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Foco nos salários: Fluminense tenta honrar compromissos até o fim do ano para manter acordo

Cláusula no acordo salarial feito com os jogadores na pandemia obrigava o clube a quitar todos os atrasados ainda em 2020

Treino - Fluminense
Fluminense durante treinamento em Goiânia antes de partida no Brasileiro (Foto: Mailson Santana/Fluminense FC)

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Não é só dentro do campo que o Fluminense tenta se organizar antes do fim do ano. Fora das quatro linhas, nos bastidores, o Tricolor também corre contra o tempo para quitar os débitos com o elenco e fazer valer o acordo de redução salarial firmado com os atletas no início da pandemia da Covid-19 que previa o fim das dívidas até o último dia de 2020. O pagamento mais recente aconteceu na terça-feira, de 20% do salários CLT de outubro a jogadores e funcionários.

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O primeiro acordo previa uma cláusula de inadimplência que dizia que, caso o Fluminense não honrasse com os compromissos até o fim de 2020, a redução salarial seria cancelada. Portanto, o clube seria obrigado a pagar a diferença daquilo que foi cortado nos meses de março (15%), maio (25%) e junho (25%).

Neste momento, a dívida engloba 80% dos salários de outubro, 100% de novembro, 20% de março e 50% dos vencimentos de abril (que ficaram para dezembro), além de 1/3 das férias tiradas pelo grupo em abril. Com relação aos direitos de imagem, ainda não foram pagos os meses de agosto, setembro, outubro e novembro. Nos meses em que houve redução salarial, o acordo foi aplicado também na mesma proporção sobre este valor.

- A única cláusula que a gente tem e que realmente tinha que ter para protegê-los é que, se não conseguirmos quitar tudo referente ao ano de 2020 até o final de dezembro, passam a ter de volta tudo o que renunciaram - explicou o presidente Mário Bittencourt em entrevista ao "Esporte Interativo" em abril.

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Em julho, o Fluminense chegou a colocar os salários em dia, mas teve dificuldades para manter depois. Uma saída utilizada pela diretoria tem sido fazer o pagamento em parcelas. Os vencimentos atrasados são um problema constante do clube nos últimos anos. Desde que a gestão de Mário Bittencourt assumiu o cargo em junho de 2019, 20 folhas foram pagas em 17 meses, incluindo o 13º de 2018.

Cabe destacar que as saídas de Odair Hellmann, Dodi e Digão vão dar um alívio de cerca de meio milhão na folha. No entanto, como todos trabalharam até novembro, eles têm a mesma dívida do restante dos companheiros. A diretoria permanece com uma expectativa positiva de fechar o ano em dia, mas corre contra o tempo e tem apenas 11 dias pela frente.

O Fluminense foi um dos poucos clubes a não fazer cortes de funcionários por conta da pandemia, entregando, inclusive, cestas básicas em alguns meses. Mesmo sem ter o dinheiro em caixa que era projetado por vendas no mercado da bola, o Tricolor contou com as saídas de Gilberto, Evanilson e Marcelo Pitaluga para Benfica (POR), Porto (POR) e Liverpool (ING), respectivamente, mas acabou arrecadando apenas cerca da metade do valor esperado.

No próximo dia 29, o Fluminense irá votar o orçamento para o ano que vem no Conselho Deliberativo. Apostando principalmente na venda de atletas e nos direitos de transmissão, o clube também projeta R$ 161,6 milhões de gasto em salários, encargos e benefícios de funcionários. O investimento chegaria na casa de R$ 20 milhões, sendo R$ 13,6 milhões para o futebol. Destes, R$ 5 milhões são destinados exclusivamente para contratação de atletas – valor inferior aos R$ 11,2 milhões projetados para 2020.

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