Vítor Pereira revela conversas com Róger Guedes e diz que o atacante do Corinthians ‘já está diferente’
Em coletiva, treinador do Timão falou que essa será a última vez que abordará sobre a situação do camisa 9
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Em coletiva concedida no CT Joaquim Grava, Vítor Pereira, técnico do Corinthians, tratou pela última vez a questão envolvendo o uso de Róger Guedes na equipe.
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Após o empate por 1 a 1 contra o São Paulo, na sétima rodada do Brasileirão, Vítor disse que não estava sentindo confiança no camisa 9, e cobrou maior entrega do atacante em treinos e jogos.
O técnico lusitano explicou que quando foi contratado, o presidente do Timão, Duílio Monteiro Alves, pediu para ele manter a sua essência, sendo forte nas cobranças aos jogadores. O português disse que após uma série de conversas com o camisa 9, só acreditará no atleta se ele mostrar uma melhor postura durantes os treinos e jogos.
- Vou tentar encerrar esse assunto, porque não sou de novela. Ninguém quer saber de verdade, todo mundo quer polêmica. O que quero dizer é: para o Róger Guedes ou qualquer um, o que Duílio me pediu é para manter a essência: ser exigente. Isso não é negociável. Não é negociável ir para um treino e não se entregar de corpo e alma. Para o Róger e qualquer um deles ter a oportunidade de expressar a sua qualidade, e a qualidade do Róger não está em pauta, mas entrega, compromisso, lutar para ser melhor, mostrar pra mim que quer jogar. Já tive uma, duas, três conversas, ele para mim é como filho, mas tendo até três conversas e não ver mudanças, tem que mostrar com ações - iniciou o técnico.
O treinador sentiu a necessidade de expor publicamente a situação envolvendo Róger Guedes pelas cobranças que recebe, principalmente quando os resultados não são positivos.
- Às vezes fico com a sensação, pelos comentários, que eu é que estou mal. "Não tinha necessidade de expor". Chega uma hora, tem de expor, porque eu que sou cobrado. Se lutar, entregar, jogar onde for, esses vão ter sempre oportunidades. Se não der o máximo, porque está contrariado... O Róger vai ter meu apoio sempre, não ponho ninguém de lado, mas já conversei outras vezes e o resultado era o mesmo.
Hoje, Vítor Pereira enxerga que o camisa 9 entendeu o recado e já vem demonstrando uma nova postura.
- Nós últimos dias, vejo o Róger diferente. Espero que se entregue a causa, tenha compromisso, esteja no seu melhor nível. Temos que respeitar nós próprios e estar no melhor nível - concluiu Vítor Pereira sobre o tema.
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ALTAS EXPECTATIVAS
- Vim para encontrar soluções, mas não quero que se crie expectativas, começar a pôr o Corinthians no topo. Isso é injusto, começa a criar um certo desconforto. Temos que ser realistas, tentar na Libertadores, no campeonato, na copa, vamos tentar estar vivos e na luta. Não nos ponham lá em cima, olhem para a realidade, deixem-nos ir trabalhando e jogo a jogo vamos ver o que somos capazes de fazer. Não vim para o Brasil vender uma ilusão, fazer promessas que não posso pagar. A única promessa que eu posso é dar o melhor de mim, procurar que a minha equipe seja competitiva. Não comecem a elevar as expectativas e colocar a responsabilidade de ter que ganhar do Flamengo, Boca Juniors, Fluminense, em casa, fora, ganhar de toda a gente. As vezes é preciso de pés no chão.
DIFICULDADE EM DISPUTAR O BRASILEIRÃO
- Já disse que este calendário e o ano em especial não permite que uma equipe dispare. Para isso, precisaria de um elenco com três equipes para dar conta. O calendário não promove o bom futebol. Uma equipe que esteja a jogar em um grande nível, vai ter dificuldades no próximo jogo. O Campeonato é muito competitivo, há muitos bons jogadores, de qualidade, e qualquer equipe pode perder pontos em qualquer lado, já percebi. Não é só o calendário, a qualidade das equipes. Em Portugal há três equipes que lutam pelo título, aqui há mais equipes, até pelos primeiros lugares. As outras conseguem tirar pontos porque os estádios estão cheios, a grama não é boa. Campeonato difícil, exigente.
