Principal referência no ataque, João Pedro busca regularidade no Flu

A derrota por 3 a 0 para o Goiás, no último domingo, deixou em evidência as dificuldades do Fluminense em se aproximar do gol adversário. Depois de seis jogos com Oswaldo de Oliveira, o time vive uma queda em relação à época de Fernando Diniz no número de finalizações. No Serra Dourada, o time chutou a gol nove vez e acertou a direção apenas duas.  A saída do atacante Pedro para a Fiorentina deixou o time sem o artilheiro no Brasileirão e é outro fator que contribui para a piora no setor. Herdeiro da posição de homem de referência no ataque, o jovem João Pedro ainda oscila entre atuações boas e apagadas e luta para se firmar como o goleador do Flu.

O jogador de 17 anos entrou em campo 15 vezes no torneio nacional e marcou quatro gols. O último deles contra o Fortaleza, na 18ª rodada, garantiu uma importante vitória fora de casa, por 1 a 0. Os lances de talento do jovem capazes de decidir não são ainda uma constante na temporada e nos jogos seguintes contra Palmeias, Corinthians e Goiás ele voltou a passar em branco.  Antes da partida no Castelão, só havia balançado as redes na competição, no final de maio, quando o Tricolor foi derrotado para o Bahia, por 3 a 2, na sexta rodada. 

Cria de Xerém, João Pedro teve um início avassalador com o time profissional, que empolgou a torcida e os críticos. Logo na estreia como titular, anotou três gols e deu uma assistência, na vitória tricolor por 4 a 1 sobre o Atlético Nacional-COL, pela Copa Sul-Americana. Diante do Cruzeiro, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, marcou um golaço de bicicleta digno de prêmio.  

Depois disso, no entanto, passou a oscilar entre boas e más atuações, junto com a equipe, algo comum quando se trata de jogadores jovens. O lance contra o Fortaleza mostrou que o Flu depende dos gols e lances de genialidade do jovem para melhorar a situação na tabela e escapar do rebaixamento.  Para piorar, Yony González, o artilheiro do time na temporada com 15 gols, vive um incômodo jejum de nove jogos sem balançar as redes dos adversários, o período de pior "seca" do colombiano com a camisa tricolor.

O jovem de Xerém também tem sido prejudicado pela falta de criatividade do Flu. Oswaldo não consegue achar soluções para que a bola chegue com mais qualidade aos homens de frente. Ganso e Nenê, os dois nomes de referência no meio-campo, ainda não renderam o esperado atuando juntos. 

Ganso chegou a marcar contra o Corinthians, em uma falha de Cássio, mas voltou a ter atuação discreta diante do Goiás. Já Nenê, tem jogado um pouco mais recuado, e só marcou um gol desde que foi contratado, na derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG, na 14ª rodada.

Momento do Santos pode ajudar

O próximo desafio do Fluminense será contra o Santos, no Maracanã, pela 21ª rodada, na quinta-feira. O time comandado pelo técnico Jorge Sampaoli não vive um bom momento no Brasileirão. O Peixe não vence há três jogos e tem sido muito criticado pelas falhas defensivas recentes, além de ter perdido a liderança e visto o líder Flamengo abrir oito pontos de vantagem. O time não vai poder contar com o comandante argentino no banco, suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo. 

Nos últimos seis jogos, o Alvinegro Praiano sofreu dez gols e por duas vezes levou três na mesma partida (Fortaleza e Grêmio).  Apenas dois destes se originaram de lances de bola parada, o que indica que a equipe tem cometido falhas coletivas quando perde a posse. O fato pode ser uma chance do Flu e de João Pedro finalmente deslancharem. No total, o time paulista já foi vazado 22 vezes, o que o deixa na 10ª colocação geral no quesito. 

Fluminense e Santos se enfrentam, na próxima quinta, às 20h (de Brasília), no Maracanã. Garantir os três pontos em casa é fundamental no planejamento tricolor para escapar do Z-4 e permanecer na Série A em 2020.