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Fluminense e mais sete clubes são denunciados por coletivo LGBTQ por cantos homofóbicos em jogos

Internacional, Náutico, Ceará, Atlético-MG, Remo, Paysandu e Corinthians também foram citados; Flamengo já foi multado recentemente

Maracanã - Fluminense
imagem cameraFluminense foi denunciado por cantos homofóbicos no Maracanã (Foto: Lucas Merçon / Fluminense FC)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 07/12/2021
19:41
Atualizado em 07/12/2021
19:54

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Na última segunda-feira, o Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ protocolou sete Notícias de Infração (levar o caso ao conhecimento da Justiça) no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) contra oito clubes, incluindo o Fluminense, por cantos homofóbicos. Além do Tricolor, são citados Internacional, Náutico, Ceará, Atlético-MG, Remo, Paysandu e Corinthians. Os casos serão analisados pelo procurador-geral Ronaldo Piacente, que definirá se há comprovação da infração e oferece denúncia em cada pedido ou se arquiva.

No caso do Flu, a denúncia é pela partida contra o Internacional, no último dia 6, no Maracanã. Conforme registrado pelo árbitro Felipe Fernandes de Lima na súmula, aos 40 e 47 minutos do segundo tempo, a torcida tricolor entoou "de forma rápida" o canto homofóbico. O fato foi informado ao quarto árbitro pelo delegado da partida e "por ter cessado de maneira rápida em um curto espaço de tempo, não houve necessidade de paralisar a partida". O sistema de som e imagem do estádio alertou a torcida para que parassem os gritos.

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Em 2019, o STJD passou a recomendar que os árbitros registrassem manifestações preconceituosas nas súmulas. Os casos são enquadrados no artigo 243-G por ato discriminatório, que prevê diversas punições entre multas, suspensão e até perda de pontos.

Em nota, o coletivo informou a denúncia e afirmou que reitera "o nosso repúdio a esses e outros atos de preconceito praticados no futebol e esperamos que os clubes e federações tomem medidas mais enérgicas no intuito de combater tais práticas que fazem com o futebol continue sendo um ambiente violento para pessoas LGBTQIAP+. O STJD já mostrou em decisão anterior que a justiça desportiva não tolerará atos desse tipo, ao punir com veemência o Flamengo, configurando o primeiro clube punido na história pelo tribunal enquadrado na prática de homofobia pelo artigo 243-G do CBJD".

A decisão citada foi no começo de novembro, quando o Flamengo foi multado em R$ 50 mil por causa dos cantos homofóbicos da torcida na partida contra o Grêmio, válida pelo jogo da volta das quartas de final da Copa do Brasil, no Maracanã. Além do clube, o árbitro Rodolpho Toski, os assistentes Bruno Boschilia e Victor Hugo Imazu dos Santos, o quarto árbitro Lucas Paulo Torezin, o inspetor da CBF, Almir Alves de Mello, e o delegado da partida, Marcelo Viana, também foram enquadrados em artigos do CBJD por não terem relatado o fato na súmula. No entanto, eles foram absolvidos.

Confira abaixo os fatos narrados em cada Notícia de Infração:

FLUMINENSE
:

Jogo: Fluminense x Internacional (06/11): Conforme registrado pela imprensa, na partida entre as equipes foi possível identificar coros de torcedores do Fluminense gritando "Arerê, gaúcho dá o c* e fala tchê", se referindo ao clube adversário. Apesar da partida não ter sido paralisada, o sistema de som e imagem do estádio alertou a torcida para que parassem os gritos. O ato foi registrado pelo árbitro na súmula da partida.

INTERNACIONAL:

Jogo: Grêmio x Internacional (06/11): De acordo com a Notícia de Infração do Coletivo, no grenal é possível ouvir um coro gigantesco de pessoas gritando: "Atirei o pau no Grêmio e mandei tomar no c*, ô gremista filho da p* chupa r* e dá o c*.

O coletivo destaca ainda que o mesmo cântico foi proferido nos jogos: Grêmio x Internacional (06/11) e Internacional x Athlético/PR (13/11).

NÁUTICO:

Jogo: Náutico x Sampaio Corrêa (15/11): Durante a partida torcedores do Náutico entoaram gritos de cunho homofóbico de "bicha" todas as vezes em que o goleiro adversário se preparava para bater o tiro de meta.

CEARÁ:

Jogo: Ceará x Corinthians (25/11): Em partida realizada no Castelão, torcida, jogadores e diretoria do Ceará proferiram cantos com palavras de cunho homofóbico. Segundo o Coletivo das Torcidas LGBTQ, em vídeo juntado, é possível ouvir um coro gigantesco gritando: "A tuf é gay" e "matador de leão e come c* de tufgay", se referindo ao clube adversário, Fortaleza.

Na partida contra o Sport, no dia 14/11, a torcida repetiu o canto no Castelão e o presidente do clube, Robinson de Castro aparece em um vídeo segurando um telefone em referência a música.

O mesmo canto foi proferido na partida contra o Fortaleza, realizada em 17/11. No vídeo foram identificados os jogadores Vina, Gabriel Dias, Messias, Luiz Otávio, Cléber,Lima, Fernando Sobral Lacerda e Rick, além do presidente do clube, Robinson de Castro.

ATLÉTICO/MG:

Jogo: Flamengo x Atlético/MG (30/10): Na partida, realizada no Maracanã, a torcida visitante entoou ao time mandante: " tomar no c* mengo, tu és time de otário c*, p* v* e ladrão".

Jogo: Atlético/MG x Fluminense (28/11): Imagens da partida mostram os cantos homofóbicos do clube mineiro a partir dos 40 minutos do segundo tempo. O vídeo com os cânticos foi postado nas redes sociais de uma torcedora que estava acompanhando o jogo. O caso não foi relatado na súmula da partida e, segundo o coletivo de torcidas, o árbitro descumpriu a orientação 01/2019 do STJD.

REMO E PAYSANDU:

Jogo: Remo x Paysandu (04/12): A partida foi marcada por cenas de preconceito de ambas as torcidas. Imagens que circulam na internet mostram a torcida do Paysandu entoando gritos de v* ao jogador Neto Pessoa, aos 11 minutos do segundo tempo. Em outro momento um grupo de torcedores uniformizados gritaram várias vezes "Remista é gay, é gay, é gay". Na mesma partida, torcedores do Remo entoaram para a torcida do Paysandu: "todo v* que eu conheço é bicolor".

CORINTHIANS:

Jogo: Corinthians x Grêmio (05/12): Na Neo Química Arena torcedores do Corinthians entoaram gritos de cunho homofóbico direcionado aos jogadores do Grêmio. Durante o jogo a torcida gritava "gaúcho, viado" para os jogadores em campo. O fato não foi relatado na súmula.

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