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Casagrande abre o coração e revela bastidores da luta contra as drogas: ‘Não sentia amor… Não sentia nada’

Hoje, o comentarista do Grupo Globo é exemplo na batalha contra a dependência química

Casagrande
imagem cameraCasagrande ficou meses sem pagar a clínica de reabilitação com a intenção de abandonar o tratamento (Divulgação)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 26/08/2021
21:09
Atualizado em 26/08/2021
22:10

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A história de luta contra a dependência química é apenas um capítulo na história de Walter Casagrande. Hoje, o ex-jogador e comentarista do Grupo Globo fala abertamente sobre a relação dolorosa e caótica que teve com as drogas. Nesta quinta-feira (26), Casagrande, emocionado, reviveu bastidores e explicou a relação de prazer e ódio com as drogas.

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Em participação no programa 'Converse com outras ideias', da GloboNews, o ex-Corinthians afirmou que demorou para assumir o vício e que chegou a deixar de pagar a clínica de reabilitação para ser expulso do tratamento.

- A dependência química é uma coisa muito louca, não é perceptível para o cara que está usando. Eu me olhava no espelho e me via normal. Para mim não estava acontecendo nada. Quando eu fui internado, comecei a fazer o tratamento, fiquei quatro meses relutando - começou Casão.

- Na minha cabeça, ainda muito doente, eu pensei: 'Vou parar de pagar a clínica e eles vão me colocar para fora'. Aí eu parei de pagar. Um mês, dois meses... Me lembro muito bem que o psicólogo Tiago me chamou em outra sala e perguntou: 'Você acha que vale a pena você voltar para a vida que te trouxe aqui ou você acha que merece dar uma chance para o tratamento?' Voltei para a sala e caí no choro - relembrou.

Casagrande ficou um ano internado na clínica de reabilitação. Com altos e baixos durante o processo, o comentarista reviveu suas dores e reconheceu lições tiradas do tratamento contra a dependência química.

- A droga me congelou por muito tempo. Eu não sentia raiva, não sentia amor... Não sentia nada - desabafou o ex-jogador.

- Foi muito forte para mim aquilo. A dependência química era a ponta do iceberg. A droga era uma certa fuga, amortecer aquilo que não quer sentir. Comecei a desenvolver um conhecimento interno, foi necessário. Hoje, aprendi todas as minhas limitações e consegui substituir o maior vício que o dependente tem, que é o pico de prazer que a droga dá. É uma estrada muito difícil... Eu não percebia que eu era dependente químico, falaram para mim [que eu era dependente] - finalizou.

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