Incêndio no Ninho: Bandeira e outros sete indiciados não são denunciados pelo MP; inquérito volta à polícia
Ministério Público do Rio de Janeiro deu prazo de 45 dias para os investigadores esclarecerem quatro diligências (veja abaixo)
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Na tarde desta quarta-feira, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) repassou à Polícia Civil o inquérito do incêndio no Ninho do Urubu, ocorrido em fevereiro deste ano e que foi responsável por matar dez atletas da base do Flamengo - além de ferir outros três. O MP-RJ não considerou suficientes as provas apresentadas no relatório final da Polícia Civil contra os oito indiciados para denunciá-los à Justiça, de acordo com informações do site Globo Esporte.
Agora, caberá à Polícia Civil, que havia indiciado oito pessoas com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, em junho deste ano, aprofundar-se nas investigações. Entre as pessoas, está Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo até o fim de 2018.
Além de Bandeira, foram indiciados Danilo da Silva Duarte, Fábio Hilário da Silva e Weslley Gimenes, engenheiros da NHJ, Luiz Felipe Pondé e Marcelo Sá, engenheiros do Flamengo, Edson Colman da Silva, técnico em refrigeração, e Marcus Vinícius Medeiros, monitor do Flamengo.
O Ministério Público emitiu um texto oficial, no retorno das investigações à 42ª DP, "pelo prazo de 45 dias para a realização de quatro diligências". São elas:
- Depoimento de Lucia Helena Pereira Damasceno de Lima, gerente da 5ª Gerência de Licenciamento e Fiscalização da Prefeitura. Ela acusa o Flamengo e seus dirigentes de ter colaborado para o resultado do evento, por não ter cumprido o auto de interdição do Ninho do Urubu.
- Depoimento de Fernando Anmibolete, presidente da ASPROCITEC (Associação dos Profissionais de Ciência e Tecnologia). A instituição denunciou que a empresa que construiu os contêineres que pegaram fogo, a NHJ, não estava regularizada junto ao CREA (Conselho Regional de Engenharia).
- Consulta ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) para que seja esclarecido se o mobiliário do alojamento incendiado colaborou para a propagação das chamas e o resultado verificado.
- Elaboração de Autos de exame de corpo de delito indiretos, com base nas informações dos boletins de atendimento médicos (BAMs) das vítimas sobreviventes.
MAIS SOBRE O FATO
O incêndio no alojamento nas divisões de base do Ninho aconteceu no dia 8 de fevereiro e vitimou 10 atletas do Flamengo, de 14 a 16 anos. Três jogadores precisaram ser internados - Cauan Emanuel e Francisco Dyogo já receberam alta médica e voltaram a defender o clube, enquanto Jhonata Ventura, que teve de 30% a 40% do corpo queimado, ainda recupera-se, mas deixou o hospital.
O laudo da Polícia Civil sobre a tragédia aponta que as chamas foram causadas por um curto-circuito em um dos aparelhos de ar-condicionado. O material do revestimento dos módulos permitiu que as labaredas se alastrassem. Tanto o Flamengo quanto as empresas responsáveis pela estrutura e manutenção do alojamento posicionaram-se logo após o ocorrido. Relembre clicando aqui.
Por conta do ocorrido, o Ninho do Urubu foi interditado - parcial ou totalmente - por quase três meses para atividades das divisões de base e também do time principal. Em maio, o clube conseguiu o alvará de funcionamento e regularizou o CT. Foram firmados acordos com o Ministério Público e Corpo de Bombeiros.
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