Como Yony González chega ao Fluminense? Jornalista avalia passagem por Portugal: ‘Foi importante e ajudou’
Colombiano chega ao Tricolor após passagem pelo Portimonense
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Quatro anos depois, Yony González está próximo de vestir a camisa do Fluminense e trabalhar com o técnico Fernando Diniz mais uma vez. Após desistir da contratação de Clayson, o colombiano chegou ao Rio de Janeiro e deve ser anunciado como novo reforço do Tricolor nos próximos dias.
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Desde que deixou o Flu em sua primeira passagem, o atacante passou por Corinthians, Los Angeles Galaxy, Ceará, Deportivo Cali e Portimonense. Nesse período, o jogador marcou apenas quatro gols e seis assistências, mas chega para compor o elenco da equipe que ocupa a 6ª colocação do Campeonato Brasileiro.
Em 2019, González viveu uma espécie de ano mágico em sua carreira, sendo muito aproveitado por Fernando Diniz. Com a camisa do Tricolor das Laranjeiras, o atleta jogou 3631 minutos, marcou nove gols e contribuiu com cinco assistências. Mas desde então, o atacante atuou em 4400 minutos nos últimos três anos e meio, segundo dados do "Transfermarkt".
Nesse momento, o atacante é visto como uma peça para compor um elenco qualificado e competitivo, mas que sofre com poucas opções para o treinador tricolor. Na ausência de Keno, que ficou machucado por cerca de um mês, o Fluminense precisou mudar seu esquema de jogo, pois não havia um jogador de lado de campo para substituir o camisa 11.
No início do ano, o colombiano foi contratado pelo Portimonense, onde disputou 16 partidas pelo Campeonato Português, mas não conseguiu ter uma grande produção. Com apenas uma assistência, sua equipe encerrou a competição na 15ª colocação e flertou com a zona de rebaixamento, embora a conta não possa cair apenas sobre o atleta de 28 anos.
O Lance! entrevistou o advogado e colaborador do jornal Record, de Portugal, Armando Alves, que acompanhou com proximidade a passagem de Yony González no Portimonense. Confira os trechos sobre a aventura do colombiano e o que os torcedores do Fluminense podem esperar do novo (velho) reforço.
EXPECTATIVA NA CHEGADA
- Yony chegou e foi visto como um jogador de qualidade, mas que não vinha tendo os números que todos esperavam. Ele não passou propriamente por Portugal. O Benfica contratou o Yony, mas o Yony nunca tinha jogado em Portugal. Havia essa expectativa do que o jogador poderia ser no Campeonato Português. Mesmo não tendo jogado no Benfica, mas que esteve ligado ao Benfica, é sempre alguém que tem sobre ele o olhar do publico, de todas as pessoas que gostam de futebol. Então a curiosidade era ver o que este Yony, que um dia tenha sido contratado pelo Benfica, poderia ser no Campeonato Português e em um time da dimensão do Portimonense, que tem lutado pra não ser rebaixado.
AVALIAÇÃO DA PASSAGEM
- Ele trouxe alguma experiência, não teve muitos gols e muitas assistências, mas foi importante na parte final da temporada. O Portimonense fez boa parte do segundo turno com o esquema do 3-5-2, com dois atacantes muito moveis na frente, como ele (Yony) e o Wellington Junior. Ele foi importante. Não teve a influência que teve Wellington, que foi o artilheiro do time, mas deu pra ver a entrega dele e a vontade de fazer coisas boas aqui. Temos que dizer que, sem ter sido uma passagem exuberante, longe disso pelo Portimonense, ele ajudou.
LONGE DE SER DECEPCÇÃO
- Não foi propriamente uma decepção. Pode-se dizer que na parte ofensiva a decepção foi o time todo. Essa foi a vigésima participação do Portimonense na Primeira Liga e foi a vez em que o clube marcou menos gols. Isso é responsabilidade dos atacantes, naturalmente, mas é responsabilidade do time todo. O Yony não é nem um centroavante, é um atacante mais móvel, e os três jogadores do time que jogavam como centroavante não foram bem. O problema não esteve tanto no Yony, mas no time todo e sabemos que a criação de ocasiões de gols depende muito dos homens de meio de campo. A produtividade do Portimonense foi muito baixa. Não se pode falar propriamente em decepção, mas em um jogador que também não conseguiu dar tudo aquilo que o time precisava a partir de janeiro. Deu algumas coisas, mas não o suficiente para melhorar muito essa pouca produtividade.
INTEGRAÇÃO E EXTRA-CAMPO
- Foi um jogador que se integrou bem. Não há registros de nenhum problema, nenhuma dificuldade. Como ele já havia sido ligado ao Benfica, já conhecia um pouquinho de Portugal, então a adaptação foi fácil. Deu pra ver que não houve problema com os colegas de time. O que eu creio é que ele próprio esperava um pouco mais dele. Talvez esperasse que conseguisse outros números, brilhar mais vezes, mas não conseguiu estar talvez como ele próprio gostaria.
VAI DEIXAR SAUDADES?
- O Portimonense atingiu seu objetivo com algumas rodadas de antecedência, mas a produção do time, sobretudo no segundo turno, foi fraca. Então poucos jogadores deixaram saudades. Claro que há sempre um ou outro que se evidencia mais. No ataque, o que se evidenciou mais, e que saiu há poucas semanas, foi o Wellington Junior. (Yony) Não é um jogador que vai deixar saudades, mas também não é aquele jogador que todos vão ficar falando que passou por aqui e deixou um rastro de desilusão, falta de empenho. Empenho, entrega, tudo isso teve. Foi útil em muitos jogos. Um jogador mais experiente, que talvez tenha perdido alguma velocidade, mas que sabe se posicionar melhor em campo. è um jogador diferente de cinco, seis anos (atrás), quando esteve ligado ao Benfica e era mais acompanhado. Nem tem essa historia da saudades, pois o desempenho dele não foi para deixar saudades, mas também não há nenhuma mancha, não tem nada negativo. Ele mostrou vontade, quis ajudar, ajudou em muitos jogos. E ele próprio esperava vir para Portugal para fazer algo melhor e ser revalorizado no mercado. De qualquer forma, não fazer nada de extraordinário e sair daqui para um time com um impacto que tem o Fluminense, um dos maiores times do brasil, já é muito bom para ele. Creio que podem ver um jogador mais coletivo, de entrega para o grupo quando a ideia que nós tínhamos aqui há uns anos era de que era um jogador mais do drible individual, menos participativo no jogo coletivo.
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