O presidente Pedro Abad, do Fluminense, está suspenso por 30 dias após julgamento nesta terça-feira, no TJD-RJ. Na ocasião, o mandatário foi punido pelas declarações onde chamou os torcedores "para a guerra" antes da final da Taça Guanabara, contra o Vasco. O clube poderia ser expulso do Campeonato Carioca, mas a denuncia foi retirada de pauta e houve multa de R$ 60 mil por acionar a Justiça comum antes de esgotar as esferas desportivas.
Ainda há como recorrer. O Fluminense foi denunciado no artigo 231 por ter ido à Justiça comum antes de encerrar os recursos na desportivo na briga pelo setor sul do Maracanã. As penas apresentadas eram de multa e exclusão do clube do Campeonato Carioca. No entanto, a procuraria retirou o processo de pauta.
Já Pedro Abad foi denunciado no artigo artigos 243-D, por "incitar publicamente o ódio ou a violência" e 258, por "assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva", ao convocar torcedores "para a guerra" na decisão da Taça Guanabara. O julgamento ocorreu de foram unânime e o mandatário foi suspenso das atividades.
Rafael Lira, relator do processo, declarou que não houve incitação à violência nos termos usados pelo presidente, mas, sim, irresponsabilidade por parte de Abad. Com isso, votou por 30 dias de suspensão. Ao Fluminense, declarou multa de R$ 10 mil, previsto pelo artigo 258-D, e aplicação de R$ 50 mil pelo artigo 191, inciso 3.
O auditor Leonardo Lemos votou pedindo 60 dias de suspensão para Pedro Abad, acompanhando o voto do relator com pena de R$ 50 mil no artigo 191, e R$ 10 mil no 258-D. O também auditor Rodrigo Borges acompanhou a decisão inicial e aplicou 60 dias de suspensão ao presidente. Julião de Melo também acompanhou o voto do relator.
No final, Wanderley Rebello de Oliveira Filho, presidente da 2ª Comissão Disciplinar, desempatou a questão da suspensão de Abad. Decisão final: 30 dias de suspensão e multa de R$ 60 mil para o clube.
ENTENDA O CASO
Na ocasião, Abad declarou ser contra a realização do jogo nos moldes que estavam em andamento, mas garantiu que o Tricolor jogaria a partida e convocou os torcedores tricolores à "guerra", no sentido de lotar o setor norte para apoiar o time.
- O Fluminense não concorda em nada com a organização desse jogo. Não concordamos com isso. Mas quero chamar nosso torcedor para a guerra amanhã. Quero dizer que nossos jogadores estão treinando até 1h30 da tarde, em um sol escaldante, estão se matando de treinar. E temos que ganhar o jogo amanhã. Nós vamos ganhar. Vamos para dentro. O time precisa do torcedor. Eu quero que vocês lotem aquele setor que não é o nosso (norte), que não é ali que é o nosso lugar. Mas o time é mais importante do que essa questão amanhã. Vamos lá para guerrear, para batalhar - declarou, mas explicou o sentido da palavra pouco depois:
- A guerra é dentro do campo. Nosso clube é o time de guerreiros. Falo de guerra saudável. Não estou pedindo ao nosso torcedor para brigar com ninguém, muito pelo contrário. Quero um ambiente pacífico, com foco dentro das quatro linhas.