa vez a Fiel verá mesmo o nome de uma grande empresa estampada na fachada da Arena?