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Rodrigo Caetano espera 2016 diferente no Fla: ‘Vamos melhorar a infraestrutura’

Com contrato renovado por três anos, dirigente diz que 2015 foi ano de adaptação. Executivo destaca que chegada de Muricy e investimentos farão um Fla diferente

Rodrigo Caetano (Foto: Paulo Sergio/LANCE!Press)
imagem cameraRodrigo Caetano faz balanço de 2015 do Fla (Foto: Paulo Sergio/LANCE!Press)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 19/12/2015
20:14
Atualizado em 20/12/2015
08:32

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O primeiro ano de Rodrigo Caetano no Flamengo foi de adaptação. Ao menos é o que avalia o diretor-executivo. Em entrevista ao LANCE!, o dirigente, que teve o vínculo renovado por mais três anos, destaca a peculiaridade de desenvolver o trabalho no Rubro-Negro. Em uma temporada sem conquistas e com contestações de sobra, Caetano avalia que a chegada do técnico Muricy Ramalho, em conjunto com investimentos estruturais já em fase de implementação pelo clube farão com que 2016 tenha um rumo totalmente diferente do que foi apresentado.

Além disso, a mudança de metodologia no futebol, desde as categorias de base será determinante para que o Flamengo volte a trilhar caminhos mais desafiadores e à altura da grandeza do clube no cenário nacional e mundial.

– Esse um ano de Flamengo foi de aprendizado e de conhecer o clube, as pessoas... O Flamengo tem muitas situações que são peculiares de um clube da grandeza e da história do Flamengo. Acho que avançamos muito nas questões administrativas, nos processos. Eu sempre digo que o processo de qualificar elenco, que é aquilo que muitas vezes nós somos avaliados, é um processo contínuo. Nós temos que melhorar o elenco, a equipe, mas isso, a cada ano que passa é obrigação. Preparar para que esse elenco possa ter também os resultados também faz parte dessa questão administrativa. Acho que o Flamengo, a partir de 2016, vai atacar forte nisso: na melhoria na infraestrutura, melhoria de tecnologia e de equipamento, para que o elenco possa dar os resultados de performance que a gente deseja. 2015 foi um ano mais de eu poder me adaptar, conhecer o clube, as pessoas. E o fato de a gente ter a oportunidade de dar continuidade ao trabalho é algo que me motiva muito.

Por que o Flamengo não colheu bons frutos mesmo com contratações de peso em 2015?

Se nós formos avaliar a equipe, no entendimento de todos, são todos jogadores que, quando aqui chegara, não tiveram contestação. Muito pelo contrário. Disputamos jogadores com outros grande clubes do futebol brasileiro e até mundial. Iniciando, lá atrás, pelo Marcelo Cirino, que equipes de ponta queriam, o próprio Corinthians, por exemplo, que acabou sendo campeão brasileiro, Dois jogadores que vieram do Corinthians e que houve lamentação por eles terem saído estão conosco. E jogadores que nós repatriamos do futebol europeu. Caso do Ederson, com 11 anos de Europa, o Armero que trouxemos do Milan. E, por não termos uma regularidade na campanha, isso foi taxado como um insucesso. É nisso que precisamos ter cuidado: não fazermos terra arrasada. E aí é o diagnóstico que nós temos: como podemos fazer com que jogadores de ponta cheguem ao Flamengo e no mínimo mantenham o seu nível de performance? Para nós, só tem uma resposta: nós temos que melhorar a nossa infraestrutura física, tecnologia e de equipamento, e isso o Flamengo já está atuando. Tem um projeto emergencial de 60 dias para melhorar a nossa estrutura atual, lá no Ninho do Urubu, e o processo contínuo de finalização do módulo do profissional. Com isso, nós não só vamos melhorar a performance de jogadores de ponta, como também poderemos fazer apostas que chegarão no Flamengo e vão elevar o nível de performance. Que é que a gente observa, muitas vezes, em outros clubes no futebol brasileiro. Fazem apostas em determinados jogadores de equipes de menor investimento, que acabam chegado e confirmando. Então, só por aí, nós citamos cinco nomes de atletas que jogariam em qualquer clube do futebol brasileiro e, talvez, até mundial.

Estes jogadores sentiram o peso da camisa do Flamengo?

Não é apenas isso. É claro que jogar no Flamengo é diferente de tudo. Jogar na equipe, no clube da maior torcida do país e, quem sabe, das maiores do mundo, senão a maior do mundo, é algo, realmente, que qualquer um tem o seu impacto. Isso é muito particular. Mas não é apenas isso. Porque são jogadores que já rodaram bastante, que, quando chegaram aqui, não tinham qualquer tipo de contestação.

