Edílson diz que jogadores não ‘derrubaram’ Ceni e atribui rebaixamento ao ambiente político
O lateral também comentou que fez sacrifícios pelo clube ao reduzir seus salários para se adequar à política salarial do time mineiro
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O Cruzeiro está em reformas. E, uma das premissas para que o clube pudesse respirar em suas finanças era a redução drástica da folha salarial, que caiu de R$ 16 milhões mensais para R$ 3 milhões.
Essa queda nas gastos foi possível com o acordo que a Raposa fez com os jogadores do elenco de 2019 que resolveram ficar, caso do lateral-direito Edílson, que falou ter diminuído seus vencimentos em 70% para poder continuar no time celeste. A redução, porém, será paga partir de 2021, quando o clube irá acertar as pendências com os atletas que tem valores a receber do time azul.
-Eu, particularmente, reduzi meu salário em 70% para poder ficar. A grande maioria que ficou do ano passado para cá também reduziu bastante o salário, em torno de 70% a 80%. Então, a gente já vinha ajudando antes. Tudo no que a gente puder ajudar para que o Cruzeiro caminhe normalmente, como nós já fizemos antes, a gente vai tentar se reunir para poder fazer. Essa é a nossa forma de pensar por aqui- disse em entrevista ao Fox Sports.
Edílson também comentou quais foram os motivos que levaram o Cruzeiro a cair para a segunda divisão de 2020: o turbulento ambiente político e interno do clube, com disputas pelo poder, além da saída do técnico Mano Menezes.
- Todo mundo viu o noticiário. Desde maio o Cruzeiro só vinha com notícia ruim fora de campo. Dentro dele, nossa equipe era uma das melhores do Brasil. Tínhamos perdido um jogo só na Libertadores, e o time estava voando. É tentar explicar o inexplicável. A gente olhava para o lado e sabia que só tinha jogador de altíssimo nível, mas acabou acontecendo isso. Eu credito muito essa queda à crise política que o clube viveu. Sem sobra de dúvidas isso atrapalha muito. A gente sempre tenta filtrar, falar que não nos afeta, mas nos afetou sim. A saída do Mano Menezes era um dos nossos líderes, que comandava nosso vestiário, isso também pesou- explicou o atleta, que falou em desgaste do time gerado pelas dificuldades de bastidores.
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- E no final de ano, quando a gente chegou de onde não conseguia sair mais, a gente tentava fazer o melhor, mas não conseguia. Todos os atletas estavam sem confiança e não conseguiam fazer o melhor.
Demissão de Rogério Ceni
Apesar de ser um dos nomes mais falados como artífices da queda de Rogério Ceni em sua breve passagem pela Raposa, Edílson afirma que não houve movimento do jogadores para derrubar o treinador.
- O Rogério, para mim, é um ídolo. É um cara que eu tenho um respeito muito grande pelo o que ele fez no futebol, mas tem coisas que eu não concordo que ele tenha feito. Assim como, de repente, tem coisa que ele não concorda que eu tenha feito naquele momento. Mas é vida que segue. O respeito por um ídolo vai ser sempre gigante. Não tinha panelinha, nosso grupo era unido, não tinha briga e ninguém queria derrubar treinador algum - concluiu.
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