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OPINIÃO: Descartar o Fluminense da disputa por títulos em 2022 é brigar com a realidade

Tricolor é vice-líder do Campeonato Brasileiro, semifinalista da Copa do Brasil e diariamente tirado dos concorrentes às taças

Fluminense - grupo
imagem cameraFluminense está na disputa por títulos no Brasileiro e na Copa do Brasil (Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense FC)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 22/08/2022
20:11
Atualizado em 23/08/2022
09:30

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Antes de a bola rolar para os campeonatos em 2022 era normal colocar Palmeiras, Flamengo, Atlético-MG e, neste ano, o Corinthians como concorrentes aos principais títulos. A chegada de Fernando Diniz, porém, fez o Fluminense atingir um outro patamar nessa disputa. Vice-líder do Brasileirão e semifinalista na Copa do Brasil, o Tricolor é avaliado diversas vezes como dono do melhor futebol do Brasil. Mas, então, como explicar a ideia de muitos de que o Flu não é um dos postulantes às taças?

Muito se falou ao longo dos últimos dias sobre a tal da "final antecipada" entre Flamengo e Palmeiras no Campeonato Brasileiro. Até quando se analisam os principais concorrentes ao título é difícil que citem o Fluminense, que vai encarar o time paulista no próximo sábado e pode colocar a diferença de oito para cinco pontos, algo totalmente atingível dentro da realidade brasileira. Desde que Fernando Diniz chegou, o Flu deixou de ser somente o azarão entre os favoritos para se consolidar como uma das forças na briga.

É contraditório que se fale sobre o melhor futebol do Brasil e ao mesmo tempo desvalorize a briga por taças importantes. O Fluminense, é claro, oscila nesse momento da temporada. Passa por jogos muito bons, como fez contra o Coritiba no último sábado, assim como alguns dias ruins, como na derrota para o Internacional no Beira-Rio. Além disso, tem um elenco bem menos recheado do que os atuais concorrentes, o que torna a missão difícil, mas não impossível.

Veja a tabela do Campeonato Brasileiro

​O Flu deixou de ser uma surpresa em 2022. Em 2020 é possível dizer que o time surpreendeu ao atingir a vaga direta para a Libertadores, terminando o Brasileiro em quinto. Naquele momento o investimento ainda não era dos maiores, mas o ótimo trabalho de Odair Hellmann complementado por Marcão mudou as coisas. O Tricolor entrou em 2021 sabendo que a expectativa era maior e correspondeu. Chegou às quartas de final da Liberta, ficou em sétimo no Brasileirão.

Nesse ano a mudança de panoramas já começou no Campeonato Carioca. É impossível desvalorizar o feito de um time que venceu 13 jogos consecutivos e foi campeão colocando o favorito Flamengo na roda na decisão. É claro que houve instabilidade e decepção. A saída de Abel Braga sinaliza que os rumos precisavam mudar e geraram de certa forma uma insegurança inclusive na torcida. Será que de fato era o ano de sonhar? E, sim, é.

Fernando Diniz, dentro de todo seu histórico ainda instável, mostrou que esse time é, sim, capaz de ser competitivo, jogar bem e, mesmo quando a atuação é ruim, ter o espírito "copeiro" o suficiente para sair com os três pontos ou a classificação. Aconteceu contra o Fortaleza na última semana.

O Fluminense ao lado de seu torcedor no Maracanã se tornou um acontecimento. É o segundo melhor mandante do Brasileirão com a mesma pontuação conquistada pelo Flamengo até aqui e uma diferença apenas no número de derrotas por ter tido um jogo a mais. Como visitante é quase igualmente forte. O quarto melhor e sempre lotando os setores destinados a ele nos estádios Brasil a fora.

Como o próprio LANCE! já mostrou, o elenco é curto e fica sobrecarregado. É impossível prever se o Flu vai aguentar na mesma intensidade até novembro. Mas não é absurdo pensar que há chances, especialmente em um torneio mata-mata como a Copa do Brasil. Outros clubes já mostraram antes ser possível. O próprio Fluminense já reverteu o 1% de chances em 100% quando escapou do rebaixamento em 2009.

Tirar o atual vice-líder do Brasilerão e semifinalista da Copa do Brasil da lista de concorrentes ao título é desvalorizar um time aguerrido e que demonstra uma maturidade importante em jogos grandes. É brigar com a realidade atual.

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