Odair diz não ter visto cumprimento de Jesus e afirma que auxiliar do Flamengo ‘perdeu a linha’
Treinador explicou a confusão ao final da partida com membros da comissão técnica e elogiou a postura do português após o confronto
No dia seguinte ao primeiro jogo da final do Campeonato Carioca, vencido pelo Flamengo por 2 a 1, o técnico do Fluminense, Odair Hellmann, concedeu entrevista coletiva no CT Carlos Castilho e explicou a confusão ocorrida nos minutos finais da partida envolvendo membros da comissão técnica do Fla. O treinador disse que o auxiliar do Rubro-Negro, João de Deus, foi desrespeitoso no momento em que ele foi reclamar sobre os três minutos de acréscimo com o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães.
- O que aconteceu não foi com o Jorge Jesus ou os jogadores do Flamengo. A única situação que teve foi com o auxiliar, o João de Deus, que houve um desrespeito muito grande. No final do segundo tempo, quando fui falar com o quarto árbitro sobre os três minutos de acréscimos. Da mesma forma que reclamaram dos três minutos na partida anterior. Acho que os dois foram errados. Mas quando fui conversar o auxiliar técnico perdeu a linha e o respeito. Tínhamos conversado na semana passada a respeito de algumas situações que aconteceram na partida e que deveríamos nos preocupar em jogar e minimizar as discussões. Eu prontamente concordei. Mas não posso concordar com desrespeito ou passar do ponto - disse o treinador.
Odair ainda explicou que ele e Jesus conversam após a partida, na subida para os vestiários. O comandante tricolor elogiou a postura do português e negou que tenha se recusado a cumprimentar o técnico do Flamengo.
- Na volta, eu indignado com essa situação e conversando com os jogadores do Flamengo para falar sobre a situação de quarta-feira, aconteceu isso do Jesus que eu não vi. Não é meu critério ou posicionamento. Em toda minha carreira tenho respeito e vou continuar tendo. Até porque o Jorge Jesus sempre foi respeitoso comigo. Se tivesse visto teria cumprimentado ele. Não é hábito dele cumprimentar antes ou depois do jogo, eu até falei com ele antes, mas ele acabou não vendo. São circunstâncias, a pessoa está pensando em outra coisa. Se tivesse visto eu teria falado, não tenho nada para falar sobre ele. O que aconteceu foi o fato isolado com o auxiliar.
- Quando estávamos subindo as escadas, o Jesus me chamou e perguntou o que tinha acontecido. Eu expliquei isso e saímos para o vestiário. Sem inverdades, essa é a realidade. Sou muito profissional e homem para assumir insatisfações. Se eu não tivesse cumprimentado porque eu não queria, teria dito. Precisamos valorizar o jogo. Se falou muito desse pequeno detalhe e pouco do jogo. Isso faz parte, mas é importante não transferir as conversas para isso e esquecer o grande jogo que foi - completou.
O treinador do Fluminense preferiu não dizer o que João de Deus falou dentro do campo, considerado por ele como desrespeitoso. A próxima partida será nesta quarta-feira, a partir das 21h, também no Maracanã.
- Qualquer coisa que se fale ali dentro não trago nada de vestiário ou campo para fora. O que é do campo é dali. Vai ser sempre, com relação aos nossos jogadores e adversários. Já tinham acontecido algumas coisas no primeiro jogo, conversamos sobre isso. Ali eu só fui fazer a mesma coisa que fizeram na final da Taça Rio para que tenhamos equilíbrio de fazer o jogo de futebol que fizemos e dar foco ao que apresentamos. Acabou, fechou a questão. Com respeito aos adversários e profissionais. É assim que eu prego e que nossos jogadores se comportam. Que vença quem for melhor no campo de jogo.
Por ter vencido o primeiro jogo por 2 a 1, o Flamengo tem a vantagem do empate na segunda partida. Em caso de vitória tricolor por um gol a decisão vai para os pênaltis. Se quiser levar a taça no tempo normal, o Tricolor precisa vencer por dois ou mais gols de diferença.
- Temos conseguido desde o primeiro jogo na final da Taça Rio. A expectativa era que tivesse um placar elástico. Existia um favoritismo do Flamengo. Eles chegaram melhor preparados e continua. É um time que está junto há um ano, campeão da América e brasileiro. Tem mais tempo de treinamento do que nós. Tivemos oito dias de treinamentos, quatro sessões táticas. Não estou conseguindo trabalhar taticamente entre um jogo e outro, apenas recuperar fisicamente. Quero fazer um elogio público aos jogadores por tudo desde o primeiro dia. Pela conduta em todos os jogos. Claro que contra o Volta Redonda não foi bom, mas evoluímos. Eles têm sido exemplares. Acho que crescemos como equipe e na confiança. Mostramos respeito, mas a melhor forma de fazer isso é jogando o melhor, mostrando a força. Cada um colocando seu melhor. Temos muita qualidade. Temos que fazer um jogo taticamente perfeito. Tecnicamente já evoluímos também na forma de construir as jogadas e situações. A equipe ganha consistência e corpo - avaliou Odair.