A chegada do Muricy é a pedra fundamental para essa mudança de paradigma no futebol do Flamengo?

A partir do momento que ele veio, passou a acreditar que algumas transformações irão acontecer, ainda mais em questão de infraestrutura. Se perguntarem aos 20 técnicos da Série A, boa parte, 80%, 90% dirão que não entendem como o Flamengo não chegou entre os primeiros, ou se manteve na ponta, pois elenco, jogadores de qualidade tinha. Alguma coisa ainda falta. Não quero que o torcedor interprete de outra forma, achando que não vemos que o nosso elenco tem as suas limitações, necessidades, carências. Vamos atacar isso. Mas temos que ver que alguns jogadores de potencial, que estão no elenco, vão, também, evoluir com as melhorias que vamos implementar.

Quais os setores mais carentes que o Flamengo está buscando se reforçar para 2016?

Ao falar que precisamos de reforços não significa menosprezo aos que lá estão. Temos que qualificar o time como um todo, posições que ainda buscamos. Como é de conhecimento, buscamos mais uma peça para a zaga, uma para o meio de campo e, talvez, mais um armador. É fato, somado aos que estão, para ter um elenco equilibrado. Além disso, vamos ter o ingresso de jogadores da base para que surjam outros como Jorge, Jajá, o próprio Samir, e outros tantos, Douglas Baggio, Matheus Sávio... Quanto mais tivermos no elenco jogadores observados pelo Muricy e corrigidos, a possibilidade de estarem entre os titulares aumenta. Por conta da situação de uma equipe alternativa no Estadual, teremos um elenco maior, e os que estouram a idade da base estarão na pré-temporada. Os que têm idade para Taça São Paulo vão jogar e depois serão integrados.

Qual a real situação do Samir?

É uma situação real de venda. O Flamengo precisa vender jogadores e, para compor orçamento, isso faz parte. Em confirmando isso, o Flamengo ainda poderá ter mais uma venda ainda, mas não podemos controlar a outra ponta do mercado. Vamos avaliar. A ideia é que o Flamengo passe de um clube só formador para vendedor.


O zagueiro Antonio Carlos, do Avaí, está nos planos do clube?

Quando falamos de uma equipe alternativa, temos duas possibilidades: utilização de jogadores da base, com cinco jogadores até 20 anos, e outra para observar atletas que se destacaram em outras equipes. É uma possibilidade também. Teremos um prazo para destacar, e ele pode se encaixar em uma dessas.

O Muricy já começou a implementar esta nova metodologia na base, como destacou na apresentação dele?

Tudo faz parte do nosso plano de trabalho. Tem uma semana e meia que o Muricy foi contratado, mas temos prioridades a serem destacadas. Temos prioridade de formatar o planejamento do profissional, paralelamente a isso, a base está em andamento em competição nacional, depois tem a Taça São Paulo. Mas em um momento propício iremos entrar nisso com verticalização de metodologia de treinamento, e é assim que as coisas vão caminhar. E o pessoal da base está aberto à essas mudanças. Isso é importante.

Como ficará a situação do “Bonde da Stella”?

A direção tomou a decisão que foi entendida como ideal no momento para a integridade da imagem. E os jogadores têm que entender que realmente jogar no Flamengo exige isso, comprometimento grande, responsabilidade grande, mas não pode de uma forma execrar um deles. Ninguém é bandido. Cada caso será avaliado de uma forma. Tem jogadores que devem permanecer, a avaliação é técnica, física e comportamental, mas é interna. No dia 6 de janeiro, os jogadores que irão para a pré-temporada, serão os que o Flamengo entende que sejam os ideais para início de temporada. Foi uma situação que começou em uma foto simples, em uma comemoração, onde se taxou que os jogadores não tinham compromisso, descomprometidos... Caro que a proporção foi muito maior e não é bom para ninguém. Coisas que não observamos em outros clubes.

Qual a diferença do seu trabalho no Flamengo em relação aos outros clubes pelo qual já trabalhou?

Minhas funções e atribuições são as mesmas das que tive em outros clubes. O formato que é um pouco diferente. Mas isso não é só no Flamengo. Para um executivo quando se chega a um clube, é preciso conhecer o quanto antes os modelos, se adaptar a eles, mas as funções são as mesmas. As atribuições são as mesmas.

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