ANÁLISE: Flamengo vê recorde de Gabigol, mas expõe seus erros e amarga empate diante do Racing na Libertadores
Rubro-Negro sai na frente, tem momentos nos quais se impõe, mas não aproveita vantagem numérica e fica no 1 a 1 com equipe argentina
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O roteiro parecia pronto: iria incluir Gabigol, recorde e uma vitória mágica no Estádio El Cilindro. Mas, em vez disso, a amargura entrou em cena na forma como o Flamengo cedeu ao Racing o empate em 1 a 1 na quinta-feira (4). As oscilações do Rubro-Negro foram escancaradas no duelo válido pela terceira rodada do Grupo A da Copa Libertadores.
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Após terem tomado as rédeas da partida, os comandados de Jorge Sampaoli viram os donos da casa aproveitarem os espaços e arrancarem um empate que não trouxe nada a comemorar. Estes pontos podem custar caro a um Flamengo que ainda anseia por evolução.
A equipe lidou com um cenário desafiador no início. O jogo era muito picotado, e os rubro-negros pareciam encaixotados na marcação. Cabia a Everton Ribeiro ser a válvula de escape, trabalhando a bola e procurando investidas em especial com Ayrton Lucas.
Quando Hauche abuscou da violência e deixou o Racing com um a menos, o Rubro-Negro foi se impondo mais. Ayrton Lucas e Pulgar se apresentaram de vez e a bola começou a se aproximar de Pedro e Gabigol. O camisa 9 estava longe de seus melhores dias. Gabigol chegou a receber um passe açucarado mas, diante do gol escancarado, finalizou para fora.
Só em momento de oportunismo, seu gol de número 30 na Copa Libertadores aconteceu em um lance curiosíssimo. A cobrança de falta de Erick Pulgar veio mansamente até seus pés. O camisa 10 deixou a marcação de lado, a bola quicou e ele, de canela, mandou para a rede. Foi o fim de sua seca com a bola rolando. O jejum durava desde 15 de fevereiro, contra o Volta Redonda, pelo Estadual.
- Isso aí são coisas de vocês. Para mim, gol é gol. Gol de pênalti, gol de falta, gol de escanteio, gol de bunda, gol com a perna esquerda, gol com a perna direita. Gol é gol. Feliz em ajudar a equipe, uma pena que não foi com a vitória. Isso era mais importante - disse, em entrevista à Conmebol.
Só que o ritmo rubro-negro do fim do primeiro tempo não foi retomado na volta do intervalo. O Flamengo, mesmo com um a mais, perdia o rumo, atuava de maneira burocrática e se arriscava demais. Houve recuos em regiões perigosas que fizeram Santos sair da meta de maneira atabalhoada. O técnico Jorge Sampaoli lançou Arrascaeta e Bruno Henrique (ambos ainda recuperando seu ritmo de jogo) aos 19 minutos, deixando o quarteto de 2019 junto em campo por alguns minutos. Posteriormente, Everton Ribeiro deu lugar a Everton Cebolinha.
O Flamengo, no entanto, vinha desandando naquele momento. A defesa se mostrava vulnerável e dava brechas para o Racing avançar. Até um pisão afobado em uma dividida culminar na expulsão de Wesley e em uma falta frontal. A equipe argentina empatou em um golaço de Oroz.
Ficaram escancarados erros na equipe de Jorge Sampaoli. O Flamengo batia cabeça e surgiam buracos para ataques adversários. Saliadarre era o mais perigoso, exigia o goleiro Santos e chegou a carimbar a trave em uma finalização. Na base do "abafa", Gabigol tentou engatar jogada com Bruno Henrique, mas seu passe saiu errado. O camisa 10 ainda viu um lançamento de Arrascaeta ficar diante dos seus pés, mas ela passou, em chance na qual Thiago Maia encheu o pé e mandou no travessão.
Por mais que o Rubro-Negro tenha "protagonizado" a partida, como diz Jorge Sampaoli, fica claro que a equipe tem ainda a ajustar. Cabe ao Flamengo encontrar a melhor forma de evitar que o meio fique engessado e que a ansiedade frustre os planos rubro-negros na Copa Libertadores. Noites promissoras como a da última quinta-feira (4) não podem deixar como última lembrança a sensação de desperdício.
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