Robinho e Cruzeiro não entram em acordo e disputa será resolvida com a sentença da juíza do caso
O meia quer a sua rescisão de contrato para acertar com outra equipe, além de receber o que a Raposa ainda lhe deve
A semana do Cruzeiro teve dissabores. Além da saída do clube na luta pelo título Mineiro, a Raposa está tendo de lidar com contratempos na esfera judicial. O meia Robinho e Cruzeiro, que estão em disputa na Justiça do Trabalho, tentaram entrar em um acordo, porém sem uma conclusão após audiência virtual na 3ª Vara de Trabalho em Belo Horizonte. Sem a concordância das duas partes, a decisão da rescisão pedida pelo jogador será expedida pela juíza do caso.
A falta de acordo se deve à falta dos representantes do Cruzeiro na audiência, que ocorreu nesta sexta-feira, 31 de julho.
Dispensado pelo Cruzeiro no dia 5 de junho, o meia Robinho acionou a Justiça do Trabalho contra o clube. O jogador quer uma liminar que reconheça que sua rescisão do contrato com a Raposa foi feita de forma unilateral por iniciativa do clube, com data de 5 de junho de 2020, dia da divulgação da nota oficial sobre as saídas Robinho e do lateral-direito Edilson.
Robinho quer com essa ação, ser liberado do seu vínculo com o Cruzeiro para poder acertar com outra equipe, pois o seu contrato iria até dezembro de 2021 e ainda não houve a rescisão confirmada pelo BID da CBF.
- Por aspectos financeiros, de forma unilateral, rescindiu o contrato de trabalho do Autor em 05/06/2020, tendo, inclusive, tornado pública a rescisão no seu site oficial. Ocorre, no entanto, que embora o contrato de trabalho do Autor tenha sido rescindido, até a presente data a rescisão não foi formalizada, provavelmente em razão da delicada situação financeira do Clube (para não se pagar as verbas rescisórias), o que impede o Autor de firmar novo contrato de trabalho, bem como impede que o Autor obtenha novo emprego para a sua manutenção e da sua família - diz a petição de Robinho.
Uma nota oficial emitida pelo Cruzeiro no dia 5 de junho, sobre a dispensa do meia e do lateral Edílson do clube, foi registrada em cartório e anexada ao processo aberto pelo jogador.
Confissão de dívida e novo contrato
Robinho chegou ao Cruzeiro em 2016, vindo do Palmeiras e seu primeiro contrato iria até o fim de 2019, quando a diretoria, em julho do ano passado, renovou por mais duas temporadas, com encerramento no fim de 2021.
Com esse novo acordo, segundo os autos do processo, o Cruzeiro tinha pendências financeiras no valor R$ 2.169.792,10 com o jogador, já que o novo contrato só teria validade a partir de janeiro deste ano.
Esse cenário, mais a frágil situação financeira do Cruzeiro, gerou um acordo entre as partes, de uma assinatura de confissão de dívida do clube com o atleta e ainda aceitar parcelamento dessa dívida. No processo diz que Robinho foi obrigado a assinar o "Instrumento de Confissão de Dívida e Repactuação de Débitos".
A dívida do antigo contrato foi parcelada da seguinte forma:
- R$ 1.792.348,86 em 20 parcelas mensais de R$ 89.617,44, a partir do dia 10 de abril de 2021;
- Depósito de R$ 377.771,38 na conta vinculada ao FGTS do jogador até 30 de dezembro de 2021.
Outra dívida do Cruzeiro com Robinho se refere ao novo contrato, que previa um valor mensal de salários em torno de R$ 450 mil. Só que o jogador e outros atletas assinaram uma redução salarial para ficar no teto do clube, R$ 150 mil, devido a crise financeira da Raposa. A defesa do meia indicou no processo que os R$ 300 mil da diferença entre janeiro e dezembro deste ano também seria parcelada.
“A diferença total bruta apurada de R$ 3.900.000,00 durante o período de 01/01/2020 e 31/12/2020, será recomposta e quitada pelo Cruzeiro ao atleta em vinte parcelas mensais, fixas e consecutivas no valor bruto de R$ 195.000,00, iniciando-se o pagamento em 10/04/2021 e as demais nos mesmos dias dos meses subsequentes.”