Em reunião no MP, prefeitura reforça pedido de interdição ao Ninho
Entidade já havia feito o pedido de interdição em 2017, mas não foi cumprido; Fla respondeu a questionamentos pela primeira vez
A vistoria realizada no Ninho do Urubu na última terça-feira constatou algumas irregularidades e, em reunião realizada na tarde desta sexta-feira, entre o Flamengo e órgão públicos, foi apontado que a prefeitura reforçou o pedido de interdição do local, já feito em 2017. Na última sexta-feira, um incêndio aconteceu no local onde funcionava o alojamento das categorias de base, tendo 10 jovens como vítimas fatais e mais outros três hospitalizados - dois já receberam alta médica.
A reunião contou com representantes do Flamengo, Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) e Governo do Rio de Janeiro, por meio da secretaria de Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, e Prefeitura do Rio de Janeiro.
- Nosso objetivo é apresentar as conclusões e pontuar o que acada instituição vem realizando. Na reunião de segunda-feira, foram estabelecidas duas linhas de atuação emergencial. A primeira foi indenização e verificação das condições em que se encontra o CT. A vistoria do Ministério Público verificou ainda irregularidades que foram apontadas pela prefeitura e Corpo de Bombeiros Nessa reunião prévia, a prefeitura disse que o CT está interditado. Bem como os Bombeiros disseram, diante das irregularidades apontadas. No mais, o que podemos dizer é que esses novos laudos que foram elaborados a partir das fiscalizações realizadas na terça-feira foram encaminhados para a secretaria de urbanismo, que provavelmente adotará alguma providência. Segundo o que a prefeitura informou aqui, o CT está interditado - disse Ana Cristina Macedo, Promotora de Justiça do MPRJ.
Rodrigo Dunshee, vice-presidente e vice-jurídico do Rubro-Negro, falou rapidamente após a reunião e ressaltou que a atual gestão assumiu o poder apenas no começo deste ano. Foi a primeira vez que o clube respondeu a questionamentos da imprensa. Após pronunciamento inicial, porém, o advogado se irritou com as perguntas e se retirou, encerrando a entrevista coletiva.
- Convidados por Eduardo Gussem (procurador-geral do Ministério Público), o Flamengo tem comparecido a várias reuniões com dois objetivos: primeiro, e mais importante, a reparação das vítimas e famílias das vítimas. Temos caminhado bem. Na segunda-feira, temos uma nova reunião para este assunto, que é prioritário. Segundo ponto tem a ver com a prevenção de novos acidentes, questões regulamentares. Temos percebido de todas as entidades envolvidas que há o reconhecimento da parte social feita pelo Flamengo. As pessoas não deixam de cumprir o dever, mas há a vontade de fazer com o Flamengo volte a fazer este papel - disse ele, que completou:
- Quero esclarecer antes de mais nada que eu sou vice-presidente jurídico do Flamengo há 30 dias antes desse lamentável acidente. Estamos tomando conhecimento de um ato administrativo, vai sentar para deliberar o que fazer ou não. A alçada de deliberação desses assuntos é o conselho diretor, formado por 16 vice-presidentes e o presidente, isso vai acontecer na segunda-feira. Eu não posso falar da gestão passada, mas posso garantir que o Flamengo tem interesse em atender sempre qualquer requisição das autoridades. A gente está tomando conhecimento principal dessa questão agora, acho que não seria justo exigir dessa gestão já a deliberação imediata de todas as questões.
Na próxima segunda-feira, haverá nova reunião para que alguns parâmetros em relação às indenizações às famílias e vítimas possam começar a serem traçados. O Flamengo se comprometeu a levar documentos que ajudem nos cálculos relativos a possíveis valores.