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Homem contratado por Perrella confirma trabalho para o Cruzeiro, mas nega ser pai de santo

Reginaldo Muller Pádua afirmou ter recebido R$ 10 mil da Raposa por um serviço prestado a Perrella, mas  negou que seja algo religioso e não revelou o tipo de trabalho realizado

Perrella foi o único membro da diretoria cruzeirense que falou após o jogo com o Palmeiras
Segundo Reginaldo, Perrella o contratou por R$ 10 mil, mas sem especificar (Vinncius Silva/Cruzeiro)

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A história do suposto pai de santo contratado pelo Cruzeiro para ajudar o time a não ser rebaixado no Brasileiro de 2019, teve um desdobramento inesperado. O homem contratado pelo ex-gestor de futebol Zezé Perrella para o serviço religioso negou ser um pai de santo.

Reginaldo Muller Pádua afirmou que não é babalorixá e garante ter recebidos muitas gozações de amigos em Guarapari, no Espírito Santo, onde mora, pelas notícias de que estaria fazendo serviços religiosos para a Raposa.

“Eu não tenho nada contra quem é umbandista, quem é do candomblé. Pelo contrário, tenho admiração e respeito por qualquer crença e doutrina. Mas simplesmente eu não sou, não sei de onde surgiu isso, isso tem me prejudicado. Tenho família, meus filhos, tenho amigos. Não vou falar que é uma discriminação, porque o fato de uma pessoa ser espírita é a crença dele. Temos que respeitar todas as doutrinas e crenças. Mas isso está se tornando alvo de gozações. Agora há pouco passou um amigo perto de mim e falou: ‘opaê’. Me zoando. Isso está me causando problema. Minha filha, que mora em São Paulo, me ligou: ‘pai, o que é isso? O senhor nunca foi bandido, o senhor agora é?’. Eu falei: ‘minha filha, isso foi invenção de alguém, uma calúnia’. Estou com um advogado que vai resolver esse problema pra mim. A fonte deles é mentirosa. Tenho admiração, já fui a centros espíritas como visitante, mas participar de umbanda, de candomblé, nunca participei- disse Reginaldo em entrevista à Rádio 98FM.

Reginaldo Muller Pádua tem 58 anos e atuou como jogador profissional por mais de 20 anos, jogando principalmente pelo Rio Branco-ES, disputando até a divisão principal do Brasileiro, em 1986. Sua vivência no futebol, o levou a conhecer muitas pessoas, incluindo o ex-presidente da Raposa, Zezé Perrella.

-Apesar de nunca ter jogado em uma equipe grande, fui jogador profissional por 18 anos. Joguei em Minas no Tupi, no Democrata de Valadares e por pouco tempo no Juventus de Divinópolis, que era presidido pelo Haroldo Calixto. Conheço várias pessoas- explicou.

Todavia, quando foi indagado sobre o tipo de serviço que prestou ao Cruzeiro, Reginaldo confirmou o pagamento de R$ 10 mil, porém, sem especificar qual o trabalho prestado.

-Prestei serviço ao Zezé Perrella, mas não vou falar qual foi o serviço, porque quem tem de falar é o Zezé. O Cruzeiro não me deve nada. Se estivesse devendo, eu estaria cobrando. O Cruzeiro não me deve nada. Eu nunca tive conversa com o Sr. Wagner Pires, o negócio foi com o Zezé. Só ele pode falar para vocês, não vou falar. Uma coisa eu garanto: não tem nada a ver com esse negócio de pai de santo, de babalorixá, que estão falando que eu sou. Se eu fosse pai de santo, assumiria em qualquer lugar. Mas não sou, nunca fui, e isso está me causando transtorno. São gozações, brincadeiras, colocaram isso na internet, todo mundo sabe disso- contou.

Misterioso, Reginaldo não revelou quais são suas habilidades que são requisitadas por outros clubes brasileiros, além do Cruzeiro.

-Não sou amigo dele ( Zezé Perrella). Conhecer, a gente conhece tanta gente. Conheço Pelé, Ronaldo, esse pessoal todo. Já estive na casa do Ronaldo, mas não sou amigo dele. O Zezé é uma pessoa pública, que várias pessoas conhecem e já estiveram com ele. Mas não somos amigos e nem colegas. Nunca teve isso para ninguém, para clube nenhum. É o que estou te falando, quem vai poder falar isso pra você é o Perrella. Vocês são próximos, são repórteres, têm contato com ele direto. É ele quem pode falar se foi para isso ou aquilo, para fazer macumba, para contratar jogador, para pagar dívida. A única pessoa que pode falar é ele-disse, para em seguida falar dos R$ 10 mil recebidos.

-A documentação já saiu na internet. Fiz um trabalho para ele e fui pago por isso. Não neguei. Agora, a minha indignação é colocar títulos que nunca existiram e talvez nunca vão existir. É isso que está me incomodando- contou sem dar qualquer pista sobre a natureza do trabalho.

-Foi um serviço prestado pelo Zezé Perrella em benefício do Cruzeiro. Acho que se fosse diretamente para o Cruzeiro, não tenho contato com ninguém do Cruzeiro. Não conheço esse tal de Benecy e nem com o presidente Wagner Pires de Sá. Conversei com o Zezé, a gente combinou. Agora vou falar: não tem nada a ver com negócio de pai de santo e babalorixá-contou.

O ex-presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, ainda não se pronunciou sobre o caso, que relatou mais uma parte do ano catastrófico da Raposa em 2019. que culminou na maior crise de sua história e em um inédito e vexatório rebaixamento à segunda divisão.

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