Filipe Luís admite erro em derrota do Flamengo: ‘Fiz o time jogar pior’
Técnico rubro-negro afirma que tomou decisão 'no caos' para buscar o resultado

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Técnico do Flamengo, Filipe Luís revelou ter tomado decisão fora dos planos da equipe durante a derrota por 2 a 1 para o Central Córdoba nesta quarta-feira (9), pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores. Em entrevista coletiva após a partida no Maracanã, o treinador afirmou que estruturou o time de maneira que não havia sido treinada. Além disso, celebrou o retorno de Pedro.
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— No caos, eu querendo ganhar e arriscar cada vez mais, coloquei muitos jogadores de ataque em posições que muitas vezes não eram as melhores com o sistema de jogo do adversário, e eles não se sentiram confortáveis com isso. Eu mudei a estrutura do time para tentar vencer de uma forma não havíamos treinado. Eu fiz o time jogar pior e sofremos com algumas transições. Muito simples, coisa que eu tenho que corrigir e trabalhar para que não volte a acontecer — admitiu o técnico, acrescentando:
— O Pedro vai trabalhar. Muito feliz por tê-lo de volta, um jogador super importante, diferencial para a gente. Agora, espero que ele possa ter uma sequência de treinamentos, de minutos, para conseguir jogar um jogo todo — completou.
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Filipe Luís assumiu a responsabilidade pelo resultado adverso e pelo desempenho do Rubro-Negro nesta quarta-feira (9). Segundo o treinador, a equipe não fez um bom jogo contra o Central Córdoba.
— Se houve erros técnicos e de desconcentração, isso é responsabilidade minha, do treinador, porque não os coloquei concentrados da forma que deveria. Não acho que tenha sido isso. O que eu acredito é que até o gol estávamos fazendo um bom jogo, com algumas chances — disse o técnico.
— Eles não tinham quase chegado a nossa área. O time estava sendo vertical, da forma que eu estava pedindo. Começamos a acelerar mais, ficar mais ansiosos, e isso é por vários motivos. Mas o principal é que são as minhas escolhas porque sou eu quem escolho a tática e os jogadores que entram em campo.
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— Se algum momento em campo eles não se sentiram confortáveis, ou não achavam soluções, dominando todos os espaços, isso é culpa do treinador. Eu isento eles de toda essa culpa porque se o time não estava concentrado, eu deveria ter feito isso melhor. Mas não acho que foi isso, todo mundo correu bem e não fizemos um bom jogo.
— Não soubemos lidar com um placar adverso e estar atrás do placar instaurou o caos, coisa que eu odeio. Agora vou tentar trabalhar para ter o time sólido como a gente vinha fazendo — concluiu Filipe Luís, técnico do Flamengo.
Escalação inicial do Flamengo
O Flamengo iniciou a partida contra o Central Córdoba sem alguns dos destaques do time entre os titulares. Wesley, Gerson e Pulgar começaram no banco de reservas e entraram no intervalo, quando a equipe já perdia por 2 a 0. Filipe Luís explicou as escolhas para a escalação.
— A escolha dos jogadores que foram a campo foi porque acredito que eram os melhores para vencer a partida. Era um time muito sólido para vencer. Também um plano de jogo para enfrentar esse adversário. Claro que o Erick vem de uma sequência de intensidade muito alta. A intenção era quebrar essa sequência. O Gerson que vem de uma lesão também. Assim como o Wesley. O Varela vinha de uma ótima partida na Venezuela e acreditava que pela transição do adversário era a melhor escolha — explicou Filipe.
— Eu vou ser cobrado pelas minhas decisões e a responsabilidade é unicamente minha. Tomo as decisões com base no que eu sinto que é o melhor para a equipe. Futebol acontece isso, nem sempre a gente ganha e vão sempre falar dos jogadores que não estavam. Não é priorizar, a gente quer sempre ganhar. Se eu tivesse poupado os 11 jogadores como fiz ano passado e ganhado, ninguém teria falado nada. Virão as críticas pelas escolhas que eu tomei e críticas justas — concluiu o treinador do Flamengo, Filipe Luís.
Outras respostas de Filipe Luís após Flamengo x Central Córdoba
Conversa no vestiário
— Não costumo conversar pós-jogo. Temos um jogo domingo, isso é o bom do futebol que tá uma oportunidade nova de poder apagar essa derrota. Dura, meu primeiro jogo de Libertadores no Maracanã, uma festa bonita da torcida, Pedro de volta.
— Realmente é triste por esse lado. Mas são derrotas que acontecem. Não vamos ganhar sempre, infelizmente foi hoje. Espero que eles possam limpar a cabeça o mais rápido possível para poder fazer um grande jogo domingo, o que é muito importante.
Vaias da torcida
— Eu fui e fomos vaiados em outros jogos desde que sou o treinador. Sampaio Corrêa, no Carioca, empatamos em 0 a 0 no primeiro tempo e as vaias vieram. E o Flamengo é isso, normal. Estamos acostumados, amamos estar aqui e escolhemos estar aqui.
