Conselho gestor do Cruzeiro pensa em transformar o clube em empresa
O CEO da Raposa, Vittorio Medioli, afirmou que o grupo de empresários que está gerindo o time celeste está buscando soluções para sanear as finanças do clube
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Passando pela pior crise de sua história, tanto financeiramente, quanto esportivamente, o Cruzeiro busca alternativas para sair do “fundo do poço” em que foi colocado por gestões temerárias do clube.
Com uma dívida de mais de R$ 700 milhões, rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro, sem dinheiro em caixa, o conselho gestor que assumiu o clube na última segunda-feira, 23 de dezembro, vislumbra tomar algumas medidas que mudarão até a natureza fiscal e comercial da Raposa, como transformar clube em empresa, como já permite a lei brasileira.
O conselho gestor, formado por Saulo Fróes, Vittorio Medioli, Pedro Lourenço, Emílio Brandi, entre outros empresários mineiros de sucesso, trabalham para abrir a “caixa-preta” financeira do clube e achar soluções de curto, médio e longo prazo. E, fazer da Raposa uma Sociedade Anônima como clube-empresa é uma ideia que ganha força nos corredores do Cruzeiro.
-Acredito que, em um prazo relativamente curto, em três anos, voltaremos a ter um clube competitivo, uma situação saneada. Mas não escapa de transformar o Cruzeiro em uma S/A, uma empresa. Aí passa a ter uma responsabilidade diferente- disse Vittorio Medioli.
Medioli, que é o vice-presidente do conselho gestor e CEO do "núcleo dirigente transitório" do Cruzeiro, usou como base para a ideia e fazer da Raposa uma S/A, o projeto lei que tramita no Congresso incentivando os clubes de futebol a deixarem de ser recreativos para se tornaram entidades empresariais.
- O clube é recreativo, e as coisas que aconteceram aqui são injustificáveis. Dentro de uma S/A, poderemos lançar um projeto de uma empresa que vai ser cotada na Bolsa. Não no primeiro ano. Primeiro, fazer com capital fechado. Depois, passar para capital aberto. Inclusive uma parte da dívida pode ser paga ou negociada em cima de participação acionária do novo Cruzeiro. Poderá manter a marca, o acervo histórico do Cruzeiro, mas há uma massa podre que cada vez é mais podre - disse Medioli.
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Além de poder obter novas formas de arrecadação, o modelo clube-empresa pode ajudar no escalonamento das dívidas, ou seja: elas podem ser “congeladas”, ganhar mais prazo para pagamento, dando fôlego financeiro para o clube. De acordo com Vittorio Medioli, uma Cruzeiro S/A poderá criar um novo programa de sócio-torcedor e planejar e a estrutura patrimonial do clube.
-Vamos capitalizar uma nova empresa. Que irá se chamar, me parece que poderá se chamar "Cruzeiro" ou "Novo Cruzeiro". Vamos manter a alma do antigo Palestra Itália e começar mais 100 anos de luta. É refundação, não há outra maneira. São pilhas de coisas que foram mal feitas. Nossa ideia é fazer uma S/A. Já se dispor a comprar ações no capital fechado. Depois abrir o capital na bolsa e acredito que é um lançamento para captar R$ 300 milhões, R$ 400 milhões. Mas não serão para pagar dívida, é para projeto longo- explicou.
Caso o plano de Sociedade Anônima prossiga com o conselho gestor, ele terá de ser aprovado no Conselho Deliberativo do Cruzeiro, com aprovação da maioria dos conselheiros.
O Botafogo terá uma votação nesse sentido para definir se irá ou não se transformar em um clube empresa, sendo o primeiro dos considerados “grandes” a seguir este caminho institucional.
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