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Sem demissões, acordos salariais, voz ativa e mais: os passos do Fluminense na pandemia

LANCE! relembra ações tomadas pelo Tricolor durante a paralisação das atividades, que envolveram, entre outros, pagamento de atrasados e entregas de cestas básicas

Mário Bittencourt - Fluminense
Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, é voz ativa durante a pandemia (Foto: Lucas Merçon/Fluminense)

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Com as atividades presenciais suspensas desde o dia 16 de março, o Fluminense vem tomando diferentes medidas para minimizar os impactos da pandemia do novo coronavírus. Para além de apenas o quesito financeiro, que ainda passa por adaptações por conta da crise que o clube já estava vivendo, o Tricolor tem sido voz ativa na discussão contra a volta precipitada das atividades do futebol neste momento.

Único clube do Rio de Janeiro a não demitir funcionários, o Fluminense acabou indo na contramão dos rivais. Foi também o primeiro carioca a chegar a um acordo de redução salarial com os jogadores, além de enxugar os gastos com a diminuição voluntária de 15% dos vencimentos de gerentes, diretores e prestadores de serviços, que tomaram a medida justamente para preservar os salários e empregos de quem ganha menos.

O LANCE! mostra outras atitudes tomadas pelo clube em vários âmbitos durante essa pandemia global.

Férias

No dia 1º de abril, os jogadores do Fluminense entraram de férias. O clube ainda foi o primeiro e estender o período até o final do mês para ganhar mais tempo de calendário quando as competições retornarem.

Protocolos para a volta

O Fluminense já desenvolveu alguns protocolos próprios para o momento em que os treinos recomeçarem. Além da distância necessária e recomendada entre os atletas, o clube estabeleceu como será feita a higienização dos equipamentos, o funcionamento do departamento médico, máscaras para o trabalho de todos os profissionais, entre outros.

Além disso, há uma ideia de diálogo com o elenco para que haja anuência de todos. O Flu vê essa necessidade como algo jurídico também, além da questão de saúde. Assim prevê a legislação vigente e também a medida provisória emanada pelo governo. O clube entende que o grupo pode se recusar a entrar em campo caso sinta que a saúde está ameaçada e não pode obrigar ninguém a se arriscar.

Posicionamento contra o retorno

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) emitiu uma nota no início do mês pedindo o retorno das atividades o quanto antes. Esse documento foi assinado por 14 clubes, no entanto, o Fluminense não foi um deles. O clube afirmou não acreditar que seja o momento do futebol brasileiro dar qualquer sinalização de retorno quando o país inteiro, especialmente o Rio de Janeiro, está com extrema dificuldade de fazer a população cumprir o isolamento social necessário para reduzir o número de contaminações e mortes pela COVID-19.

O Flu ainda reforçou que a posição desde o início da pandemia é de retornar aos treinos presenciais somente quando os órgãos governamentais e de saúde derem o aval para o retorno em segurança de todos os funcionários envolvidos nestas atividades.

Pagamento de salários

O clube, é inegável, ainda atravessa um momento financeiro complicado. No entanto, conseguiu acertar parte dos salários com funcionários e jogadores mesmo durante a pandemia. Primeiro, no primeiro dia de abril, pagou 25% dos salários de fevereiro para todos os funcionários, além de 20% que restavam dos trabalhadores que recebem por PJ (pessoa jurídica), remuneração referente de janeiro.

Depois, em 17 de abril, o Flu terminou de pagar os 60% restantes dos salários de fevereiro para os funcionários CLT que recebem até R$ 5 mil, o que na época deixou apenas o mês de março pendente.

Em 6 de maio, o Fluminense pagou 40% referentes ao mês de março da CLT. Aos prestadores de serviço foram pagos os 15% restantes de fevereiro, finalizando as dívidas referentes ao segundo mês do ano. Por último, no dia 15, o Flu quitou os 60% restantes dos salários de março dos seus trabalhadores que ganham até R$ 1.500 por mês. Com isso, esse grupo tem apenas o mês de abril em aberto.

Atualmente, o restante dos funcionários e os jogadores tem os salários de abril, além dos outros 60% de março ainda em débito. Quem recebe como pessoa jurídica (PJs) tem 100% de março sem receber. A divisão dos pagamentos em parcelas tem sido uma prática adotada constantemente.

Treinos por videoconferência

Desde o início de maio, quando as férias dos jogadores terminaram, o Fluminense tem realizado treinos por videoconferência com o elenco. As atividades são realizadas sempre no período da manhã e de forma simultânea ouvindo as orientações dos preparadores Marcos Seixas e Juliano Spineti. Há também a presença de um médico, de um fisioterapeuta, da nutricionista, da psicóloga e do treinador Odair Hellmann.

No último dia 18, o clube estendeu essa prática pelo menos até o dia 31 deste mês. Com isso, o grupo segue com o programa de treinamentos montado pela comissão técnica. Apenas a parte aeróbica é realizada de forma independente por cada atleta. O grupo também dá feedbacks diários das atividades.

Entrega de cestas básicas

Desde o início da pandemia, o Fluminense já realizou a entrega de cestas básicas duas vezes em Laranjeiras e Xerém. A primeira foi no meio de abril, enquanto a segunda foi feita nesta quarta e quinta-feira. Foram pouco mais de 400 cestas em cada uma das entregas para funcionários que recebem até quatro salários mínimos. As cestas contêm mantimentos para durarem um mês e contam com itens como arroz, feijão, macarrão, fubá, linguiça, molho de tomate e açúcar.

Lives e engajamento

A pandemia trouxe um desafio também para as redes sociais, mas o Fluminense vem conseguindo gerar engajamento da torcida à distância. Alguns dos principais momentos foram a live de lançamento da nova camisa feita pela Umbro, que atingiu um pico de 33,7 mil pessoas simultâneas assistindo, com 287 mil visualizações, e a venda de ingressos simbólicos para a final do Carioca de 1995, no famoso Gol de Barriga de Renato.

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