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Estudo sobre dívidas de clubes diz que Cruzeiro levaria 200 anos para quitar todos os seus débitos

O levantamento foi feito pela Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, que também analisou números de outras equipes do futebol brasileiro

Foi o primeiro balanço da administração de Wágner Pires de  Sá, à esquerda, que iniciou o seu mandato em janeiro do ano passado
imagem cameraA gestão do atual presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, vem sendo criticada pelo alto endividamento do clube nos últimos dois anos-(Vinnicius Silva/Cruzeiro)
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Lance!
Belo Horizonte
Dia 03/10/2019
12:36
Atualizado em 03/10/2019
13:08

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Um estudo realizado pela Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados, em Brasília, revelou o tempo necessário que os clubes brasileiros levariam para quitar todas as suas dívidas. Há anos, clubes e órgãos de vários governos, em todas as esferas, vem tentando encontrar meios de zerar o débitos das agremiações, que em seus estatutos, são entidades sem fins lucrativos, mas movimentam milhões de reis por ano.

O dado que mais chamou a atenção foi a conclusão sobre o Cruzeiro. O estudo concluiu que a Raposa levaria 200 anos para quitar todas as suas dívidas, estimadas em R$ 575 milhões, com base no seu balanço financeiro de 2018. O levantamento também esmiuçou as finanças de times das Séries A e B.

O resultado publicado pelo levantamento consideram não só o volume da dívida, mas como elas se originaram, o que vem sendo feito para reduzir déficits e até o modo de gestão de cada time.

O Cruzeiro leva a pior nesses quesitos, inclusive em relação ao seu maior rival, Atlético, que tem uma dívida maior, R$ 652 milhões, mas teria como zerar as pendências em 29 anos.

O estudo foi encomendado à Consultoria Legislativa a pedido do deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ), que é autor do Projeto de Lei para tornar clubes em entidades empresariais, como já prevê a Lei Pelé, criada nos anos 1990. O projeto do deputado cria incentivos para que os clubes deixem de ser associações sem fins lucrativos se tornem sociedades anônimas ou limitadas, abrindo a possibilidade de investimentos externos e sócios nos times brasileiros.

Outro dado do estudo que desfavorece ao Cruzeiro é que a Raposa é o terceiro do país que mais compromete suas entradas de receitas com folha de pagamento. O time mineiro gasta 69% do que arrecada com salários e fica atrás apenas de Sport (75%) e Chapecoense (74%).O Galo gasta com pessoal 53% da receita, segundo o estudo.

Fazendo uma comparação, é como se os clubes fossem geridos financeiramente como o poder público, que tem pouco poder de geração de caixa e ainda gasta quase tudo que arrecada com o funcionalismo. Somente o Estado de Minas Gerais consome 76% do seu orçamento anual para pagamento de salários.

Todavia, o estudo apontou que, mesmo endividados, os clubes brasileiros são atrativos para investidores internos e estrangeiros.

O estudo elaborado pela Consultoria Legislativa tem base nos relatórios “Finanças dos clubes brasileiros em 2018”, feito pela Sports Value, e da "Análise Econômico Financeira dos Clubes de Futebol em 2018", do Itaú BBA.

Confira os anos necessários para que os clubes paguem seus débitos

São Paulo - 2 anos
Grêmio - 2 anos
Palmeiras - 3 anos
Goiás - 3 anos
Flamengo - 3 anos
Vasco - 6 anos
Corinthians - 7 anos
Fluminense - 9 anos
Bahia - 9 anos
Vitória - 10 anos
Sport - 10 anos
Coritiba - 11 anos
Internacional - 11 anos
Athletico-PR - 15 anos
Atlético-MG - 29 anos
Botafogo - 34 anos
Cruzeiro - 200 anos
Santos e Chapecoense - não conseguiriam pagar suas dívidas
Fonte dos dados: Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados

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