Consolidado como um dos pilares do Fluminense, Nino concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira e foi cirúrgico sobre o momento do clube. Em campo, o Tricolor está reagindo no Campeonato Brasileiro, mesmo com todas as dificuldades financeiras e constantes trocas de comando. No entanto, na avaliação do jogador, os resultados podem ser atribuídos um pouco ao acaso.
- No primeiro turno, estávamos em outras competições, com atenção dividida. Também tínhamos muito mais oportunidades, criávamos, mas o adversário fazia o gol. Contra o Bahia, no sábado, aconteceu justamente o contrário e tomamos o controle do jogo. Futebol tem muito detalhe. No primeiro turno essas coisas aconteceram mais para os adversários e no segundo turno está ao contrário e isso não tem como explicar. Vale ressaltar que a gente sempre trabalhou, sabendo que a maré iria mudar - avaliou.
É inegável que o técnico Marcão também tem grande responsabilidade pelo momento atual vivido pelo Fluminense. Em quatro jogos foram três vitórias e um empate, com apenas um gol sofrido. Nino destacou as qualidades do treinador, valorizando principalmente o amor dele pelo Tricolor.
- A história do Marcão mostra o amor que ele tem pelo Fluminense. Conhece muito esse clube e cada jogador que está aqui. Desde que começou o trabalho, sempre foi muito próximo e ajudou muito. Vemos nele um amigo, um cara que nos representa, uma liderança que podemos contar e que trata todos da mesma forma. Quero somente agradecer a oportunidade de trabalhar com ele - comentou.
Além dos elogios ao atual comandante, Nino fez questão de ressaltar a importância de Fernando Diniz, responsável por comandar o Tricolor por quase oito meses. Na opinião do zagueiro, os frutos do trabalho dele estão sendo colhidos agora, somados aos méritos de Marcão
- A gente fala muito da importância do Marcão, que realmente tem mudado o nosso ambiente. Mas também quero chamar a importância para o trabalho do Diniz. Seríamos injustos se esquecermos tudo o que ele fez aqui. A gente colhe frutos que ele plantou. Dando esse mérito ao Diniz, não estou tirando o do Marcão, que mudou a nossa maneira de jogar, pensar o jogo e isso tem feito a diferença. Todo mundo empenhado a não tomar gol - disse.
TABELA
Confira a classificação do Campeonato Brasileiro
Com todos os pontos positivos enumerados, Nino pretende, a partir de agora, mirar a parte de cima da tabela, situação possível por causa dos bons resultados contra adversários que lutam contra o rebaixamento, como Fortaleza, Botafogo e Cruzeiro.
- A gente sabia da importância dessa sequência. Enfrentamos alguns adversários diretos na briga contra o rebaixamento. Sabíamos que esses resultados poderiam definir qual seria a nossa luta no campeonato. Graças a Deus conseguimos pontos importantes e creio que se mantivermos nesse ritmo, nossa briga pode ser outra - lembrou.
BATE BOLA COM NINO
Com contrato até dezembro, já existem negociação para você permanecer no Fluminense?
- Não tenho pensado muito nisso, mas a minha vontade é ficar. Não depende só de mim, tem o Criciúma na jogada. Tem uma negociação entre clubes, para depois chegar em mim. Tenho deixado isso com meus empresários. Me sinto em casa, sou muito feliz na cidade e espero que isso se resolva da melhora maneira. No momento, penso em ajudar o time dentro de campo para conseguir bons resultados.
Apesar do bom momento em campo, fora dele o clube ainda está devendo com as obrigações. Como está o ambiente por conta dos salários atrasados?
- Desde que eu cheguei, eu encontrei um grupo muito bom, assim também como os funcionários. Eu creio que o Fluminense é do tamanho que ele é, por causa das pessoas que trabalham aqui. Eu não tenho nada a falar do ambiente, que é sensacional. Me sinto em casa e muito feliz aqui. Representamos isso, com todas as dificuldades. O presidente é muito sincero e transparente, nos dando confiança.
Allan e Caio Henrique voltam ao time após estarem com a Seleção Olímpica. Você possui idade para ser convocado. Sonha com essa possibilidade?
- Soube por algumas pessoas que estava sendo sondado pela Seleção Olímpica. Fico feliz pelo Allan e pelo Caio, que merecem. Tenho essa expectativa, é o sonho de qualquer jogador, mas sei que isso só acontece pelo meu trabalho no Fluminense e eu sou muito grato. Por isso, continuo com o foco aqui e espero pela minha oportunidade. Se for da vontade de Deus, vai acontecer.
Ambos desfalcaram o Fluminense em partidas importantes, porque o campeonato não foi paralisado. Como você enxerga essa situação?
- Se o jogador está na Seleção é porque representa muito para o seu clube. Temos três jogadores que nos desfalcaram por isso, ainda tem o Marcos Paulo. A data Fifa não parar o campeonato é algo que tem que ser revisto. É algo que nos incomoda, porque ao mesmo tempo em que temos esse sonho, deixamos o clube na mão. Se nos unirmos por essa causa, teremos essa paralisação. É melhor para o campeonato, para os clubes, para os jogadores e para a seleção, que sempre terá os melhores.
O que falar do Athletico?
- O Athletico é um time que a muito tempo está organizado. Tem um ótimo treinador que faz um ótimo trabalho desde o ano passado, conquistando alguns títulos e tem jogadores de qualidade. A gente sabe da dificuldade desse jogo.