Gum fala em tom de despedida do Flu: ‘Talvez seja meu último jogo’
Zagueiro foi um dos heróis da permanência do Fluminense na primeira divisão após vencer o América-MG, mas não garantiu se fica no clube em 2019
Tom de despedida. Gum falou logo após a vitória de 1 a 0 sobre o América-MG e, ainda em campo, deu a entender que fez o seu último jogo pelo Fluminense. O zagueiro foi um dos heróis da permanência do clube na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, mas não garantiu permanência para 2019.
- Amei essa camisa, me entreguei mais do que eu poderia, no limite físico e mental. Guardei fé, esperança e caráter, e hoje talvez seja meu último jogo. Já me emocionei, já chorei. Saio hoje com sentimento de amor ao clube e dever cumprido - disse o jogador na saída de campo.
Na zona mista, o zagueiro foi sincero sobre os motivos que podem levá-lo a sair do Flu após quase 10 anos.
- A verdade é que antes do jogo contra o Nacional (URU) eu estava sim conversando sobre renovação. Não houve um bom senso com questão de tempo de contrato. Eu estava disposto a abaixar meu salário em mais de 50% por amor ao Fluminense. A partir do momento que não houve o acordo do tempo, eu sei da história que tenho aqui, já joguei várias vezes machucado. Estou muito em paz e feliz. O Fluminense me deu muito mais do que eu retribui. Não sei se fico - disse.
- No momento que não houve solução, eu mesmo pedi para não conversar mais. Isso começou a me atrapalhar. Eu queria terminar o ano honrando a camisa do Flu, tendo gratidão ao clube. Hoje pode ter sido meu último jogo. Não sei o que vai acontecer. Vai ser conversado, estou há nove anos nesse clube. Já tive propostas para ir embora. Minha esposa sempre perguntava se eu queria ir embora e eu dizia que não. Respeitamos a minha vontade. Hoje não vai mais ser assim. Vai ser feita a vontade dela e dos meus filhos. Tenho 32 anos. Ou vou embora agora ou não vou mais - completou.
Gum falou também sobre a pressão vivida pelo Fluminense. Ele entendeu as cobranças da torcida e lembrou da carga emocional vivida pelos jogadores na reta final. O trabalho do grupo durante as últimas rodadas foi lembrado e elogiado pelo zagueiro.
- Foi muita pressão em cima desse grupo, esse jogo teve uma carga emocional muito grande. Vários jogadores passaram do limite. A torcida não sabe a carga emocional, o quanto esse grupo sofreu, por isso ficaram chateados com a produção, que caiu. O time estava chateado com a torcida, porque cobraram muito os jogadores. Todo mundo está de parabéns.
Veja outras declarações:
Ano complicado
Fiz além do que estava ao meu alcance, mas sozinho não teria conseguido nada. Sou muito grato aos meus companheiros. Passei para todos acreditarem e se doarem. Ouvimos muitas coisas vindo de fora, pessoas tentando adivinhar o que estava acontecendo ali dentro, mas só nós sabíamos a situação. A invasão ao CT foi um momento difícil. Claro que a equipe caiu de produção, todos estávamos preocupados com isso. Eles imaginavam que os jogadores não estavam querendo correr. Não é nada disso. Esse grupo suportou um ano difícil. É duro ouvir algumas coisas que a imprensa pode falar. Esse grupo foi cobrado desde o início por todos.
Estávamos fazendo um ano acima da expectativa, mas nunca entramos na zona de rebaixamento ou ficamos realmente com perigo. A equipe caiu muito de produção. É visível que os mais jovens não estavam suportando. Eles sabem o peso dessa camisa. Muita coisa estava em jogo. Uma queda mancharia nossa carreira também. Entendemos a chateação do torcedor, eles amam o Fluminense. Eles fizeram protestos, nos cobraram, mas eles não sabiam o tamanho do caráter desse grupo. Se tivessem jogadores sem vergonha, o Flu já teria caído há muito tempo. A eliminação contra o Atlético-PR foi por falta de preparação mentalmente. Esse grupo honrou muito a camisa desse time. Todos saímos felizes e com sentimento de alívio.
Bastidores
Não participo de nada disso. Sou funcionário do clube e tenho que respeitar a todos. Torço para que as pessoas que comandam o clube possam fazer as melhores decisões para que o Fluminense não sofra ano que vem como fez esse ano.
Declaração de Marcos Junior
Não sei. Ele estava no calor da emoção. Sei o que acontece no vestiário, no dia a dia, mas as decisões da diretoria eu sou um simples funcionário. Não tem como falar nada. Oro a Deus para que todos lá de cima de unam para que o Fluminense possa voltar a ter planejamentos muito bons.