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Valorizar a base, sem desperdiçar o investimento: o ideal do Flu sub-23

Ao LANCE!, o diretor de futebol Paulo Angioni explica a importância da categoria para o amadurecimento dos jogadores, acarretando em vários benefícios para o clube

Marcelo Oliveira e Paulo Angioni
imagem cameraAngioni é um entusiasta pela criação de um calendário para os times sub-23 (Lucas Merçon/Fluminense)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 20/12/2019
20:11
Atualizado em 21/12/2019
08:00

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A coletiva de apresentação do técnico Odair Hellmann terminou com um pronunciamento do diretor executivo de futebol, Paulo Angioni, um dos grandes entusiastas pela criação da equipe sub-23. Para a temporada de 2020, o Fluminense pretende ter um time de aspirantes, como o dirigente gosta de se referir, para dar um tempo maior de maturação ao jogador, que na avaliação dele, estão subindo muito cedo.

- A finalidade de falar da equipe Sub-23 é olhar um pouco para o futebol do futuro. Um dos grandes problemas do futebol brasileiro é a transição da categoria de base para o profissional, que é muito ruim, há muitos anos. A maior prova que posso dar é a quantidade de jogadores de fora do Brasil que hoje estão dentro do mercado brasileiro. Eles só chegam aqui porque há uma escassez de jogadores daqui. Eles chegam em virtude de uma maturação muito precoce que tem sido feita com os jogadores da base. Há jogadores que estão sendo promovidos com 17, 18 anos de idade.

Com muitos jogadores estourando a idade no sub-20 e tendo outros retornando de empréstimos, a ideia do Fluminense é amadurecer esses atletas dentro de uma metodologia, aos olhos do time principal. Portanto a equipe sub-23 vai treinar no CT Carlos Castilho, ao lado do elenco profissional. Além da valorização da cria da base, Angioni explicou que dessa forma o Tricolor pode recuperar o dinheiro investido neles.

- O que tem menos tempo de clube está no Fluminense há 3 anos. Chegam nessa idade entre 19 e 20 anos e ficam sem nenhum espaço. Temos 13 jogadores nascidos em 1999 e 2000 que teoricamente não teriam nenhum espaço na equipe profissional e ficariam à mercê de um mercado que não daria nenhuma condição para eles poderem crescer. Não vão acreditar neles como o Fluminense sempre acreditou. Temos carências em todas as posições e nos vemos obrigados a buscar no Equador, no Uruguai.

O treinador dessa equipe que vai ser formada é o auxiliar técnico Marcão, que comandou o Fluminense em 17 rodadas do Campeonato Brasileiro, livrando o time do rebaixamento e conquistando uma vaga na Copa Sul-Americana de 2020. Paulo Angioni explicou como vai ser o trabalho do ídolo tricolor.

- O Marcão, teoricamente, vai ser o auxiliar efetivo do time principal, próximo ao Odair. É a função principal dele. Se nós conseguirmos depois de um entendimento com a CBF, concluir que o Brasileiro de Aspirantes vai ter um calendário maior e valer a pena para a gente manter este campeonato, ele será o responsável por este time. Ele vai dirigir o sub-23 sob orientação do time principal.

A ideia ainda não saiu do papel justamente por conta do calendário curto para times sub-23. O dirigente do Fluminense revelou que possui negociações com a CBF para que aumente o tempo da competição para 7 meses. Só assim a equipe teria condições de ser formada.

DÚVIDAS FREQUENTES


Quantos jogadores integrarão a equipe sub-23? Jogadores serão contratados?

- Não chegarão, até porque a finalidade não é essa. É aproveitar o máximo que puder jogadores da base. São 12 jogadores de 1999 e 2000 e três jogadores que ainda tem idade para a base e vão ficar neste grupo, mais próximo do profissional, com mais três goleiros, de 18, mais os jogadores que retornam de empréstimo e que não tem tido muito espaço no profissional. Isso já forma um grupo de 23 a 25 jogadores. Por isso não há a necessidade de contratar nenhum de jogador de fora.

Algum jogador conhecido do torcedor pode fazer parte dessa equipe?

- Todos os jogadores de 1999 estarão neste grupo, mais os de 2000 que vão disputar a Copa São Paulo. A ideia é trazer o Luan, André e Calegari para trabalharem mais próximos do grupo principal. Além de jogadores oriundos da base que não tiveram espaço nesta temporada e outros que retornam de empréstimo.

A ideia também é enxugar o elenco profissional. O Fluminense trabalha com um número mínimo de jogadores?
 
- Da primeira vez que estive com o Odair conversei com ele e disse que gostaria que trabalhasse com apenas 22 jogadores e não com 30, 32. Por mais que ele seja um craque na relação humana, continua sendo muito difícil administrar. Sempre há jogadores descontentes entre os 22 ou 23 relacionados. Com menos jogadores é mais fácil administrar, você melhora o rendimento de jogadores crias da base, dando a eles competição e trabalhando em conjunto com o elenco profissional.

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