Paulo Sousa avalia comportamento da torcida do Flamengo e falhas de Hugo: ‘Está em crescimento’
Técnico falou em entrevista coletiva logo após a vitória por 2 a 1 sobre o Sporting Cristal
O Flamengo voltou a triunfar no Maracanã. Mas novas vaias foram ouvidas. Nesta terça-feira, venceu o Sporting Cristal-PER por 2 a 1, pela sexta - e última - rodada do Grupo H da Libertadores. O principal alvo das cobranças foi Hugo Souza, que falhou no gol dos peruanos, já na reta final. Em entrevista coletiva, Paulo Sousa respondeu a respeito do comportamento da torcida e da fase do goleiro.
- Nossa torcida é soberana, eles têm todo direito de estarem ou não contentes. Procuramos fazê-los felizes com a nossa performance e com os nossos resultados. Se eles não pensam assim nesse momento, temos que continuar a trabalhar mesmo tendo atingido nesta campanha resultados extraordinários. Vencemos a própria Católica fora de casa, o que não acontecia - disse, emendando:
- Tivemos um número de gols extraordinário e a campanha é extraordinária, mas sentimos que não é suficiente. Queremos continuar a melhorar para podermos aproximar daquilo que é a exigência da nossa torcida.
SOBRE HUGO SOUZA
Hugo Souza aceitou um chute cruzado de Christofer Gonzáles, perto dos acréscimos, e foi muito vaiado pelos quase 40 mil torcedores presentes no Maracanã. Paulo Sousa vê os erros como naturais, minimizando-os. E elogiou o camisa 45, "em processo de crescimento":
- Em relação ao Hugo e a todos jogadores, existem sempre falhas. Procuramos sempre melhorar para caminharmos próximos da perfeição. Nessa campanha o Hugo sofreu um gol, hoje. É algo que procuramos estabilizar, com ele e todos os outros jogadores. Procurar dar confiança para tomarmos as melhores decisões, por vezes não tomamos as melhores decisões. Mas temos que saber ultrapassar essas situações. Ele, sendo um goleiro de 23 anos, está em um processo de crescimento para ultrapassá-las.
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Classificado às oitavas de final da Libertadores, com 16 pontos e na liderança do grupo, o Flamengo volta a campo, agora, para jogar pelo Brasileiro. O duelo será o clássico contra o Fluminense, às 18h deste domingo, novamente no Maracanã.
Confira outros trechos da entrevista coletiva:
Sistema com três zagueiros
- Não abandonei por nada. O próprio Ayrton numa primeira fase de construção até está bem mais baixo, no entanto está um pouco mais largo do que o espaço de ocupação que normalmente o Filipe utilizava, mas depende muito dos adversários. No jogo do Brasileirão, praticamente havia só um avançado, não tínhamos necessidade de construir porque gosto de construir desde trás em superioridade.
- Por vezes temos necessidade que essa construção seja a dois ou a três. Hoje tivemos trocas posicionais de volantes quando Ayrton e Isla estavam bem altos para podermos dar essa superioridade, atrair e acelerar o jogo entre as linhas do adversário.
Pedro e Gabigol como titulares
- Vou fazer lembrar algumas palavras que disse antes de chegar ao Rio sobre a minha ideia de dinâmicas para poder usar Pedro e Gabi juntos. Claro que depois de estar no dia a dia, são eles que vão me mostrando e vão me dando a confiança para poder fazer.
- O Gabi, também já disse na última coletiva, tem mostrado uma capacidade de entendimento de jogo e uma oferta tática muito interessante também para o meu colega Tite poder analisar e usufruir. O comprometimento dos dois é fundamental para que o processo de ter os dois atacantes em campo seja mais consistente.
Vaias a Marinho
- É um jogador que sobretudo classifico como um jogador de transições, um jogador que precisa de espaço aberto para poder acelerar. Hoje esteve bastante bem em termos de jogo combinativo, que é algo que temos trabalhado com ele quando os espaços estão curtos. Conseguiu dentro da movimentação e a dinâmica dessa movimentação sobretudo com o Gabi criar um espaço para poder fazer gol onde o goleiro esteve bem posicionado para defender. Tem mais uma outra situação de gol, por isso penso que foi positivo.
Rodinei também vaiado
- O Rodinei teve um início de temporada extraordinária, com muita qualidade não só ofensiva, mas também defensiva. A lesão fez com que caísse e que perdesse todo o ritmo e muita das vezes também o foco daquilo que estava fazendo. Claro que quando esses jogadores não têm competição mais consistente, há momentos em que podem não ser os melhores.
- Procuramos trabalhar de forma que eles estejam sempre com a capacidade para tomar boas decisões quando a equipe precisar deles. Sobretudo com os laterais podemos ter decisões importantes sobretudo como defender o espaço interior, os timings de saída para pressionar, os dribles defensivos quando tem um contra um ou um contra dois. Claro que quando temos competições constante vamos evoluindo e corrigindo ao longo da competição. O treino, mesmo que a gente procure fazê-los a vivenciar a intensidade em tomadas de decisões, não é mesmo que o jogo. E a complexidade é diferente porque temos adversários diferentes. E no treino conhecemos nossos colegas.
Mata-mata da Libertadores à vista
- Me parece que a Libertadores está bem equilibrada, vamos precisar do nosso melhor nos aspectos individual e coletivo para poder chegar à final, que é onde queremos chegar e ganhá-la. Temos um processo ainda bem longo, mas também dentro da própria equipe em crescimento. Várias equipes brasileiras que demonstram a qualidade e o equilíbrio que é o Brasileirão. Vamos precisar estar muito bem nesses jogos de mata-mata.