Mãe de João Pedro abre mão do conforto para viver o sonho do filho
Ao L!, Flavia Junqueira revela que largou uma vida boa em Ribeirão Preto para dar apoio à joia tricolor. Entre dificuldades e amizades, ela afirma que valeu muito a pena
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Se por trás de um grande homem, sempre há uma grande mulher, na vida de um jogador de futebol isso não seria diferente. Quem se encanta hoje com os gols de João Pedro, precisa agradecer e muito a pessoa responsável por fazer a joia chegar ao sucesso. Para alegria do torcedor tricolor e do futebol brasileiro,
Flávia Junqueira, mãe do jovem atacante, revelou ao LANCE! que abriu mão de uma boa vida em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, para viver inteiramente o sonho do filho.
- A gente tinha uma vida em Ribeirão Preto. Era uma família de classe média, ele estudava em escola particular, nós tínhamos carro novo, morávamos em um condomínio bom. Em Xerém nós passamos um período muito difícil, que foi até um pouco traumático para ele, ainda uma criança. Foi muito difícil para ele. De uma vida boa, nós fomos para um período de dificuldade, mas isso também ajudou para que ele amadurecesse. Ele sempre diz que joga pensando em mim e na avó. Ele sabe das coisas que abrimos mão por ele. É isso que dá força para o João Pedro lutar.
Apesar das dificuldades, Flavia Junqueira não se arrepende do que fez. Formada em administração e cursando pós-graduação, a mãe de João Pedro tinha um bom emprego como representante comercial, mas tinha que ajudar o filho, que desde pequeno tinha a convicção de que seria jogador de futebol.
- Eu vim para o Rio de Janeiro muito de coração. Foi uma coisa de intuição, muito rápido. O João, desde pequeno, via matérias na televisão que mostrava o Robinho, o Neymar, as escolinhas de base dos times grandes e começava a chorar, dizendo que não queria ficar lá (Ribeirão Preto), dizendo que o lugar dele era nesses lugares.
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João Pedro foi criado desde pequeno pela mãe, que morava com ele sozinho, seja em Ribeirão Preto, como em Xerém. Flavia conta que o contato com o pai acontecia e continua acontecendo apenas por telefone.
- Quando nos separamos, eu fiquei sete anos sozinha, abri mão de tudo para ficar apenas com o João, não conheci ninguém. Ele é filho único do meu lado e possui irmãos por parte do pai. O pai dele tem outra família e a gente não tem muito contato. Ele fala de vez em quando, eu que não falo mais desde que casei. Eu tenho minha família, ele tem a dele. É complicado, ele é simplesmente o pai, nunca ajudou, nunca fez nada pela gente.
Orgulhosa, a mãe afirmou que João Pedro jamais ficou uma semana longe dela. Isso causava até receios de rolar um ciúme em caso de um possível relacionamento. No entanto, João Pedro se dá muito bem com o padrasto, Carlos Júnior.
- O João nunca ficou um tempo com o pai, ele não fica sem mim, nunca ficou uma semana longe. Sempre fomos muito agarrados, até tinha receio de quando comecei a namorar (risos), mas ainda bem que ele gostou do meu marido. Eles têm uma relação muito boa. Jogam videogame, que é a coisa que eles mais fazem quando estão em casa. Ele adora Fortnite e Fifa online. É o que eles mais fazem juntos.
Escolha pelo Fluminense e as dificuldades
Além da mãe, o torcedor tricolor precisa agradecer e muito ao observador técnico Luiz Felipe por ter João Pedro hoje brilhando com a camisa tricolor. Ele foi o responsável por descobrir o menino e convencer Flavia de escolher o Fluminense, superando a concorrência dos gigantes paulistas.
- Ele jogava em uma escolinha do Santos. Teve um campeonato e o João foi jogar com 10 anos. Aí tinha observador do Fluminense, o Luiz Felipe. Ele viu o João Pedro jogando e o convidou para vir para Xerém. Os observadores de Palmeiras, Santos e São Paulo também convidaram, mas eu gostei da maneira que o Fluminense falou comigo. Ele foi bem atencioso. Isso foi em uma sexta-feira e na segunda nós já estávamos em Xerém. Eu poderia ter ido para Santos, mas o custo lá é maior. Em Xerém um aluguel é R$ 300 e com a minha renda dava para se manter.
O início animador deu lugar para algumas dificuldades. Flavia se mantinha com o trabalho aqui no Rio e mais o dinheiro da casa alugada em Ribeirão Preto. No entanto, isso não durou por muito tempo.
- Eu consegui trabalho no Rio, mas não deu muito certo porque eu tinha que ficar viajando e o João Pedro era muito franzino, muito novo e precisava de cuidados. Nesse período, os dois inquilinos saíram e eu fiquei com as casas desalugadas e aí minha mãe que começou a me ajudar. A gente tinha dívidas por conta da casa, tinha que comer e viver. Começamos a ficar apertados, foi um caos - contou Flavia que ainda teve uma grande decepção com o antigo empresário de João Pedro.
