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Saulo Fróes vê ‘gás novo’ em Sérgio Rodrigues e diz que Adilson Batista não era da’primeira prateleira’

O ex-presidente do Conselho Gestor falou para o Tropeirãocast, fez um balanço do trabalho na Raposa e espera que o cenário político não influa de forma negativa no clube

Saulo Fróes diz que teme até outro rebaixamento da Raposa caso as dívidas na FIFA estejam quitadas
imagem cameraSaulo demonstrou confiança na condução de Sérgio Rodrigues na gestão do Cruzeiro-(Bruno Haddad/Cruzeiro)
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Lance!
Belo Horizonte
Dia 08/06/2020
20:34
Atualizado em 08/06/2020
21:14

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Em entrevista ao Tropeirãocast, produzido pela Valinor Conteúdo e veiculado no LANCE! e em todas as plataformas de podcast, o agora ex-presidente do Conselho Gestor do Cruzeiro, Saulo Fróes, fez um balanço da passagem dos membros do conselho pelo clube. A entrevista completa será veiculada na edição especial do podcast, nos próximos dias.

Fróes foi amistoso com o novo presidente do clube, Sérgio Rodrigues, desejando-lhe sorte e firmeza na condução do clube, mas fez uma ressalva: que não haja interferências políticas no seu mandato, para que ele consiga dar seguimento no trabalho e reerguimento da Raposa.

O ex-madantário assumiu o clube celeste com os demais membros do conselho gestor em dezembro de 2019, com a árdua missão de reduzir os danos causados por gestões anteriores do clube. Com a eleição de Sérgio Rodrigues, há uma nova esperança de renovação interna que reflita no dia a dia do Cruzeiro.

-O novo presidente,Sérgio(Santos Rodrigues), chegou cheio de gás, e vamos ver se ele continuará nessa trilha de reerguer o Cruzeiro. Ele até não fala em reerguer, mas construir um novo Cruzeiro. É uma situação mais favorável que ele tem no momento, do que a que encontramos, pois o clube agora tem um norte a seguir-disse Saulo.

Eleições não eram necessárias, mas teve um lado bom

Um ponto relevante destacado por Saulo Fróes foi a eleição no Cruzeiro, que escolheu o presidente e membros da mesa diretora do Conselho Deliberativo. Para Fróes, havia um sentimento nos membros do Conselho Gestor que o ideal seria seguir com o trabalho até o fim do ano,quando já havia eleições agendadas para escolher a diretoria e presidência do conselho no triênio 2021-2023.

Ele cita e critica a condução do pleito para o conselho deliberativo, que na sua visão, não foi a melhor escolha para o clube. A chapa de Paulo Pedrosa foi eleita, gerando controvérsia interna e ainda nos torcedores, que veem no atual gestor dos conselheiros uma herança das gestões que lesaram o clube nos últimos anos. O conselho apoiava Giovanni Baroni. Pedrosa foi publicamente contra a Kroll, empresa que fez uma profunda auditoria no clube, levantando toda a situação real da Raposa, assim que foi eleito presidente do conselho da Raposa.

- Eu acho que se o conselho gestor continuasse até o fim do ano,já que não tinha qualquer interesse em seguir após as eleições, poderia ter consolidado mais o clube, pois teríamos mais conhecimento das situações do Cruzeiro. Evitaria essas coisas políticas que aconteceram, como a eleição tumultuada, já que essa chapa que foi eleita não era a melhor para o clube-disse, para em seguida, fazer um contraponto e reforçar que o maior problema político do Cruzeiro vem do Conselho Deliberativo.

-Por outro lado, pode ter sido bom o clube ter uma nova gestão, já que o Sérgio está com gás novo, novas ideias.Eu só espero que não tenha influências políticas no trabalho dele, apesar de ter apoio de ex-presidente e tudo mais. Esperamos que ele siga o caminho e o planejamento por ele estipulado, sem que haja interferências. O Cruzeiro ainda tem muitos problemas políticos e eles vêm principalmente do Conselho Deliberativo-explicou.

Adílson Batista não era treinador da “primeira prateleira”

Quando a conversa se encaminhou pelos tropeços dentro de campo e as dificuldades que o futebol profissional apresentou, Saulo Fróes contou que houve momentos de menos atenção com o time, já que a maior preocupação do conselho no início de atuação era conseguir recursos para os compromissos imediatos da Raposa, que vivia uma situação “quase insolvente” financeiramente.

-A parte de futebol foi uma parte delicada. Nós não tínhamos experiência no dia a dia. E é algo que requer uma certa “malandragem. No bom sentido. Nós sofremos no início. Já chegamos com um técnico escolhido(Adilson Batista fora confirmado no cargo para 2020 no fim de 2019 pelo então gestor do futebol, Zezé Perrella). E, foi uma coisa que tivemos de lidar. Talvez, ele não fosse o nosso técnico. Tivemos de aceitar. E vieram várias críticas por não olharmos o futebol direito. Mas, o treinador tinha uma multa muito alta, algo inexplicável. E, com todo respeito que merece o ex-técnico, ele não é um  nome da primeira prateleira-disse Saulo para em seguida detalhar que Adilson Batista estava longe de ser o nome ideal do conselho gestor para conduzir o Cruzeiro em 2020. Ele questionou derrotas no Mineiro, para o Coimbra(1-0) e para o CRB, pela Copa do Brasil(2-0), em pleno Mineirão.

-Os resultados dentro de campo mostravam isso(que Adilson não era o nome ideal), apesar que no início ele não teve culpa, já que tinha dia que havia 12 jogadores para treinar, precisando de completar com atletas da base que nem estavam propensos a subir. E, na minha opinião e do Conselho Gestor, o salário dele era fora da realidade e que poderia ter sido negociado. Mas, aceitamos e não podíamos mexer depois de escolhido. Como mudar em um técnico depois que ele foi confirmado? Até achamos que ia melhorar, mas logo em seguida veio uma inconsistência do time, apesar da situação que o clube vivia. Os resultados foram desastrosos. Não se pode perder para o CRB dentro do Mineirão, ou para o Coimbra, como aconteceu, com todo o respeito aos clubes-contou Fróes, explicando uma dificuldade em dar mais atenção ao dia a dia do futebol. 

-Quando nos entramos, estávamos tão desesperados para arrumar dinheiro para pagar os atrasados, para colocar o “trem de volta aos trilhos”, que acabamos desfocando um pouco do futebol. Sofremos com a saída do Pedrinho, que ficou tenso com a situação do clube. Ele contratou o Ocimar(Bolicenho). O Alexandre Mattos ficou dois dias e saiu. Enfrentamos muitas tempestades e não querendo enaltecer o conselho gestor, mas conseguimos deixar clube mais organizado. É só ver um filme no início e o de agora do Cruzeiro. A parte administrativa ainda exige muita atenção, mas o Sérgio hoje pode ir na Toca da Raposa e olhar mais para o futebol. O clube de hoje é um clube organizado-finalizou Saulo Fróes.

A íntegra da entrevista será veiculada nos próximos dias no podcast Tropeirãocast.

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