Rueda chega ao Fla e estende lista de gringos que vieram para o Brasil
Colombiano terá o desafio de superar 'estigma' recente de frustrações de estrangeiros no futebol brasileiro. Por outro lado, Jair Ventura criticou chegada de técnicos de fora
O desafio de Reinaldo Rueda pode ser muito maior do que comandar o Flamengo, que precisa de resultados rápidos. O colombiano terá de comprovar que técnicos estrangeiros conseguem se sobressair no atual futebol brasileiro. A chegada do gringo não foi bem vista pelo técnico do Botafogo, Jair Ventura, que criticou a busca de times brasileiros por profissionais de fora.
Além de serem raros os estrangeiros com bons resultados, cada sucesso trouxe uma dose de amargura. Diego Aguirre passou por Internacional em 2015 e Atlético-MG em 2016, deixando um título em cada clube: o Gauchão no Colorado e, no Galo, a Flórida Cup. Porém, a tão sonhada Copa Libertadores escorreu pelos dedos nas duas passagens, e o uruguaio não durou toda a temporada.
Já seu compatriota Jorge Fossati sequer teve o privilégio de dar a volta olímpica. Contratado em 2010, o uruguaio chegou a classificar a equipe para as semifinais da Copa Libertadores. No entanto, após a perda do título gaúcho para o Grêmio, o técnico não resistiu ao desempenho oscilante do Colorado no início do Brasileirão, e caiu em maio. O treinador do bicampeonato da Libertadores acabou sendo Celso Roth.
Ídolo do São Paulo como jogador, Darío Pereyra tem vasta passagem como técnico no futebol brasileiro. Entretanto, o uruguaio tem somente um Campeonato Mineiro, e coleciona frustrações por São Paulo, Grêmio, Corinthians, Paysandu, Vila Nova e, mais recentemente, no Águia de Marabá.
PASSAGENS 'GRINGAS', EM GERAL, SÃO CURTAS E PÍFIAS
Só que a tônica entre técnicos com sotaque atualmente é deixar passagens para ser esquecidas. O sérvio Petkovic comandou as equipes do Criciúma, Sampaio Correia e, mais recentemente, Vitória, mas não resistiu a maus resultados. Agora, tenta se lançar como dirigente no clube baiano (onde foi vaiado como técnico).
Já o argentino Edgardo Bauza durou sete meses no São Paulo (clube da onde saiu para comandar a seleção da Argentina em 2016). Mas, em 48 partidas, deixou um retrospecto aquém do esperado: 18 vitórias, 13 empates, 17 derrotas e falta de títulos.
No mesmo ano, dois portugueses tiveram passagens rápidas em 2016. Comandante da seleção de Portugal por quatro anos, Paulo Bento durou 17 partidas no Cruzeiro, de onde saiu com a equipe na penúltima colocação do Brasileirão. Já Sérgio Vieira teve uma frustração maior em seus 43 dias: perdeu oito das dez partidas no período em que esteve no clube.
Lembrança colombiana mais recente em um clube de ponta no Brasil, Juan Carlos Osorio teve quatro meses de altos e baixos no São Paulo em 2015, até sair para comandar a seleção do México. Além do desempenho oscilante (12 vitórias, sete empates e nove derrotas), o treinador ficou marcado por instruções enviadas em bilhetes para jogadores, e reclamações públicas de atletas.
Badalado por sua campanha no Vélez Sarsifield, o argentino Ricardo Gareca teve uma pífia passagem no Palmeiras em 2014. Foram apenas quatro vitórias (sendo uma em amistoso) em 13 partidas.
No mesmo ano, o Atlético-PR teve más lembranças com um nome da Espanha. Miguel Ángel Portugal não levou a equipe a um bom desempenho na Copa Libertadores, e ainda teve mudanças táticas frequentemente contestadas por torcida e diretoria.
O Furacão é um dos clubes com "tradição" em buscar técnicos do exterior. Em janeiro de 2012, foi a vez de Juan Ramón Carrasco chegar à Arena da Baixada. Mesmo com uma boa campanha no início do ano, o uruguaio não resistiu à perda do título paranaense para o Coritiba e ao começo abaixo do esperado na Série B, e caiu em junho.
Em 2006, o Atlético-PR tentou promover uma revolução no futebol nacional, ao buscar Lothar Matthäus. Porém, o campeão da Copa do Mundo de 1990 deixou só decepção como lastro. Após oito partidas em dois meses, o técnico saiu do clube e voltou para a Alemanha, por problemas particulares.
Outro estrangeiro vindo com impacto para o Brasil foi Daniel Passarella. O argentino desembarcou sob festa no Corinthians. Mas, após poucos jogos e se envolver em atritos com atletas como Fábio Costa, Dinélson e Roger (que teria perdido um pênalti na Copa do Brasil de propósito), foi demitido, deixando como última lembrança uma goleada por 5 a 1 sofrida para o São Paulo.