- Eu entrei em pânico e liguei para o empresário dele na época, que não quis me ajudar. Foi até cruel comigo e nunca mais falei com ele. Me ofendeu e me falou para arrumar um marido. Nem pedi nada demais, apenas R$ 500. Hoje o João Pedro tem um outro empresário, que é o Frederico Moraes.
Com todas as dificuldades, a situação ficou bastante complicada. João Pedro basicamente não fazia nada a não ser treinar e jogar pelo Fluminense. Flavia afirmou que durante essa fase não tinha nenhuma possibilidade de lazer.
- Não sobrava dinheiro para lazer. O lazer dele era soltar pipa em Xerém. Ficamos anos sem ir em uma praia. Não tinha shopping, cinema, nada. Eu acho que ele sabe o tanto que foi sofrido para continuar, o tanto que a gente batalhou para chegar aqui. Eu tinha uma vida estável em Ribeirão Preto e do nada eu não tinha dinheiro para comprar uma roupa, fazer a unha. Quando chegamos em Xerém a gente não tinha nem cama, apenas um colchão de ar. Uma vez, o colchão furou e a gente tinha que acordar à noite para encher o colchão e continuar a dormir. Hoje nós moramos na Barra. É bem diferente de Xerém.
O pedido de João Pedro e a ajuda do Fluminense
A situação alarmante fez com que João Pedro pedisse para voltar para à Ribeirão Preto, cidade onde nasceu. A saudade da avó também pesava na vontade do jovem atacante. No entanto, Flavia afirmou que não aceitava essa situação e decidiu pedir ajuda ao Fluminense.
- Eu não podia deixar tudo para a minha mãe porque ela já estava idosa. Foi um período muito difícil. Teve um dia que ele quis largar tudo, chorou muito e falou que não queria mais. Eu mandei uma mensagem para o Marcelo Teixeira (diretor das categorias de base) e no outro dia ele me recebeu. Chorei quando o encontrei. Contei tudo e ele me disse que o João Pedro não merecia passar por isso e resolveu me ajudar. Tinha times oferecendo o dobro, mas eu não podia deixar Xerém. Nós melhoramos o contrato e tudo ficou melhor.
Momento difícil no campo até a ascensão como centroavante
Com o problema financeiro se encaminhando para um acerto, João Pedro então poderia focar somente em jogar futebol. Entretanto, as coisas dentro das quatro linhas começaram a não andar bem. O jogador passou a conviver no banco de reservas e não estava desenvolvendo fisicamente.
- Teve um período difícil porque ele parou de crescer e os meninos que jogavam com ele ficaram mais fortes. Ele era reserva, não jogava muito e a gente ainda estava resolvendo as dificuldades financeiras. Ele chorava muito. Quem ajudou foi o Leonardo, treinador que ganhou a Copa Nike sub-15 esse ano, que mudou a posição do João Pedro. Ele começou a atuar pelo lado, porque estava fraco para jogar no meio-campo. Foi uns dois anos nessa luta.
A mudança na vida de João Pedro chegou no ano passado, quando o jogador passa a ser centroavante, marcando muitos gols e se transformando em uma grande promessa da base.
- Quando ele fez 16 anos, começou a crescer e ficar mais forte. Foi aí que o Marcelo Veiga o colocou de centroavante e todos viram que ele tinha algo de diferente. Começou a fazer gols no treino, a trabalhar como pivô. Ele se destacou na Taça BH e no Carioca e não parou mais de fazer gols. Ele balançou a rede 38 vezes.
Amizade com Marcos Paulo e "Família Xerém"
Flávia Junqueira confirmou que o entendimento de João Pedro, com Marcos Paulo, não é só dentro das quatro linhas. A amizade dos meninos é de longa data, desde os tempos de Xerém.
- João Pedro e Marcos Paulo são amigos desde pequeninho. Hoje eles convivem mais lá dentro (do Fluminense) do que do lado de fora. O Marcos Paulo sempre dormia na nossa casa de Xerém, ficava com um colchão perto da gente. Ele sempre esteve muito presente, são bastante amigos, se conhecem só de olhar, falam o dia inteiro, ficam até alojados juntos na concentração. Sempre que ligo para o João, o Marcos está junto com ele (risos). É uma amizade dentro e fora de campo e um torce pela felicidade do outro.
As palavras da mãe de João Pedro não são apenas da boca para a fora. Flavia contou uma passagem após o jogo contra o Atlético Nacional-COL, quando a joia fez três gols e Marcos Paulo vibrou como se ele mesmo tivesse brilhado.
