Os dois dias de treinos no Ninho do Urubu foram suficientes para Jorge Sampaoli deixar suas primeiras impressões digitais no time do Flamengo. Como o próprio técnico admitiu após a vitória sobre o Ñublense (CHI), nesta quarta-feira, o desempenho da equipe no Maracanã ainda está distante do potencial, mas já foi possível perceber o caminho que o comandante argentino buscará.
Para acelerar o processo de adaptação, Sampaoli escolheu jogadores que já conheciam o seu método de trabalho de outros clubes: Vidal, Gerson e Marinho. O atacante, que foi o destaque do confronto ao lado de Pedro, confirmou a facilidade que teve para relembrar os tempos de Santos.
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- A confiança com certeza muda. Pelo tempo que eu trabalhei com o professor Sampaoli, (sei) o quanto que ele me ajudou e me ensinou no Santos. Isso me traz confiança e as lembranças de onde ele sempre gostou e me ensinou a jogar, então eu tenho certeza que com o meu trabalho e minha resiliência, que sempre tive aqui no clube, poderei aprender mais e com certeza ajudar - analisou.
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Com a posse de bola, o Flamengo de Sampaoli atuou com Ayrton Lucas e Marinho espetados pelas pontas, dando amplitude ao campo, como é característico das equipes de Jorge Sampaoli. A dupla não por coincidência, foram dois dos jogadores mais acionados pelo time no jogo da Libertadores.
Pela direita, quem apoiou o jogo de Marinho foi Vidal, outro atleta que tem história com Sampaoli e ganhou a oportunidade de ser titular apenas dois treinos depois de recuperar-se de uma lesão. Na saída do Maracanã, o volante chileno celebrou demais a chegada do técnico ao Ninho do Urubu.
Com mais liberdade e à frente de Thiago Maia e Vidal, Gerson deu início a sua recuperação. Foi justamente sob o comando de Sampaoli, na França, que viveu seu melhor momento e fez a temporada mais artilheira da carreira. O futuro da equipe passa por esses nomes, apontou a estreia.
ADVERSÁRIO NÃO É TESTE PARA DEFESA
Com muita intensidade no primeiro tempo e o controle da passe por quase todos os 90 minutos, o Flamengo tem méritos em Santos terminar a partida sem precisar fazer uma só defesa, é verdade. Mas a fragilidade do Ñublense também deve ser reconhecida. Mesmo quando o time da casa errou e ofereceu o campo para o contra-ataque, os chilenos foram incapazes de construir boas jogadas.
Assim, o sistema defensivo que foi mantido com três zagueiros, não foi testado, de fato. Vale destacar as cobranças à beira do campo de Sampaoli, pedindo a subida de Fabrício Bruno e Léo Pereira até a intermediária ofensiva, com David Luiz na sobra, enquanto o Flamengo tinha a posse.
PEDRO BRILHA, GABIGOL FICA DEVENDO
Para quem não viu o jogo, os dois gols já seriam suficientes para Pedro ser um dos destaques. Contudo, a participação do camisa 9 foi muito além das bolas na rede. O atacante, foi, de fato, a referência do setor ofensivo, fazendo o pivô, criando tabelas e permitindo que o jogo do Flamengo fluísse perto da área. Os aplausos ao deixar o campo, nos minutos finais, foram mais do que justos.
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A dupla com Gabigol está em xeque? Uma das principais dúvidas na chegada de Jorge Sampaoli permanece. Neste primeiro teste, o camisa 10 atuou como o homem mais próximo de Pedro, praticamente na mesma linha de Ayrton Lucas e Marinho, com Vidal e Gerson chegando por trás. Houve troca de posições ao longo do jogo, claro, e Gabi buscou participar bastante do jogo, apesar de ter margem para evolução. O primeiro teste, contudo, indicou que a dupla pode, sim, atuar junta.