CLÁSSICOS CONTRA O SÃO PAULO NO PAULISTÃO
- Para falar dos clássicos. Primeiro era o São Paulo, tinha três dias de trabalho, se quiserem contabilizar, mas posso dizer que tinha três dias, depois começa a chover torrencialmente no tempo que saí e voltei do vestiário. Depois jogamos outro clássicos com eles, que tiveram mais dois dias de recuperação que nos. Poderíamos jogar esse jogo em casa, acabamos indo para os pênaltis, não vencemos, e esse foi o click que me deu que não poderíamos jogar com o mesmo time três dias depois. Não conseguimos pressionar, jogar. Deu dó porque a equipe queria correr mas não conseguia.
DERROTA NO DÉRBI PARA O PALMEIRAS
- Do Palmeiras foi o jogo mais difícil da minha vida em ponto de vista pessoal, porque acredito que já estava com Covid, não conseguia reagir, tinha dores de cabeça e do corpo. Tentamos recuperar os jogadores e deixar aqui pra jogar a Copa. Tivemos um surto com três, quatro jogadores com gripe, febre, dor no corpo. No próprio dia do jogo o Willian diz que não vai estava bem, Cássio ficou quase desmaiado, tentava aquecer e não conseguia. Além do ponto de vista tático e estratégico, não estávamos bem no ponto de vista físico.
EMPATE NO MAJESTOSO EM CASA
- Esse jogo contra o São Paulo em casa é o primeiro que considero que houve tempo de trabalho para recuperar. O primeiro tempo enfrentamos o São Paulo em outro sistema, em 3-4-3. Foi espelhado pelo São Paulo, mais agressivo e tivemos dificuldades. Corrigimos no intervalo, na parte final o São Paulo teve três situações no mesmo lance, outra de cabeça num cruzamento, mas juntaram-se situações no final que parecia que o São Paulo massacrou. Tiveram oportunidades, reconheci que foi superior, mas o Corinthians foi mais pressionante, ganhamos os duelos. Corinthians no segundo tempo foi mais Corinthians, circulamos a bola, criamos e fizemos gols. Primeiro tempo reconheço que o São Paulo poderia ter feito dois ou três, mas a segunda foi do Corinthians.
AUSÊNCIA E IMPORTÂNCIA DE FAGNER
Fagner é um jogador importante. Se nós temos alternativas ao Fagner para jogar como lateral-direito, é mais fácil. João Pedro lesionou-se em um momento em que o Fagner estava lesionado. Rafael teve o problema com o Internacional, e emocionalmente, desequilibrou um pouco, e não está inscrito na Libertadores. Nós já tivemos que jogar com o Piton na direita, estamos aqui para encontrar soluções. Às vezes, quando não dá para ir de uma forma, temos que tentar outra. Estamo a tentar criar outra solução, com o Mantun, e para mim, ele tem uma capacidade física e de envolver ofensivamente e depois recuperar no posicionamento defensivo. Por isso as mudanças de sistemas. Se não temos lateral-direito, temos que arranjar uma forma de jogar na mesma, com três, se calhar com um lateral-esquerdo, mas sem um lateral-direito. Essa é a procura de soluções, que às vezes nos permitiram a chegar a alguns resultados, como contra o Bragantino, Fortaleza.
WILLIAN
Pra jogar Willian na direita, e Roger na esquerda? Willian é mais forte na esquerda do que na direita, porque corta para dentro, para o pé direito, onde está mais habituado. Mas não que dizer que não posso experimentar o Willian pela direita. E melhorar o nível dele. Estar com condições físicas para dar resposta de jogo. Os adversários batem nele, e ele não rende. Futebol brasileiro é físico, duelos de marcações individuais, e um jogador da qualidade que ele tem, nível superior, vai encontrar soluções para isso, mas o coletivo também precisa melhorar.
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