- O Marcos Paulo falou uma coisa maravilhosa para mim no dia que o João Pedro fez os três gols. Ele me abraçou e disse ''Tia, estou tão feliz que é como se eu tivesse feito isso''. Eu achei lindo, porque vi que foi sincero, de coração. Foi maravilhoso, sei que foi sincero. Eles já brigaram como qualquer amigo, mas passa cinco minutos e eles já estão de bem. O João também fica feliz com a felicidade do amigo. Ele me ligou vibrando quando o Marcos foi convocado. É algo muito recíproco.
Esse sentimento de amizade, um torcendo pelo outro, não é novidade apenas para João Pedro e Marcos Paulo. Essa relação é comum entre os jogadores de todas as categorias de base. Flavia revelou que todos em Xerém abraçam os meninos, transformando o ambiente em uma verdadeira família.
- A maioria dos meninos de Xerém vibra pelo sucesso do outro. Eu lembro que, quando o João ainda era pequeno, nós comemoramos o sucesso do Gerson. A gente vive muito tempo em Xerém, então vibramos muito pela felicidade das pessoas. Xerém é uma grande família, é um local que abraça você. Esta é a sensação que eu tive. Não tem muito o que fazer por lá, então todo mundo assiste aos jogos de todo mundo. Vi as gerações 96, 97 e 98 jogarem. Os meninos torcem uns pelos outros.
BATE-BOLA:
Como é ser mãe de um jovem atacante que está encantando o mundo do futebol?
- Eu não penso em nada disso, apenas que eu sou mãe dele. A gente se assusta, conhece como joga, sabe do potencial, mas ele me surpreende a cada jogo. É surpresa para você e para mim também,
O que mudou na vida de vocês após o sucesso repentino?
- Aqui em casa ele e eu tentamos continuar agindo da mesma forma que sempre agimos, trabalhando. Eu leio tudo que escrevem sobre ele, umas mil vezes. Tem que trabalhar muito para ele tentar manter o que ele está fazendo, não é fácil. Ele sempre está fazendo gols, graças a Deus, o nível dele está bem alto, evoluindo cada vez mais. Tem que focar mais nos objetivos dele e menos nas informações externas.
O João Pedro tem algum tipo de acompanhamento profissional para conseguir suportar toda essa reviravolta na carreira?
- Ele sempre teve acompanhamento no Fluminense. Na base existem responsáveis por isso desde a categoria pré-mirim. Ele chegou lá em 2012, ano que fez 11 anos, em janeiro. Sempre foi muito bem trabalhado, com uma psicóloga sempre conversando com todos, nutricionista, assistente social, sempre houve um acompanhamento de todo mundo.
Vocês já começaram a pensar na mudança para a Inglaterra?
- Foi tudo muito rápido. Estamos tentando fechar algumas aulas de inglês. O meu marido que está pesquisando sobre o Watford, eu deixei isso para ele (risos). Ele está pesquisando os costumes, o que se deve falar, os gestos que podem ser feitos, como é a receptividade dos britânicos, cultura, alimentação... O meu marido está buscando as informações, o Fluminense viaja muito, então está complicado ter aulas de inglês. O que eu tenho conversado com o João é focar no que ele está fazendo. Nem eu estou pensando nisso direito. Temos quatro jogos muito importantes pelo Fluminense e ele precisa disso. Ele tem pequenas metas a serem cumpridas. Começou como reserva e agora já é titular. Falamos muito pouco sobre a Inglaterra, focamos sempre nos jogos. O João tem que conquistar o espaço dele.
Como foi para você ver o João Pedro tão novo, como titular, em uma partida fora do Brasil?
- A primeira coisa que eu falei foi: tome apenas aquilo que o Fluminense te der (risos). Não toma nenhum chá, suco ou nada esquisito. Vai saber né? Depois do que aconteceu com o Guerrero, eu fiquei um pouco receosa. Fora isso, ele já está acostumado à rotina de futebol, mas acredito que para ele foi uma grande novidade. Ele tinha a vontade de viajar com o clube, em sete anos de base ainda não tinha tido a oportunidade de viajar. Uma vez, a categoria dele viajou para um torneio em Cancún, mas foi no mesmo período da Copa Nike. A gente também nunca teve a condição de fazer uma viagem para o exterior, então, graças a Deus, a primeira viagem para o exterior foi com o time principal e como titular.
Como você encara essas comparações do João Pedro com craques como Ronaldo e Romário?
- Para ser sincera, eles já são ídolos. Eu falo que eles são, mas que ele ainda tem trabalhar muito para ser um. Os números são fenomenais, não estamos acostumados a ver uma coisa dessas em um começo de carreira. Geralmente os meninos tem um início lento no profissional. A gente não esperava esse número de gols, mas o João Pedro sempre teve muita gana, vontade. Ele usou o tempo que ficou como reserva na base para fazer gol atrás de gol quando recebeu a primeira chance no sub-17. Ele sabe que agora no profissional, era a oportunidade dele. Só faltava o gol para o time. O Diniz é um dos melhores treinadores do país, mas faltava a bola entrar. A bola procura o João Pedro, ele está com sorte, está fedendo a gol.
