Rumo à Libertadores: ambiente, lições… Thiago Neves relembra campanha do Fluminense em 2008
Meia foi o grande nome da equipe vice-campeã da competição continental; Tricolor volta a disputar o torneio após oito anos e sonha em ir longe
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Para a torcida do Fluminense, a noite de 2 de julho de 2008 seguirá marcada na memória, mas não da melhor forma. O sonho de conquistar a Libertadores se transformou em pesadelo com a derrota para a LDU nos pênaltis, no Maracanã. Mas, nesta temporada, o Flu terá uma nova oportunidade de chegar ao maior objetivo, voltando ao torneio depois de oito anos. Uma das grandes figuras daquele time vice-campeão, o meia Thiago Neves lembra, em entrevista ao L!, com carinho daquela geração que, bem ou mal, marcou a história do clube.
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- As lembranças são as melhores. Ali só tinham grandes jogadores, alguns muito consagrados no futebol brasileiro. Poder fazer parte de um ambiente leve e alegre como o nosso é difícil hoje em dia. Era muito feliz, um lugar que todos queriam vencer. Sabíamos da importância de jogar a Libertadores pelo Fluminense depois de anos sem disputar. Acho que isso fez com que a gente fizesse uma campanha impecável na primeira fase, chegasse à final com chances de ganhar. Óbvio que perdemos, mas só tenho coisas boas para falar do grupo e da campanha que fizemos em 2008 - relembrou o jogador.
Veja como está a tabela da Libertadores
Não há mais remanescentes daquele time no elenco atual. O único que já entrou em campo pelo Fluminense em Libertadores foi o atacante Fred, que participou das edições de 2011, 2012 e 2013. No caso de Thiago Neves, atualmente no Sport, ele foi o grande craque daquele torneio e colheu os frutos rapidamente, sendo inclusive convocado para os Jogos Olímpicos de Pequim com a Seleção Brasileira. O meio-campista regeu um time que tinha seu setor como uma das grandes forças ao lado de Darío Conca, Arouca e Cícero.
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Aquela foi a primeira Libertadores da carreira de Thiago, que ainda voltou a disputar em 2012, 2013, 2018 e 2019. Em 2020 ele ficou apenas no banco em duas partidas. No total do torneio, foram 42 jogos e 12 gols marcados, sete apenas em 2008. Quatro destes foram justamente na decisão contra a LDU. Ele marcou um no jogo de ida, quando o Fluminense perdeu por 4 a 2, e três na volta, na vitória por 3 a 1. Nos pênaltis, porém, o meia, Conca e Washington desperdiçaram as cobranças.
- Todos os gols naquela Libertadores me marcaram muito pois foram nas fases finais, em jogos decisivos. Mas o que eu lembro mesmo foi o que nos deu a chance de chegar ao título, o gol de falta, o terceiro na final. Esse é o mais marcante daquela edição - avaliou Thiago Neves.
Como citado pelo ex-Flu, aquele time comandado por Renato Gaúcho, hoje no Grêmio, tinha alguns atletas de nome, como Thiago Silva (Chelsea), Washington (aposentado) e o já citado Conca (aposentado). Fernando Henrique (Santo André), Arouca (Figueirense), Cícero (sem clube), além dos que já penduraram as chuteiras Gabriel, Luiz Alberto, Junior Cesar e Ygor completaram aquela equipe titular.
CAMPANHA E LIÇÕES
O Fluminense viveu momentos memoráveis naquela campanha. Primeiro, ficou no grupo da morte com Libertad (PAR), a própria LDU (EQU) e o Arsenal de Sarandí (ARG) e fez uma campanha com quatro vitórias, um empate e uma derrota. Depois, não teve vida fácil. Eliminou o Atlético Nacional (COL) nas oitavas com duas vitórias (2 a 1 e 1 a 0), teve uma virada impressionante contra o São Paulo com gol de Washington aos 46 minutos do segundo tempo no Maracanã, vencendo por 3 a 1 após perder a ida por 1 a 0.
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Na semifinal, o rival foi ninguém menos que o Boca Juniors (ARG). Depois de um empate por 2 a 2 na Argentina, em que Thiago Silva e Thiago Neves marcaram, o Tricolor carioca venceu por 3 a 1 em casa, gols de Washington, Conca e Dodô, para garantir a vaga na final. Na decisão, derrota por 4 a 2 em Quito e, com casa cheia no Rio de Janeiro, atuação polêmica da arbitragem, 3 a 1, mas a derrota nos pênaltis.
Nos momentos positivos e negativos é possível tirar lições. Com o Fluminense não foi diferente e todo aprendizado será importante para a campanha de 2021. Isso porque mais de 60% do time titular de Roger Machado é estreante na Libertadores e mesmo alguns dos mais experientes nunca estiveram no torneio. Com seis no currículo, Thiago Neves contou porque a competição é diferente e o que aprendeu com suas participações.
- É diferente pela forma que se joga. A velocidade de jogo, intensidade, o jogo é mais corpo a corpo, diferente do futebol brasileiro que qualquer coisa o árbitro para o jogo e enrola. A Libertadores é um jogo pegado, os jogadores gostam de partidas assim. Essa é a grande diferença das competições que disputamos no Brasil. A Libertadores, independente de onde for jogar, sabe que será um jogo truncado, disputado e bem corrido - concluiu o jogador.
O Fluminense estreia na Libertadores entre os dias 21 e 22 de abril. O sorteio dos grupos será nesta sexta-feira, às 13h, na sede da Conmebol, no Paraguai. A última participação havia sido em 2013.
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