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Bahia

Flamengo bate o Bahia em jogo de sete gols, duas viradas, expulsões e acusação de racismo

Eletrizante, duelo marcou a despedida do Fla ao Maracanã em 2020. Após o apito final, Gerson desabafou e apontou uma injúria racial proferida por parte de Ramírez, do Bahia

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Os torcedores de Flamengo e Bahia que acompanharam o jogo deste domingo, no Maracanã, não saíram os mesmos. Válido pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro, o confronto reservou emoções do início ao fim, com direito a duas viradas, sete gols e duas expulsões. E a virada fatal veio através de um bravo Rubro-Negro, que se superou com um a menos durante boa parte da peleja e venceu por 4 a 3, com gols de Bruno Henrique, Isla, Pedro e Vitinho. Gilberto (2) e Índio Ramírez marcaram para o Tricolor. E o jogo não ficou só na esfera esportiva. Houve um episódio lastimável. Gerson relatou uma injúria racial proferida por Índio Ramírez, do Bahia, no segundo tempo.

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Bruno Henrique foi um dos melhores em campo contra o Bahia neste domingo (Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)

INÍCIO JÁ DE PURA EMOÇÃO

Quer golaço? Teve. Quer expulsão da estrela do favorito? Teve. Até os dez minutos, Bruno Henrique já havia aberto o marcador depois de um golaço de fora da área, após o Flamengo recuperar a bola com João Gomes, e um cartão vermelho aplicado a Gabriel Barbosa.

A roubada de bola do jovem promissor, aliás, foi um reflexo da postura inicial enérgica dos mandantes, que em seguida chegaram mais uma vez com perigo, com Gabigol, pouco antes de o camisa 9 ir para o chuveiro.

Gabi foi expulso com 9 minutos (Foto:Nayra Halm/Fotoarena)

EXPULSÃO E MUDANÇA DE ESTRATÉGIA

Gabigol teria, supostamente, xingado o juiz Flávio Rodrigues de Souza, que paralisou a jogada para expulsar o atacante, sem titubear. A partir daí, o Bahia, que estava acuado, passou ter a bola e alugar o campo defensivo do Fla.

Até o intervalo, apesar de não ter igualado o marcador, o Bahia obrigou Diego Alves a trabalhar, à queima-roupa, em duas oportunidades (com Nino Paraíba e Gilberto). Com um a menos, o Flamengo é quem mudou a estratégia, passando a recuar as linhas de marcação para estocar pontualmente.

PONTUAL E DECISIVO

Em um período de pressão sofrida, na casa dos 30 minutos do primeiro tempo, Gerson lançou Bruno Henrique com uma precisão admirável, entre os zagueiros. O camisa 27 usou o corpo para deixar Juninho a comer poeira e serviu Isla, que pisou na área e não desperdiçou a chance de marcar o seu primeiro gol pelo Rubro-Negro: 2 a 0.

Por falar em Bruno Henrique, que passou a ser a referência e a arma letal do ataque flamenguista, quase o camisa 27 faz outro golaço, depois de chamar Juninho para dançar, na iminência do intervalo. Douglas impediu.

Bruno marcou duas vezes (Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)

VIRADA DE CINEMA: 3 GOLS EM 13 MINUTOS

E, de repente, o jogo pendeu para um roteiro de filme clichê, onde o azarão (à la "Rocky Balboa") se levanta da lona quando ninguém mais esperava. Com o Bahia, houve a necessidade apenas 13 minutos no segundo tempo para virar (!) o jogo. Gilberto duas vezes, sendo o primeiro após uma pintura de fora (ainda mais bela do que a de Bruno Henrique).

TRISTE DENÚNCIA

O gol que deu início à reação do Tricolor foi de Índio Ramírez, que passou a provocar Gerson e Bruno Henrique, em meio à recuperação dos visitantes. O jogo ganhou tornou-se um antro de adrenalina.

Após o apito final, Gerson desabafou e apontou uma injúria racial proferida por parte de Ramírez. Sem dúvida o episódio triste do dia e que manchou o jogo.

Ato racista: Gerson desabafou (Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)

O ÚLTIMO ATO: A VIRADA FATAL

O jogo caminhava-se para o ato final. Eletrizante, o duelo ainda estava longe de perder em emoção. O Flamengo, tendo Pedro como trunfo saindo do banco, se atirou para amenizar o prejuízo e deixou naturais espaços - Diego Alves teve que brilhar novamente, por exemplo. Estava tudo em aberto.

O Maracanã queria mais. E o Flamengo sabe os caminhos do palco... Empatou. E virou. Pedro marcou de peito para empatar, depois de cruzamento de Filipe Luís. E de peito estufado lá foi o time de Rogério Ceni para não deixar escapas os três pontos. Já aos 44, Vitinho, que também havia entrado no segundo tempo, recebeu lindo passe de Pedro e tocou por cobertura: 4 a 3. Ufa...

O jogo teve de tudo e deixou o Flamengo com cinco pontos a menos em relação ao São Paulo, líder. O Bahia, por sua vez, fica em 16º e na beira do Z4.

FICHA TÉCNICA
FLAMENGO X BAHIA - 26ª RODADA DO BRASILEIRO
Estádio:
Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 20 de dezembro de 2020, às 18h15
Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza (Fifa-SP)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (Fifa-SP) e Danilo Ricardo Simon Manis (Fifa-SP)
Árbitro de vídeo: Jose Claudio Rocha Filho (SP)
Gramado: Bom
Cartões amarelos: Filipe Luís (FLA) / Juninho Capixaba, Gilberto, Rodriguinho (BAH)
Cartões vermelhos: Gabigol (FLA) / Daniel (BAH)

GOLS: Bruno Henrique, 4'/1ºT (1-0); Isla, 32'/1ºT (2-0); Índio Ramírez, 6'/2ºT (2-1); Gilberto, 10'/2ºT (2-2), 13'/2ºT (2-3); Pedro, 36'/2ºT (3-3); Vitinho, 44'/2ºT (3-4).

FLAMENGO (Técnico: Rogério Ceni)
Diego Alves; Isla (Vitinho, 39'/2ºT), Rodrigo Caio, Natan e Filipe Luís; João Gomes (Matheuzinho, 43'/2ºT), Gerson, Everton Ribeiro (Diego, 43'/2ºT) e Arrascaeta (Pedro, 25'/2ºT); Bruno Henrique e Gabigol.

BAHIA (Técnico: Mano Menezes)
Douglas; Nino Paraíba, Ernando, Juninho e Juninho Capixaba; Gregore, Edson (Daniel, 12'/2ºT) e Ramon (Gabriel Novaes); Índio Ramirez, Rossi e Gilberto.

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