Mundial de Clubes: Torcedores do Flamengo que estão no Marrocos tentam minimizar a dor no bolso
Prejuízo emocional aumenta quando se põe na ponta do lápis o quanto se gasta para uma viagem intercontinental que perde boa parte do sentido no meio do caminho
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Na cotação do coração, a alegria rubro-negra está em baixa. Abalados pela derrota na semifinal do Mundial de Clubes para o Al HIlal, torcedores do Flamengo que foram ao Marrocos com o sonho de testemunhar a conquista do bicampeonato, tentam diminuir o sofrimento onde o choque de realidade foi mais intenso: no bolso.
Claro que os gastos variam muito, segundo as condições da viagem de cada torcedor. Pesam a antecedência que conseguiu comprar a passagem e reservar o hotel, tempo de permanência no país, deslocamentos internos, passeios programados, alimentação diária... Mas a aventura de cruzar o Atlântico para ver um jogo que pode frustrar todo o planejamento posterior dificilmente custou menos de R$ 10 mil para quem saiu do Brasil. Se foi com mais alguém da família, a conta só aumenta.
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- Minha esposa, que está no Brasil, chegou a ver um voo de Tânger para Madri que sairia nesta quarta-feira: R$ 11 mil. Impraticável! Eu estou tentando fazer contato com a agência de viagens que fechou tudo para mim, para ver se antecipo a volta. Não tem mais o que fazer por aqui. Não tem sentido ficar para ver disputa de terceiro lugar, que, aliás, nem deveria ter - disse Fernando Martins, advogado gaúcho que mora no Rio.
A questão existencial que se impõe agora para muitos é abortar a missão e voltar para casa o quanto antes, talvez minimizando algum gasto previsto até o fim de semana que vem, quando o torneio é decidido, ou assumir o prejuízo calculado.
- Vir nesse tipo de evento é assinar um contrato de risco - disse Luis Soares, torcedor que saiu do Rio de Janeiro, chegou na segunda-feira em Marrakech, viajou por oito horas de trem para Tanger e segue viagem para finalizar a aventura em Rabat no domingo.
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Resolver continuar apesar dos pesares depende muito do quanto o torcedor está triste e revoltado para não ver graça em mais nada no Marrocos ou se o interesse por conhecer o país ainda persiste. E quem sabe ainda assistir a mais um jogo de futebol durante a viagem.
- Cabeça cheia e quente hoje tentando processar tudo que aconteceu. Mas vou manter meu plano. Turistar por Tanger nesta quarta-feira, seguir para Rabat na quinta, passear por lá na sexta, ir à final no sábado e voltar para o Brasil no domingo - afirmou, sem medo de voltar a ser feliz, Marcelo Lemos, carioca que passeou em Madri por um dia antes de chegar ao Marrocos, na véspera da fatídica semifinal para o Flamengo e seus torcedores.
E assim, o rubro-negro vai, talvez, adiando o reencontro no Brasil com os amigos que torcem por times rivais, com certeza querendo distrair a cabeça e pensar em tudo, menos futebol. Pelo menos até o próximo jogo do Flamengo.
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