Marcelo Oliveira foi apresentado como novo técnico do Fluminense na tarde desta terça-feira. O treinador, que assinou vínculo até o fim do ano, chegou ao Tricolor enaltecendo o clube e ressaltando as boas referências que teve em relação ao elenco em conversa com Abel Braga.
Ele lembrou que, por pouco, em oportunidades anteriores, não vestiu a camisa do Fluminense, tanto na época de jogador tanto já na fase de treinador, salientando que o convite atual o animou.
- Me sinto absolutamente honrado e orgulhoso de estar no Fluminense. Quando eu jogava, tive duas sondagens para jogar no Fluminense, mas não deu certo. Ficou aquilo na cabeça. Depois, como treinador, fui consultado uma vez para vir, em um momento que não poderia romper o meu contrato. Agora, com esse convite, me empolguei. Fluminense é um clube tradicional, camisa pesada, instituição glorioso. A referência que tive foi de um elenco comprometido, jogadores jovens e outros experientes, com muita capacidade. Substituindo um técnico vitorioso como o Abel, que deixou uma base boa de trabalho, vamos estabelecer nossos objetivos - disse.
Por outro lado, o comandante reconheceu que há a necessidade de reforçar o grupo e indicou que pode não ser preciso um grande poder financeiro para conseguir novas peças para o elenco tricolor:
- Tanto o Paulo Angioni (novo diretor de futebol) quanto eu temos relacionamentos bons em outros clubes. Isso pode ajudar. Podemos trazer jogadores que podem somar. Mas a coisa boa é que o elenco que está aí me satisfaz. Jogadores jovens e com experientes bons - afirmou.
Além disso, Marcelo Oliveira deu indícios de que pode mudar a forma que o Fluminense vinha atuando desde o início da temporada, com o esquema 3-5-2:
- Já joguei com três zagueiros, mas tenho preferência de jogar em outra forma. Vou conversar com os jogadores.
Veja outros tópicos da coletiva do novo técnico:
Má fase do elenco
Tive apenas um contato, que foi hoje. Tenho alguns tópicos que falo no começo de trabalho. Foi um conversa de meia hora, 40 minutos, mas vi uma concentração muito grande dos jogadores. Mas as referências foram muito boas. É bom quando você ouve do técnico anterior que o elenco é comprometido e tem bons jogadores. Falei com eles que, na oitava rodada, o Flu tinha 62% de aproveitamento e hoje tem 38%. Aconteceu alguma coisa e precisamos retomar.
Maior desafio na carreira?
Futebol é um eterno desafio. Qualquer outro clube que fosse trabalhar, seria um desafio também. Coritiba peguei quase na zona de rebaixamento. Cruzeiro, quando cheguei, tinha uma resistência pela minha história no Atlético. No Palmeiras, pela tradição e recurso financeiro, precisa ganhar jogos. Como profissional, estamos acostumados. Custo é o trabalho no dia a dia.
Reforços
Foi comentado (reforços). Condição que eu pedi foi que tinha de ter a chegada de, ao menos, três peças. Ainda mais que o Fluminense está em duas competições. Me apresentaram alguns nomes e alguns deles, coincidentemente, já estavam na minha mente. Por questão interna, vamos esperar.
Posições?
Internamente é uma coisa que estamos conversando. Questão de posição e jogadores, prefiro me reservar. Confio no grupo, mas é mais reduzido. Agregar jogadores também experientes.
Momento político conturbado
Técnico, quando chamado, pode falar da política e questão financeira, mas meu trabalho é trabalhar tecnicamente. Com as vitórias, com certeza vai amenizar muito as outras questões. Não conversamos sobre isso (política do clube). O poupei dessa situação. Presidente capaz de solucionar esse tipo de problema. E, sinceramente, não me diz muito respeito. Estou aqui para formar um grande time, capaz de ser envolvente, como o Flu sempre foi. Time de bom toque, guerreiro. Estarei focado no dia a dia, no campo, nos jogos.
Salários atrasados
Também não estou totalmente inteirado (salários atrasados), mas vi o presidente conversando de forma bem clara com os jogadores, tentando resolver.
Necessidades do elenco
Fazendo uma avaliação rápida, Fluminense sempre teve um bom toque de bola. Sempre que joguei no Maracanã, sempre foi muito difícil. Torcida empurra. Fluminense tem um histórico de times técnicos. Precisamos ser fortes no mando de campo, ter o apoio da torcida. E temos de ter mais regularidade.
Conversa com Abel
O Abel é meu amigo pessoal. Jogamos na mesma época. O auxiliar, o Leomir, é concunhado do meu auxiliar. Natural que, quando surgiu o convite, pudéssemos trocar ideias. Claro que precisamos de ajustes, mas as informações foram boas naquilo que é importante para mim. Jogadores jovens, que se comprometem, sem vaidade. tendo esse ambiente de entrega, vamos conseguir os bons resultados.
Últimos trabalhos
Trabalho no Atlético-MG, de sete meses, chegamos e tinha oito titulares machucados. Mesmo assim, classificamos para a Libertadores direto e jogamos a final da COpa do Brasil com o Grêmio. Por mais que se possa pensar, resultado do Atlético foram bons. Depois do Atlético, quis ficar descansando um pouco mais e atendi ao pedido do Coritiba. Trabalho árduo, difícil e que, infelizmente, não conseguimos e me sinto também responsável. Pensando que minha carreira tem oito para nove anos, foram muito títulos e isso me dá força neste novo desafio.
Estreia em clássico, bom ou ruim?
Não dá para dizer que é bom ou ruim. Todo jogo é difícil. Clássico envolve muitas coisas. Seja o Vasco ou qualquer outro time, temos de trabalhar para ser um time organizar em campo e impor a questão técnica. Time bem postado e que possa marcar bem.
Perder Pedro na janela preocupa?
Negociação é comum no Brasil. Times não ficam por muito tempo. Cruzeiro foi campeão dois anos, base boa, depois perdemos oito jogadores. É a concorrência desleal de outros mercados. Espero que não saia nenhum jogador e isso incluiu o Pedro. Jogador que está surgindo, com faro de gol, boa técnica. Sempre gostei de usar jogador assim. Vamos armar o time para não agredir as características dos principais jogadores.