— Tem um peso vestir essa camisa aqui. É o clube que mais cobra do Brasil, mas os jogadores e eu estamos preparados para enfrentar. É uma pressão que me desafia, me faz crescer e ser melhor. Com certeza trabalharei mais, estudarei mais para fazer tudo para vencer. E conquistar o carinho da torcida no campo, não com palavras.
Últimas atuações
— Contra o Inter tivemos várias chances de gol, mas não concretizamos. Contra o Táchira, não foi um jogo bom, com certeza, concordo contigo. Contra o Vitória tivemos chances, no segundo tempo também. E hoje até o gol estávamos fazendo um bom jogo e criando chances de gol.
— Não era o nosso melhor jogo, talvez no controle, mas na construção estávamos sendo mais verticais porque eles nos ofertaram espaços, mas não conseguimos aproveitá-los. O que aconteceu é que perdemos o jogo, e quando isso acontece parece estar horrível, ruim e um caos, mas não é. Temos que separar o resultado e ver o que foi feito de bom e ruins, que foram muitas. Meu trabalho é corrigir e trilhar o caminho para jogarmos do jeito que a gente quer.
Ausência de Cleiton e trocas no meio
— Cleiton foi opção técnica, não tem nada ver com contrato. Fui formatar o banco e tinha João e outros jogadores que podem fazer a zaga como Alex Sandro e Varela. Foi opção minha.
— Não tem troca imediata. Imaginei um jogo com força no meio em que precisava ter solidez posicional e parar as transições do Central Córdoba e achei que a melhor opção seria o Luiz porque eles usavam muito as bolas longas. E eu também penso na bola parada e infelizmente tomamos o gol dessa forma, mas a escolha do Everton no lugar do Erick foi por esse motivo. Não estavam fazendo mal jogo, nem ele, nem Varela, nem Juninho. Precisava fazer uma mudança e resolvi trocá-los.
Brasileirão como prioridade
— Isso não é verdade. A Libertadores é tão prioridade quanto o Brasileiro. Só que se poupou muito no Brasileiro nos últimos anos para jogar nas copas. Uma escolha minha, sou eu que escolho quem vai entrar em campo, pensando na fase de grupos da Libertadores que te permite fazer essas trocas, no adversário que vou enfrentar, na sequência de jogos de jogadores e no que vem pela frente.
— Eu tomo as decisões, quando perde é claro que eu vou ser cobrado. É normal. Isso também me faz crescer. Quando vence, tudo parece muito bonito nas escolhas que a gente faz. Quando perde vêm as perguntas. Nenhum jogador vai conseguir estar em todos os jogos da temporada. Posso garantir para vocês. A exaustão chega em algum momento. Tem que pensar na saúde deles.
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Estilo de jogo do Central Córdoba
— Se não me engano, foi a maior posse de bola que tivemos na temporada. 78%. Foi o time que menos teve a posse de bola do ano, não sei se da Libertadores. Eles tentaram jogar contra-atacando, em transição. Os dois pontas eram muito rápidos e ficavam esperando a perda da nossa bola para transitar. Eram perigosos, e assim foi.
— Eu sempre penso que é mais fácil destruir do que construir. Eles têm muito méritos. Eles tentaram fazer uma marcação mais agressiva e nos induziram ao erro muitas vezes porque os espaços estavam ali. Era como se fosse uma armadilha. Forma do adversário jogar foi muito válida, venceram com méritos e agora é mastigar essa derrota.
Luiz Araújo por dentro
— Luiz quando entra comigo normalmente joga na posição que o Gerson joga. A gente não joga com o ponta direito aberto, sim com o esquerda, para liberar o corredor para os laterais. Em alguns momentos mudamos essa estrutura, como foi contra o Táchira.
— Luiz a meu ver tem qualidade e condições para performar na meia, por dentro. Ele é determinante, tem bom último passe e finalização. Treinou a temporada toda nessa posição e vem evoluindo. Virão dias melhores. É um jogador muito importante, polivalente que pode jogar também pela esquerda. Importante ter esses jogadores que podem atuar em várias posições.
Poucas finalizações fora da área
— Concordo com o que você falou sobre chutar pouco, temos muitas chances de chutas e cruzar, mas priorizamos circular. E quando chuta, sempre acontece alguma coisa, mas vai do perfil do jogador. Venho insistindo muito nisso. Sobre mudar, meu trabalho é dar uma estrutura para encontrar os espaços e chegar à área do adversário de forma limpa.
— E lá dar outros recursos e mecanismos para que eles possam decidir. Eu não posso decidir por eles. O gol vai ter momentos que estaremos mais próximos, sem criar, e outros momentos vamos criar e não vamos fazer. Com a volta do Pedro, tenho certeza que ele vai elevar o nível das nossas finalizações.

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