Para o Flamengo, derrota no Fla-Flu vai além de 45 minutos desastrosos
Análise: o Rubro-Negro, hoje, nada contra a maré ao não evoluir em um trabalho inconsistente e está longe de fazer por merecer o título, como escancarou Arrascaeta
Arrascaeta foi curto e grosso na saída do Fla-Flu da última quarta-feira, em entrevista à "Rede Globo": "Não merece ser campeão". A fala do uruguaio simboliza e escancara que a derrota de virada para o Fluminense, por 2 a 1, vai além dos três pontos perdidos na briga pelo título brasileiro e dos 45 minutos desastrosos no segundo tempo, quando o Tricolor marcou os gols.
O desabafo do uruguaio vai ao encontro de atuações inconsistentes de um time que não tem apresentado repertório capaz de permear cenários distintos ao longo dos jogos e ser imponente com organização. O segundo tempo contra o Fluminense, por exemplo, acentuou as recorrentes mexidas improdutivas de Rogério Ceni - como recuar Willian Arão para a zaga.
E dá para dizer que a desorganização no decorrer dos jogos foi uma tônica dos dois últimos tropeços do Flamengo, mesmo com semanas cheias para treinar, o que é alarmante e não condiz com os méritos necessários por uma taça que coroa a regularidade.
O trabalho de Ceni, hoje, reflete mais pontos negativos do que positivos. Se por um lado o time consegue ter volume de jogo no campo adversário e criar chances forçando erro dos rivais, por outro, não sê constância e efetividade nos dois tempos de jogo. Outro ponto que nada contra a maré é o de insistentes falhas do sistema defensivo, independente de erros individuais, pesados significativamente na balança pelo treinador:
- Tivemos ótimas chance de ampliar, e o Fluminense veio para jogar bola na área de qualquer lugar, e assim conseguiu o primeiro gol, em uma falta. Sofrendo gols dessa maneira fica difícil, realmente. Tivemos falhas grandes no jogo, e por isso perdemos. De resto, posse, finalizações... fora isso não tenho como explicar - salientou Ceni, em entrevista coletiva.
OUTROS ALARMES
Ontem, apesar de ter finalizado 19 vezes e ter trocado 673 passes (com precisão de 86%, segundo dados do "Sofascore"), o Flamengo demonstrou linhas descompactadas, um time exposto e que ainda está distante de ter uma saída de bola à altura da qualidade de seu plantel. Contra o Fortaleza, mesmo num ritmo ainda mais lento, o panorama foi parecido.
Vai ser necessário Ceni driblar a pressão e os números ruins (aproveitamento de 48.5% e apenas quatro vitórias em 11 jogos) para mostrar que o seu dedo é compatível com a missão de, primeiro, evoluir com as fragilidades afloradas e, depois (aproveitando a fala de Arrascaeta), fazer por merecer o título, uma vez que os alarmes vistos contra o Flu estão longe de ser pontuais. Vão além.
O PRÓXIMO JOGO
Agora, o Flamengo volta a campo neste domingo, dia 10 de janeiro. Pela 29ª rodada do Brasileirão, o Rubro-Negro recebe o Ceará no Maracanã, às 16h.
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Com 49 pontos, o time de Ceni segue a sete pontos de distância do líder São Paulo, que perdeu para o Red Bull Bragantino nesta quarta e está com 56 pontos. O Atlético-MG, que também tem 49, não atuará neste meio de semana.