Fluminense tem noite de falhas na defesa, pouca inspiração e esperança depositada em John Kennedy
Jovem acabou sendo o grande destaque de um Flu que, apesar de fazer três gols, teve mais uma atuação de defeitos ofensivos e principalmente defensivos
O gol já nos últimos minutos acabou chegando com gosto de alívio ao Fluminense. Empatar em 3 a 3 com o Coritiba, no Estádio Couto Pereira, nesta quarta-feira, significou principalmente três coisas para o Tricolor: a fragilidade defensiva (envolvendo meio-campistas, defensores e goleiro), a contínua falta de ideias de um time com a posse de bola e a esperança em cima de mais uma promessa de Xerém, o jovem John Kennedy. Mais do que os aspectos dentro de campo, o ponto único contra o antes vice-lanterna pode fazer o Flu cair para a oitava posição, algo que vinha sendo evitado mesmo com os resultados ruins.
> ATUAÇÕES: Marcos Felipe falha, John Kennedy brilha, e Fluminense empata com o Coritiba
O Coritiba tinha o pior ataque do Campeonato Brasileiro até esta 32ª rodada. Mesmo assim, o Fluminense conseguiu levar três gols praticamente nas três chegadas com perigo do adversário. E todos os lances foram parecidos. Espaço enorme na defesa, contra-ataque em velocidade, falha do goleiro Marcos Felipe e chute da entrada da área. Depois do jogo, o técnico Marcão reconheceu que a equipe já sabia sobre a qualidade do adversário neste quesito e, mesmo assim, foi frágil durante os 90 minutos, dando confiança ao adversário para ficar à frente do placar duas vezes.
Os buracos atrás que custaram caro contra Vasco, Atlético-GO, São Paulo, especialmente o Corinthians, e poderiam ter tido resultados negativos nas partidas com Flamengo e Sport, seguem existindo. Mesmo as alterações, tirando Hudson e Yuri, ainda não resolveram a questão. Que, inclusive, passa também pela lateral-esquerda primeiro com Danilo Barcelos e agora com Egídio.
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O Fluminense terminou a primeira etapa com 65% de posse de bola e perdendo por 2 a 0. Criou zero grandes oportunidades, com apenas uma finalização na direção do gol, seis no total. No segundo tempo, aproveitando o ímpeto por ter marcado logo aos 13 minutos, o Flu somou, ao todo 14 chutes. A falta de criatividade se repete a cada partida, com transições que ainda não encontraram o ritmo ideal e uma infinidade de passes para trás e para os lados sem ideias para avançar e ameaçar o adversário.
A PARTE BOA DOS TRÊS GOLS
Sem dúvidas o sentimento que ficou foi de alívio, especialmente para os jogadores. Mas há de se destacar três deles individualmente que contaram a história do empate. O primeiro, John Kennedy, de 18 anos, uma das grandes promessas de Xerém neste momento. Depois de ficar apenas no banco na rodada anterior, ele ganhou a chance de estrear entrando no segundo tempo e não decepcionou. Nos 45 minutos que esteve em campo, venceu todos os seis duelos que disputou, deu dois desarmes e acabou sendo um dos destaques do Flu precisando de apenas 13 minutos para ser oportunista e fazer o primeiro gol do time no jogo.
O atacante já era observado com carinho pela comissão técnica antes, quando revezava entre Sub-20 e Sub-23. Agora integrado aos profissionais, a tendência é que se torne peça importante nessa reta final da temporada. Podendo começar até no clássico com o Botafogo, caso seja escolhido para substituir o suspenso Fred.
Em segundo lugar, o próprio Fred. O camisa 9 vem se tornando, cada vez mais, um dos mais importantes nesse elenco do Fluminense. Sempre envolvido em jogadas bonitas, ele deu mais alguns bons passes para deixar companheiros na cara do gol e acabou deixando sua marca de cabeça. Em forma e entrosado, o jogador vive sua maior e melhor sequência no Tricolor.
Por fim, Caio Paulista, que entrou aos 40 minutos, marcou o gol aos 45 e foi expulso aos 50. Mesmo com a passagem relâmpago pela partida, ele garantiu o ponto para o Flu e carimbou seu terceiro gol com a camisa tricolor, o terceiro decisivo. Antes, havia marcado o gol de empate por 1 a 1 contra Atlético-MG e o da virada por 2 a 1 contra o Internacional.
E AGORA
Além de torcer contra o Santos para permanecer em sétimo lugar, o Fluminense não pode mais se dar ao luxo de perder contra equipes que lutam contra o rebaixamento. No próximo domingo, terá o lanterna Botafogo, que vive uma enorme crise e já se encaminha para o rebaixamento. Depois, Goiás e Bahia antes de finalizar a temporada contra Atlético-MG, Ceará, Santos e Fortaleza. É provável que o Brasileirão se torne G8, mas, para voltar à Libertadores, o Flu precisará jogar mais do que vem apresentando.