Como explicar a maturidade do João Pedro com apenas 17 anos?
- A maturidade vem pelo tempo que o João Pedro joga bola. O João Pedro começou a jogar bola com 4, 5 anos, e sempre jogou com meninos dois anos mais velhos que ele. Ele começou muito cedo. Faz 13 anos que ele joga, sempre competindo, disputando. Está a vida inteira jogando bola. Todos os treinadores lhe deram disciplina, tem hora para o treino, para o jogo. A maturidade faz parte disso, de começar muito cedo. Eu também sempre tive comprometimento com ele, não saímos com antes de dia de jogo. A gente sempre assistiu o Cristiano Ronaldo, muitos jogos lá de fora. Em véspera de jogo, para não ficar brincando com outras crianças, ele ficava a tarde inteira vendo futebol, descansando para o outro dia e isso ajuda também. .
Você tem medo de que o João Pedro fique deslumbrado?
- Ele não vai mudar, hoje temos uma condição melhor, mas ele não se deslumbra por isso. O que ele vive hoje não é muito diferente do que vivíamos no passado. Eu tive que começar de baixo para, aos poucos, conquistar o espaço dele. O João se encontrou de novo com o espaço dele e é difícil andar para atrás, mas às vezes é preciso para andar para frente.
Quais são os ídolos do João Pedro no futebol?
- Ele se espelha no Pedro, no Fred... Ele tem que olhar para frente e pensar em substituir o Pedro à altura no Fluminense. Esses são os ídolos dele no Fluminense, mas o grande ídolo dele no futebol é o Cristiano Ronaldo.
Ele já pensa em Seleção Brasiliera?
- Todo atleta sonha com a Seleção desde que nasce. É trabalhar muito, se ele continuar fazendo gols e mais gols a vez dele vai chegar. Os mais velhos vão dar a oportunidade para os mais novos daqui a pouco.
Como foi a emoção após o primeiro gol do João Pedro, marcado contra o Flamengo?
- Ninguém dormiu nesse dia, o corpo ficou tremendo até o dia seguinte. Parece que você vê o filme passar todo de novo na sua cabeça, ainda mais contra o Flamengo, que desde a base é muito rival do Fluminense. Mexeu muito com ele aquele gol e com todos lá em casa também. Pareceu um sonho, parecia até que não era real.
Se ninguém dormiu quando ele fez o primeiro gol, qual foi a reação após de vocês após o show do João Pedro diante do Atlético Nacional?
- Eu fiquei em êxtase, perguntei o que estava aconteceu, foi surreal. O primeiro jogo internacional dele, eu olhava para os outros e não sabia o que estava acontecendo. Era uma maquininha de fazer gol. Foi o jogo que não podia piscar, não podia perder nada. Meu marido chorou muito e eu nem consegui sair da cadeira, se eu me levantasse eu cairia no chão, não sentia minha perna.
Com o sucesso, o assédio das meninas deve ter aumentado bastante. Você se considera ciumenta ou costuma dar conselhos quanto a isso?
- Não sou ciumenta, eu fico até ajudando a escolher (risos). Fico olhando qual é a mais bonita. Eu falo que ele tem que usar camisinha, se cuidar, tem que olhar a rede social da menina para ver como ela é. São conselhos de mãe. Falo para ele procurar uma menina legal, para namorar. Não precisa ser nada sofisticado. Dou todo o apoio. Não gosto de quando alguém fica com uma menina apenas por ficar. Tem que ficar com alguém se for para namorar. Eu sou mulher e a gente tem que ser bem tratada. Ele tem que ser gentil, educado, respeitador, nunca desvalorizar a mulher. Eu ensinei ele a dar valor a mulher.
Valeu a pena você ter largado tudo em Ribeirão Preto para ajudar o seu filho a realizar o sonho de ser jogador de futebol?
- Eu acho que vale a pena sim. Se o filho tem um sonho, a nossa função como mãe é ajudar. Mas isso só vale a pena a partir de quando a gente anda na história junto com ele. Sozinho ninguém vai dar conta. Ir para uma festa quando seu filho está concentrado, dormindo, não vai resultar em nada. Você tem que comprar a briga com ele, fazer companhia, ele precisa do apoio. É assistir o filho jogar, incentivar, ouvir e ver o que falta. Tem pais que jogam a responsabilidade nos meninos, mas eu compro a briga junto com ele. Vale a pena a luta, fechar junto. Estar junto sempre vale a pena.
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