Mário Bittencourt reforça apoio a Odair no Flu e critica Jorge Jesus
Presidente tricolor garantiu a permanência do atual treinador, mesmo em caso de eliminação na Copa do Brasil, e rebateu declarações sobre técnico do Fla sobre o Maracanã
O Fluminense se reapresentou no CT Carlos Castilho, nesta sexta-feira, para iniciar a preparação para o clássico contra o Vasco, no domingo, pela terceira rodada da Taça Rio. Após as atividades, o presidente Mário Bittencourt concedeu entrevista coletiva e fez questão de reforçar o apoio ao treinador Odair Hellmann, que passou a ser contestado por parte da torcida, após a derrota para o Figueirense, na última quarta-feira, pela Copa do Brasil. Segundo o mandatário, o técnico permanece no cargo, mesmo em caso de eliminação.
–Não existe a menor hipótese de Odair sair. Mesmo que a gente não passe dessa fase da Copa do Brasil ele segue como treinador do Fluminense. Montamos um elenco no início de janeiro e um mês depois já estávamos em uma competição internacional. Escolher um culpado, não vou fazer. Não é meu estilo de trabalhar. Os resultados não são o que gostaríamos, mas são os resultados que estão acontecendo em razão de uma série de questões. Contra o Figueirense, fizemos um jogo ruim. Ele não está pressionado e nunca esteve, não existe hipótese dele ser demitido, independente do resultado de quinta-feira – disse Mário Bittencourt.
O presidente tricolor fez ainda questionamentos ao calendário e à cultura imediatista do futebol brasileiro ao justificar a escolha pelo treinador, contratado em dezembro. As dificuldades financeiras do Tricolor, segundo ele, não permitem a troca constante de comando na equipe.
– A escolha do Odair foi pelo trabalho que ele fez de sair de uma Série B no Internacional e entregar o time em uma Libertadores, mesmo com as dificuldades financeiras. Isso significa que ele precisa de um longo prazo para fazer um bom trabalho. Ele tem o grupo ao lado dele e trabalha muito. Precisamos nos cobrar internamente. Esse é um grande mal do futebol brasileiro. O trabalho tem que ser de médio e longo prazo. Montamos um excelente grupo nas nossas condições. Não vou estourar o caixa do clube. Me comprometi a recuperar a instituição. Cada vez que troco de treinador é uma rescisão a mais para pagar, como deixaram para mim – justificou.
Críticas a Jorge Jesus
Outro tema da coletiva de Mário Bittencourt foram as críticas do treinador do Flamengo, Jorge Jesus, ao fato de outros clubes, além do Rubro-Negro, também mandarem jogos no Maracanã. O dirigente tricolor classificou as declarações do português como "lamentáveis".
– Ele chegou no Brasil semana passada. Talvez não tenha estudado a história do Fluminense, do Fla-Flu. Talvez não saiba que existe uma parceria entre os dois clubes. Quando se está ganhando, tudo que se fala acham bonito. Se a situação lá estivesse ruim, acho que ele estaria preocupado em falar outras coisas. Lamento. Não é a primeira vez que ele desmerece outros clubes do futebol brasileiro, não só o Fluminense, mas também o Vasco, o Botafogo e clubes dos outros estados – respondeu.
Mário Bittencourt também fez críticas ao que chamou de "moda" em valorizar profissionais vindos de outros países e defendeu o Maracanã como um patrimônio de todos os clubes brasileiros.
– Os clubes de futebol brasileiro não se formaram uns sem os outros. O Fluminense não existe sem os seus adversários. Já tivemos jogos importantes, épicos e decisões com quase todos os grandes clubes do Brasil. Lamento que um treinador estrangeiro fale isso. Virou modinha. Com todo respeito, Portugal continua capinando lá para jogar um futebol como o do Brasil até hoje. Todos os clubes do futebol brasileiro podem jogar no Maracanã. O Santos de Pelé já foi campeão no Maracanã. As pessoas passam e as instituições ficam. Não é um treinador que vem de fora do Brasil que tem que dizer como o Maracanã deve ser utilizado – completou.
O Fluminense volta a atuar no Maracanã, no domingo, às 18h, no clássico contra o Vasco pela terceira rodada da Taça Rio. O jogo será disputado com os portões fechados, em razão da pandemia do coronavírus.