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Presidente do Flu critica volta do futebol e reunião de rivais com Bolsonaro: ‘Não quero me misturar’

Presidente do Fluminense respondeu a uma declaração de Campello, mandatário do Vasco, de que não teria ido pois não queria se expor e voltou a reafirmar postura contra retorno

Mário Bittencourt - Fluminense
imagem cameraMário Bittencourt, presidente do Fluminense, falou novamente sobre o retorno do futebol (Foto: MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 24/05/2020
22:23
Atualizado em 24/05/2020
23:07

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A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) e os clubes que disputam o Campeonato Carioca se reuniram neste domingo com a prefeitura do Rio para debater a volta do futebol no Estado. Em entrevista ao "Troca de Passes", do SporTV, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, criticou o movimento de retorno

- A gente fez uma nota mais cedo explicando que não recebemos um convite oficial da prefeitura, mas que esse não é o motivo do nosso não comparecimento. Foi apenas para ilustrar que além de não concordamos com uma reunião neste momento, entendemos inadequada uma reunião para falar de futebol, forçar a volta do campeonato no momento que atingimos quatro mil mortes no Rio de Janeiro - disse Mário.

No sábado, o Rio de Janeiro bateu o recorde de mortes causadas pelo novo coronavírus, com 248 óbitos. Desde o início da pandemia o estado soma 37.912 casos e 3.993 mortes provocadas pelo vírus. Mário relembrou ainda uma reunião de Rodolfo Landim, do Flamengo, e Alexandre Campello, do Vasco, com o presidente Jair Bolsonaro em Brasília para debater o retorno das atividades no Rio.

- O presidente (Rodolfo) Landim, do Flamengo, e o (Alexandre) Campello, do Vasco, foram a Brasília em movimentos individuais deles. O Fluminense não sabia da ida e se soubesse não concordaria. Hoje o Campello disse que eu e o presidente do Botafogo não fomos à reunião pois não queríamos nos expor. Queria aproveitar para responder e dizer que na verdade não queremos expor nossos funcionários e atletas a um risco de contágio grande e eu também não quero me misturar a esse tipo de atitude que considero sem nenhum propósito. Um desrespeito. Temos várias pessoas que perderam as vidas para a COVID-19. Óbvio que quando voltar o futebol nós vamos continuar convivendo com o vírus até que tenha uma vacina - criticou.

Entre os pontos criticados pelo Fluminense está uma tentativa de mudança no regulamento do Carioca, que não pode existir sem um acordo coletivo. A convocação do arbitral da Ferj está marcada para esta segunda-feira. Mário garantiu que o Tricolor entrará com pedido de impugnação do edital divulgado pela federação.

- Esse edital fala de vários itens prevendo o retorno do campeonato e tenta alterar regras da competição, o que o Fluminense entende que é impossível de acontecer não só pela vedação do estatuto do torcedor, mas também pela falta de unanimidade, porque Fluminense e Botafogo não estão de acordo. O edital fala, por exemplo, em reduzir o intervalo de interjornada dos atletas para que possa jogar em um tempo menor. Isso sem o aval do sindicato e sem acordo coletivo é nulo. O Fluminense não entende que seja cabível qualquer tentativa de retorno simplesmente porque vamos passar uma ideia para toda a sociedade, especialmente no Rio de Janeiro, onde as pessoas estão cumprindo pouco a quarentena e o número de óbitos e de contaminados só cresce, entendemos que o futebol tem que ser exemplo - afirmou.

Um dos protocolos de retorno definidos pela prefeitura fala em "treino de fisioterapia com bola". O presidente do Fluminense rebateu a viabilidade de que as atividades obedeçam às regras.

- Essa nota (da prefeitura) fala em treino de fisioterapia com bola. Isso é para inglês ver. As pessoas vão treinar com bola, vão fazer coletivo, não vai ter ninguém filmando o CT. Fisioterapia com bola? Pelo amor de Deus. Está se ultrapassando todos os limites nesse momento. Não faço crítica pessoal a ninguém, mas não consigo conceber que o Brasil esteja lutando arduamente, especialmente o Rio de Janeiro, contra a pandemia e as mortes de mais de 20 mil pessoas e possamos sequer treinar - completou.

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