Antes responsável por atuar praticamente como uma espécie de "para-raio" mediante a situação ruim que vive o Figueirense no aspecto administrativo, Hemerson Maria não suportou o mal momento vivido fora das quatro linhas e entregou seu cargo nessa segunda-feira (29).
Na programação original, estava prevista uma atividade para às 15h30 (horário de Brasília) que seria utilizada para fazer os últimos ajustes no time que entra em campo na terça (30) diante do Vitória no Orlando Scarpelli pela Série B. Entretanto, com salários atrasados, os jogadores repetiram a ausência em atividades e concentração em forma de protesto.
Com mais essa paralisação dos trabalhos diários, Hemerson preferiu se posicionar de maneira firme sobre a situação onde a diretoria do Figueirense recebeu duras críticas por sua postura.
- Foi tudo colocado para ele (Claudio Honigman, presidente do clube), mas não há uma solução. Promessas não cumpridas. O Figueirense é um clube que não há respeito, uma maneira que eu não gosto. Já trabalhei em clubes com dificuldades financeiras. As pessoas estão com as mangas arregaçadas e trabalhando em todos os setores. Mas o clube (Figueirense) está definhando, pois as pessoas perdem respeito e credibilidade. É uma série de sentimentos que acontece aqui. Não é decisão tomada agora, em cima da hora. Foi uma decisão bem pensada. Falei com família, amigos e atletas experientes para ver se tínhamos outro caminho. Melhor caminho é romper o vínculo e deixar as pessoas tem poder decisão tomem o rumo aqui, porque do jeito que está é muito ruim - avaliou Hemerson.
- (Motivo da saída é) falta de respeito como a gente está sendo tratado. É a primeira vez que peço demissão. As outras vezes rompemos os contratos por resultados, mas sempre cumpri meus compromissos, pois gosto de trabalho de início, meio e fim. Eu conversei, alertei, lutei e implorei em determinado momento - disse o agora ex-técnico do Furacão do Estreito. O Figueirense tem um grupo de atletas honrados, mas eu como comandante não podia fazer vistas grossas e não me posicionar. Houve uma quebra de confiança e quando isso acontece é melhor deixar o caminho aberto para as partes seguirem. Jogadores e funcionários pediram para que eu ficasse, mas com a atual gestão não tem jeito de continuar - completou.
Hemerson Maria deixa o clube onde chegou ainda em 2019 depois de estar à frente em 34 partidas com 14 vitórias, 14 empates e apenas seis derrotas. Na próxima rodada da Série B, quem vai fazer o papel de técnico do Figueira em caráter interino é o assistente que permaneceu no clube, Márcio Coelho.