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Atleta desaparecido no Japão é preso por autoridades de Uganda

Julius Ssekitoleko foi para o Japão com um treinador mesmo não se classificando para disputar os Jogos Olímpicos. Família do atleta passa por dificuldades financeiras

Julius Ssekitoleko,
imagem cameraJulius está detido mesmo sem ter uma acusação formal (Reprodução)
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Lance!
Kampala (UGA)
Dia 28/07/2021
07:40

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O halterofilista ugandense Julius Ssekitoleko foi preso pelas autoridades de Uganda, após ter desaparecido no Japão. A polícia investiga como ele foi para o Japão, com seu treinador, sem ter se classificado para os Jogos Olímpicos. Julius, de 20 anos, sumiu do hotel em que estava hospedado, há duas semanas, e deixou um bilhete em que dizia que gostaria de trabalhar no Japão e não voltar para Uganda.

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Julius está detido mesmo sem ter uma acusação formal. As autoridades de Uganda investigam a possível fraude no transporte de uma pessoa para o Japão sem ela ter se classificado para os Jogos Olímpicos e também se Julius fez parte do esquema como conspirador.

- O que está visivelmente claro aqui é que há um provável caso de fraude no transporte de uma pessoa com pleno conhecimento de que não se qualificou [para os Jogos Olímpicos]. A questão fundamental é: ele (Julius) fez parte da fraude como conspirador? - disse Charles Twiine, porta-voz da Diretoria de Investigações Criminais de Uganda, em entrevista veiculada pelo jornal "O Globo".

DIFICULDADES NA FAMÍLIA
A família de Julius e outros ugandenses pedem que Julius seja solto. Twiine não deu certeza de que o atleta será solto, mas que a tendência é que seja liberado após pagamento de fiança. Ainda não se sabe, porém, quais crimes o atleta cometeu.

Desire Nampeewo, esposa de Julius, está grávida de cinco meses e a família enfrenta dificuldades financeiras. Desire afirmou que eles foram despejados por não pagarem o aluguel.

- Se há qualquer pessoa ou país que possa ajudá-lo, eles deveriam fazer. Ele adora esportes. Eu tentei e não consegui convencê-lo a sair disso porque ele não ganha nada com isso - disse Juliet Nalwadda, mãe de Julius.

PRISÕES ARBITRÁRIAS
A prisão de Julius volta o olhar a uma questão séria no país africano. Yoweri Museveni, o presidente ugandense, já foi acusado por grupos de direitos humanos por efetuar prisões arbitrárias e detenções ilegais, não concedendo o julgamento adequado para os presos. Musevini está há 35 anos no poder. A Constituição de Uganda aponta que presos ou detidos sejam levados ao tribunal ou sejam libertados após 48 horas de sua prisão.

A embaixada de Uganda em Tóquio que informou que Julius iria retornar ao seu país, após ter sido encontrado, no dia 21, na cidade de Yokkaichi, na província de Mie.

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