As declarações pós-jogo indicam os principais problemas do Fluminense na derrota de 1 a 0 para o Botafogo: a falta de leitura e adaptação ao jogo do adversário. Em mais uma atuação apática, o time tricolor caiu na armadilha montada pelo rival alvinegro e mostrou grandes dificuldades na construção de jogadas.
Marca registrada de Fernando Diniz, o estilo de jogo de passes curtos desde o campo de defesa já rendeu grandes frutos para o Fluminense desde o ano passado. No entanto, diante de um adversário com marcação alta e organizado, como o Botafogo neste sábado, a tática não deu resultado. Faltou leitura para mudar estratégia durante o jogo.
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- Eles se aproveitaram muito mais dos nossos erros do que da criação deles. Não soubemos jogar o jogo. O jogo pedia um jogo mais direto, mais longo e insistimos no curto, com tomadas de decisões erradas nossas. Não foi nada que planejamos e deu errado. Algumas bolas que era para eu sair jogando longo e escolhi sair jogando curto. O time foi sendo minado assim, perdendo algumas bolas e o Botafogo foi criando nas bobeiras que demos. Vamos aprendendo e continuar crescendo nos próximos jogos - disse o zagueiro Nino após a partida.
O resultado da "imobilidade tática" foi um Fluminense com a posse de bola, mas sem oferecer perigos ao Botafogo. Os números comprovam: o Tricolor teve 66% da posse e apenas três chutes, sendo nenhum no gol de Lucas Perri.
Pode-se dizer, inclusive, que esta foi a pior atuação ofensiva do Fluminense em 2023. Foi a quinta vez na temporada em que o time passou em branco, mas a primeira sem chutes no gol. Sinal de alerta ligado para a sequência no Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil.
Jogos sem gols do Fluminense em 2023:
29/01 - Fluminense 0 x 1 Botafogo - 7 finalizações (5 no gol)
02/02 - Volta Redonda 1 x Fluminense - 13 finalizações (5 no gol)
01/04 - Flamengo 2 x 0 Fluminense - 16 finalizações (4 no gol)
16/5 - Fluminense 0 x 0 Flamengo - 7 finalizações (3 no gol)
20/05 - Botafogo 1 x Fluminense - 3 finalizações (0 no gol)
Em entrevista coletiva após a partida, o técnico Fernando Diniz fez o mea-culpa e assumiu a responsabilidade pela atuação ruim do Fluminense no clássico para o Botafogo. Segundo o treinador, as escolhas não deram certo e o comportamento coletivo foi aquém do esperado.
- Não vou atribuir às ausências. O erro principal foi meu. Quando tem esse tipo de comportamento coletivo, o treinador é o principal responsável e eu sou o principal responsável. No primeiro tempo o time fez uma partida com controle, mas sem profundidade. Com a substituição (Lelê no lugar de Pirani), tentei manter o controle, já que a marcação estava bem ajustada, e ganhar profundidade. Não ganhamos muita profundidade, perdemos um pouco de marcação e de controle. Com a mexida o time não ficou melhor. Tive bastante peso na partida de hoje. Errei na maneira de conduzir e não tem muito como colocar o peso nas ausências de hoje. Tínhamos um time bem ajustado para jogar melhor do que jogou.
O Fluminense volta a campo na quinta-feira, pela fase de grupos da Libertadores, para encarar o The Strongest, na altitude de La Paz (BOL). Pelo Campeonato Brasileiro, o próximo compromisso do Tricolor é no próximo domingo, contra o Corinthians, também fora de casa.