O novo comitê gestor do Cruzeiro, formado por conselheiros, nem começou a trabalhar e já tem a primeira polêmica, além de baixa de um dos seus membros. O conselheiro Giovanni Baroni, que foi um dos seis nomes anunciados integrar o conselho gestor, que vai ajudar a gerir o clube até o fim do ano que vem, foi afastado pelo presidente do conselho e atual gestor do futebol, Zezé Perrella.
Um áudio que circula em grupos Whatsapp que tem integrantes da diretoria Cruzeiro. tem a fala de Baroni comunicando que foi afastado do cargo por Perrella.
- Pessoal, o negócio é o seguinte. Acabei de receber uma mensagem do Zezé Perrella, um áudio. Ele vai colocar outra pessoa no meu lugar lá no conselho, devido às pressões que ele teve aí em relação à reportagem que eu dei aí no Globo Esporte. Tá bom? Então, estou anunciando no grupo aí que não faço mais parte do conselho gestor. Um abraço para todo mundo - disse Baroni no áudio.
A assessoria de Zezé Perrella confirmou que Baroni não faz mais parte conselho gestor, mas não há um novo nome para substituí-lo.
Em entrevista ao site GloboEsporte.com Baroni explicou os motivos de estar no grupo "Cruzeiro Pró-Transparência", que fez oposição à Wagner Pires de Sá e sua gestão.
Baroni fez duras críticas à diretoria da Raposa, como problemas administrativos, ações autoritárias e até das demissões de funcionários e dos "apadrinhados" dentro da atual gestão.
-Tem pessoal da administração que recebe R$ 80 mil por mês, e o clube não tem condição de pagar isso. E a lei trabalhista não permite abaixar o salário. Então, essas pessoas terão de ser desligadas, porque o Cruzeiro está numa situação frágil financeiramente, porque não tem condições de cumprir os acordos realizados com o ex-vice-presidente de futebol Itair Machado. Sou a favor da meritocracia. Comigo, na minha empresa, só trabalha quem tem capacidade. Não vou entrar no Cruzeiro pensando em outra situação. Os cargos apadrinhados serão revistos. O Cruzeiro também não tem condições de bancar os salários que foram atribuídos a essas pessoas. Tanto não tem que todo mundo sabe que os salários estão atrasados. Aquele que quiser e tiver capacidade de contribuir com o Cruzeiro e com um salário de mercado, talvez seja reaproveitado. O restante, se não quiser, tem que sair - disse Baroni, em entrevista ao GloboEsporte.com.
As declarações de Baroni geraram desconforto interno, já que os caciques do Cruzeiro tentam se entender para manter o ambiente do clube em paz, devido à grave crise institucional e financeira que a Raposa vive em 2019. Na próxima semana um novo nome poderá assumir o cargo no conselho gestor do Cruzeiro.