O Cruzeiro emitiu uma nota explicando a real situação das dívidas do clube com a FIFA. A Raposa esclareceu os fatos depois do presidente do conselho gestor do clube, Saulo Fróes, comentar que temia até por um possível rebaixamento da time celeste à Série C se a equipe mineira não pagasse R$ 60 milhões até o dia 1º de abril.
Na nota, o clube diz que as dívidas na FIFA , por processos abertos contra o Cruzeiro tem vencimentos até 2022 e não são todos para 2020 como disse Fróes.
Confira a íntegra da nota do Cruzeiro
O Cruzeiro Esporte Clube vem a público para esclarecer sobre as atuais dívidas na FIFA. É de conhecimento de todos que a instituição passa por sérios problemas financeiros, deixados pela gestão anterior, que renunciou em dezembro do ano passado. Desde então, o Núcleo Dirigente Transitório assumiu a administração do Clube, neste momento de transição, para sanar os problemas emergenciais e os de médio prazo, além de trabalhar nas estratégias para os próximos anos.
Uma das questões importantes que a atual gestão tem para resolver são as dívidas com a FIFA, que vão até 2022. No primeiro semestre deste ano, os valores previstos de processos na entidade somam cerca de R$ 25 milhões, enquanto na segunda metade de 2020 os vencimentos giram em torno de R$ 22 milhões.
Em 2021 por enquanto não há processos. A partir de 2022, as dívidas do Cruzeiro na FIFA chegam a quase R$ 5 milhões. Ou seja, estes valores, somados, giram em torno de R$ 50 milhões.
Mas é importante ressaltar que não há uma data única para o pagamento deste valor. Como exposto acima, o Cruzeiro tem vencimentos previstos, em datas diferentes, que juntos alcançam os valores explanados. São dívidas acumuladas em processos há vários anos, e, caso o Clube não cumpra com suas obrigações, é passível sim de penalidades, como por exemplo a perda de 6 pontos na Série B por processo. No entanto, em caso de condenação, o Cruzeiro terá um prazo estipulado pela FIFA para quitar o débito em questão antes que a punição seja de fato aplicada.
O cenário é difícil, desafiador, mas o núcleo gestor não tem medido esforços para encontrar soluções e trabalha em várias linhas de atuação. Uma das alternativas é a renegociação com os clubes envolvidos nos processos e o departamento jurídico do Cruzeiro já iniciou este procedimento, procurando também diferentes aberturas legais. Outra é conseguir empréstimos compatíveis com a capacidade financeira atual, a possível venda de jogadores e o incremento de patrocínios de empresas parceiras.
O programa Sócio Reconstrução, que conta com a adesão dos torcedores para alavancar recursos, é uma ferramenta importantíssima, além da reformulação do programa Sócio 5 Estrelas, que será anunciada em breve.
A Nação Azul, que acompanha e vive o Cruzeiro, pode ter a certeza de que todas as soluções estão sendo buscadas, para que o Clube consiga passar por esta fase difícil, deixada como herança pela má administração de gestões anteriores. E o Cruzeiro precisa, mais do que nunca, do apoio do torcedor nesta fase de transição e reformulação.