Presidente interino do Cruzeiro nega chance de eleições à distância
José Dalai Rocha, que também é presidente do conselho da Raposa, rechaçou a ideia do pleito no clube ser realizado sem a presença dos votantes
Com o futebol parado, o noticiário dos bastidores e da vida política do Cruzeiro ganha espaço para o torcedor. E, com o cenário nebuloso, tentando se reconstruir, a Raposa busca entendimento interno para as eleições deste ano, quando escolherá um novo presidente após o encerramento dos trabalhos do conselho gestor, que deixará a condução do clube.
E, as eleições no Cruzeiro geram discussões intensas, pois há o desejo da oposição de realizar dois pleitos, em maio e no fim do ano, para um mandato-tampão e o outro definitivo para o triênio 2021 a 2023. Outro ponto polêmico, criando mais atrito é a forma do pleito: presencial ou à distância, por voto eletrônico.
Porém, o presidente interino do clube, José Dalai Rocha, rechaçou a possibilidade das eleições serem disputadas de forma não-presencial para o pleito marcado para maio, caso ele ocorra de fato.
Dalai Rocha divulgou carta à imprensa explicando os motivos não haver chance de uma eleição feita sem a presença dos votantes. O presidente da Raposa disse também que a pandemia de coronavírus afetou o cronograma político cruzeirense.
-Tão logo as autoridades sanitárias do Brasil nos liberem do confinamento, marcaremos as eleições gerais. Se isto ocorrer em tempo razoável para realizarmos as eleições também para o mandato tampão, faremos. Se as circunstâncias de tempo e oportunidade não recomendarem duas eleições, faremos apenas uma, com posse antecipada - disse José Dalai Rocha
José Dalai Rocha aproveitou sua fala para ironizar o candidato da oposição, Sérgio Rodrigues, que disse ser possível a realização de duas eleições no clube, neste ano, mesmo que à distância.
-Estados Unidos, China, Rússia, Inglaterra, Alemanha, o mundo inteiro está confinado. Alguém tem de avisar ao candidato obstinado que o Barro Preto também está confinado-disse José Dalai Rocha.
Confira a carta na íntegra
Em fins de dezembro do ano passado, com a renúncia da diretoria anterior, o plano era apagar os incêndios, pagar as emergência, colocar um mínimo de ordem na casa para, enfim, preparar as eleições gerais para maio. Um novo presidente para o Cruzeiro, dois vices e nova mesa diretora do Conselho Deliberativo. Em março/abril, a primeira parte da reforma do Estatuto, após amplo debate de todos os cruzeirenses interessados.
Este era o plano.
De repente, um vírus põe o mundo de cabeça para baixo.
Estados Unidos, China, Rússia, Inglaterra, Alemanha, o mundo inteiro está confinado. Alguém tem de avisar ao candidato obstinado que o Barro Preto também está confinado.
A prioridade A, no mundo e também no Cruzeiro, é salvar vidas humanas inclusive e principalmente nossos Conselheiros.
Se não podemos reunir presencialmente quatro diretores, como vamos reunir 400 conselheiros numa Assembleia?
Quem está tão interessado e apressado em "salvar" o Cruzeiro, una-se aos que já estão fazendo isto desde o fim de dezembro passado. Venha nos ajudar a quitar aqueles compromissos que nos envergonham e que, se não resolvidos, podem nos atirar ainda mais para baixo.
Precisamos, ao nosso lado, de todos que querem o bem do Cruzeiro.
Tão logo as autoridades sanitárias do Brasil nos liberem do confinamento, marcaremos as eleições gerais. Se isto ocorrer em tempo razoável para realizarmos as eleições também para o mandato tampão, faremos. Se as circunstâncias de tempo e oportunidade não recomendarem duas eleições, faremos apenas uma, com posse antecipada.
E para evitar "fakes news eleitorais" que se registre de uma vez por todas que nosso Estatuto exige voto presencial nas eleições para presidente. Veja-se:
Art.23
Parágrafo segundo - o voto é secreto, pessoal e intransferível. Deve ser manifestado através de cédula, que será colocada em envelopes fornecido e rubricado pelo presidente do Conselho Deliberativo e depositado em urna indicada pelos componentes da mesa, ou por sistema eletrônico de votação.