Como clubes e seleções reagiram a denúncias de manipulação de resultados
Casos polêmicos geram diferentes reações e consequências aos atletas
A investigação do Ministério Público (MP) diante de uma possível manipulação de resultados envolvendo o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, dá fôlego para a discussão sobre a participação de atletas em esquemas iregulares de apostas esportivas e gera, a cada episódio, diferentes reações entre clubes e seleções após as denúncias.
No futebol brasileiro, o público se acostumou a ver com frequência na mídia as investigações movidas pelo MP de Goiás na Operação Penalidade Máxima, que denunciou a manipulação de resultados em partidas de futebol do país. Na longa lista de atletas envolvidos, alguns nomes foram dispensados por seus clubes após a investigação, enquanto outros conseguiram mudar de equipe de competição.
Ainda há outros casos envolvendo nomes ligados ao futebol brasileiro, mas que são investigados fora do território nacional. É o caso de Lucas Paquetá, que atua na Inglaterra.
Caso Bruno Henrique
Na condução das investigações contra o atacante do Flamengo, o rubro-negro afirmou em nota oficial que aguardará o andamento das ações das autoridades e que não tomará nenhuma ação fora do comum. Por isso, Bruno Henrique seguirá integrando o elenco e fica à disposição do técnico Filipe Luís para o duelo contra o Cruzeiro nesta quarta-feira (6).
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Operação Penalidade Máxima
Na maior investigação envolvendo atletas e manipulação de resultados do Brasil, a operação do MP de Goiás teve diferentes desfechos para os difentes atletas. No total, foram cinco atletas banidos do esporte e outros 16 afastados dos gramados entre 360 e 720 dias.
Nomes como Alef Manga, que já havia sido destaque no Coritiba, voltou a atuar com a camisa do clube parananense após a suspensão de 360 dias e chegou a marcar gol pela Série B deste ano. O Santos tomou a mesma atitude e acertou a saída do zagueiro Eduardo Bauermann, que hoje atua no Everton de Viña del Mar, do Chile.
Já o Sport não negociou o lateral Igor Cariús e o atleta voltou a atuar com a camisa do rubro-negro pernambucano após cumprir sua suspensão. Outros nomes como Bryan Garcia, Kevin Lomónaco e Sávio também foram negociados ou dispensados por suas equipes.
Acusações contra Lucas Paquetá
Cotado para integrar o elenco do Manchester City de Pep Guardiola, Lucas Paquetá viu suas chances de atuar pelo clube inglês sumirem após a denúncia de uma suposta participação do meia em um esquema de cartões na Premier League.
Além da postura do City em se distanciar do jogador, a Seleção Brasileira também brecou sua convocação em um primeiro momento, mas Paquetá já voltou a ser convocado normalmente e integrou elenco que disputou a Copa América.
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No West Ham, seu clube, a situação não mudou e o meia se manteve como peça importante na equipe em competições nacionais e internacionais.
Investigações na Itália
O Campeonato Italiano foi palco de dois grandes casos de manipulação de resultados envolvendo clubes e atletas. Um dos grandes nomes da seleção, o ex-atacante Paolo Rossi foi alvo de uma investigação e punição por participar do esquema que ficou conhecido como Totonero.
O envolvimento e a suspensão de dois anos pouco antes da Copa do Mundo de 1982 não tirou Rossi daquele Mundial. O italiano terminou campeão e artilheiro da Copa.
Em 2006, o caso chamado de Calciopoli culminou com o rebaixamento da Juventus e punição de perda de pontos para equipes como Milan, Sienna e Reggina. A Juve viu nomes importantes como Zlatan Ibrahimovic e Fabio Cannavaro deixarem o clube após o rebaixamento do clube.