‘Não tínhamos qualidade para brigar pelo acesso’, reconhece Felipão
Treinador do Cruzeiro foi taxativo quanto à qualidade do elenco celeste que disputou a Série B do Brasileiro
Após derrota por 1 a 0 para o Juventude, neste sábado, 16 de janeiro, em Caxias do Sul, pela 35ª rodada da Série B, o Cruzeiro não tem mais qualquer chance matemática de ir para a Série A de 2021. A Raposa, com 44 pontos, só pode chegar a 53 pontos, os mesmos que o time gaúcho tem no momento, faltando nove pontos em disputa.
E, o duelo contra o time de Caxias do Sul foi uma síntese da performance errática que a Raposa teve na Série B. O comandante do time mineiro, Luiz Felipe Scolari, fez um diagnóstico duro: o time não tinha a qualidade que imaginava e que dois, ou três jogadores tem dificuldade em compreender suas instruções.
- Estamos tentando tirar (mais do time), fizemos trabalho toda a semana, trabalhos com afinco, correção, ensinamentos, mas ensinamentos, às vezes, não tão captáveis assim, principalmente para dois, três jogadores, que têm tido atuações que deixam a gente muito preocupados. Acontece um erro, porque, até os 20 minutos, o Juventude não tinha uma bola dominada. Tivemos um deslize no lado esquerdo e tomamos o gol. Não estou entregando nada, não estou fazendo nada diferente do que fazia. Apenas que estou tentando acrescentar algo, que será um pouco mais difícil para alguns jogadores esse ano e, quem sabe no futuro, para esses jogadores-disse.
O “problema” citado no lado esquerdo se refere ao lateral esquerdo Matheus Pereira, que fez o pênalti em Capixaba, no primeiro tempo, que gerou o gol da vitória do Juventude. O jogador foi substituído no intervalo.
- Penso que o domínio de jogo foi do Cruzeiro, mas não tivemos qualidade no passe final, no cruzamento final, na finalização. Mas o domínio foi todo do Cruzeiro, desde o início do jogo, até quando sofremos o pênalti, em situação altamente estudada, falada. Acho que foi um dos bons jogos do Cruzeiro, mas somente tivemos isso, arremate final. Por causa disso, não conseguimos fazer o nosso gol-comentou Felipão, que seguiu “dissecando” a equipe azul, revelando que este grupo não tem condições de brigar pelo acesso. A fuga do rebaixamento já foi a grande conquista da Raposa no campeonato.
- Tivemos a oportunidade de sonhar com mais, mas não temos qualidade para sonhar com isso. Temos que saber dimensionar onde podemos chegar, neste momento. Tomara que possamos chegar no próximo jogo, sair da situação que aflige, para que cumpra o papel, que é tirar o Cruzeiro da Série C. Nove vezes o Cruzeiro esteve na (zona do rebaixamento para) Série C, e não entrou mais. Tomara que a gente consiga tirar da Série B. E, como aconteceu o ano, do jeito que tudo procedeu, é uma grande vitória-completou.
FALTAM SÓ TRÊS RODADAS PARA O FIM DA SÉRIE B, CONFIRA A TABELA!
A falta de qualidade do elenco cruzeirense é algo sabido pela diretoria e pela comissão técnica segundo o treinador.
- Falta-nos a qualidade em determinadas situações de jogos. Somos sabedores, já notamos, vimos, conversamos com a direção e conversamos com os nossos atletas também. Determinadas situações, temos bola dominada e não conseguimos fazer: passe, chute e interceptação. Essas coisas é que vêm nos tirando pontos para ficar distanciados, tranquilos. Nós, quando começamos, sabíamos que tínhamos deficiência, mas não tão acentuadas como tem sido apresentadas-explicou Felipão, que quando foi questionado sobre o emocional do grupo, voltou a falar da fragilidade técnica do Cruzeiro.
- Emocional poderia prejudicar mais, quando tínhamos chances. Não temos chance mais de classificação, só de fazer bom campeonato até o final, sair do sufoco da Série C, que estamos enfrentando desde a chegada, melhoramos e depois voltamos. E, muitas vezes, não é o emocional, muitas vezes é a qualidade final. Temos que aprender tudo com isso para não cometer os erros. Só isso-concluiu.
O Cruzeiro volta a campo no Independência, no dia 20 de janeiro, quarta-feira, às 21h30, contra o Operário. A Raposa ainda busca confirmar 100% sua permanência na Série B, pois tem um risco pequeno de rebaixamento ainda.