Duilio se diz indignado com ameaças recebidas e critica LANCE! em caso envolvendo influencer
Presidente do Corinthians afirma ainda que não entregou mensagens do influenciador "Mil Grau" a Datena e que não foi ouvido para dar sua versão sobre o assunto
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O presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, afirmou em comunicado de resposta ao LANCE!, enviada na noite deste sábado (9), que está indignado com os episódios envolvendo as mensagens de ódio enviadas pelo influenciador digital Kelvin Thiago, conhecido como "Mil Grau", e a atuação do LANCE! no caso.
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O presidente do Corinthians disse que não encaminhou as mensagens recebidas a José Luís Datena, como apontado pelo influenciador nas redes sociais. Em trecho de reportagem exibida no programa do jornalista na Band, o influencer aparece dizendo que "tornaria a vida um inferno" caso a "casa não fosse arrumada". Em seguida, o próprio Mil Grau disse que as ameaças eram em direção ao presidente do clube - e não ao goleiro Cássio.
Duilio elogiou o trabalho da Polícia Civil ao identificar rapidamente os autores de outras ameaças enviadas aos jogadores Cássio, Gil e Willian.
- Estou indignado com a sucessão de episódios que vivi, nesta semana, como dirigente e como pessoa. Nesta semana, mensagens de ódio foram enviadas a atletas, membros da diretoria de Futebol e a mim, com um conhecido influencer dizendo que ia tornar a minha vida “um inferno”. Movido pela minha indignação e pelo dever como presidente do Corinthians, ordenei a reunião de todas as ameaças para que fossem entregues à Polícia Civil, que, num trabalho elogiável, identificou e deteve os autores - diz trecho da resposta (confira a íntegra ao final desta reportagem).
O presidente do Corinthians criticou ainda a atuação do LANCE! no caso. Ele afirmou que não foi procurado para dar sua versão sobre o assunto e que o veículo inverteu os papéis entre vítima e acusado. Por fim, avaliou que a postura confessa do influencer foi minimizada em reportagem que tratou o episódio.
- Veículos que reproduziram a matéria do diário Lance! inverteram os papéis, tornando um suspeito em vítima e a vítima – no caso, eu, Duilio Monteiro Alves – em acusado. Segundo o influencer, as mensagens de ódio eram para mim, e não para os atletas; logo, eu estaria usando jornalistas, como José Luís Datena, para envolvê-lo numa acusação falsa. Nada mais mentiroso. Caso tivesse sido questionado pelos veículos de imprensa, esclareceria: não encaminhei as mensagens de ódio endereçadas a mim a jornalista algum, e não sou responsável pelas confusões que a imprensa faz - diz outro trecho da resposta assinada por Duílio.
ENTENDA O CASO
O clima no Corinthians esquentou após a derrota para o Always Ready, pela estreia na Libertadores. Na manhã da quinta-feira, um grupo de torcedores organizados do clube teve a entrada liberada no CT Joaquim Grava, onde a equipe realizava treinamentos.
Horas depois, mensagens de ódio feitas pelas redes sociais e direcionadas ao goleiro Cássio e sua família vieram a público. Um perfil no Instagram, identificado como "$heik Caçador", encaminhou fotos de arma e balas sobre uma camisa do Corinthians, além de áudios ameaçadores ao personal trainer da esposa de Cássio, ameaçando o casal e também o zagueiro Gil.
O Corinthians rapidamente emitiu uma nota oficial e informou que levaria o caso à Polícia Civil. No dia seguinte foram identificados seis dos sete envolvidos no envio das manifestações de ódio. Os acusados vão responder pelo crime de ameaça.
CONFIRA O COMUNICADO DE RESPOSTA AO LANCE!, DE DUÍLIO MONTEIRO ALVES, NA ÍNTEGRA
Na posição de presidente do Corinthians, estou indignado com a sucessão de episódios que vivi, nesta semana, como dirigente e como pessoa.
Nesta semana, mensagens de ódio foram enviadas a atletas, membros da diretoria de Futebol e a mim, com um conhecido influencer dizendo que ia tornar a minha vida “um inferno”.
Movido pela minha indignação e pelo dever como presidente do Corinthians, ordenei a reunião de todas as ameaças para que fossem entregues à Polícia Civil, que, num trabalho elogiável, identificou e deteve os autores.
O que se seguiu, porém, foi a violência das fake news. Setores irresponsáveis da imprensa reproduziram as declarações do referido influencer, que em suas redes sociais me acusou de forma caluniosa, enquanto minimizaram o fato de que ele mesmo ADMITIU que me enviou mensagens de ódio.
Os veículos que reproduziram a matéria do diário Lance! inverteram os papéis, tornando um suspeito em vítima e a vítima – no caso, eu, Duilio Monteiro Alves – em acusado. Segundo o influencer, as mensagens de ódio eram para mim, e não para os atletas; logo, eu estaria usando jornalistas, como José Luís Datena, para envolvê-lo numa acusação falsa. Nada mais mentiroso.
Caso tivesse sido questionado pelos veículos de imprensa, esclareceria: não encaminhei as mensagens de ódio endereçadas a mim a jornalista algum, e não sou responsável pelas confusões que a imprensa faz. O que fiz, sim, foi denunciar à Polícia Civil o que considero ser crime de perseguição virtual, tipificado nas leis brasileiras desde o ano passado. No entanto, nem o Lance! nem os veículos que reproduziram sua matéria me procuraram para que eu me manifestasse a respeito da acusação de falsa denúncia. Preferiram dar voz às acusações levianas do denunciado e distribuí-las em seus pacotes comerciais.
Isso é jornalismo? Espero, sinceramente, que não. Porque não há mais como tolerar a calúnia, a difamação e a irresponsabilidade que contribuem para manchar reputações e incitar mais violência no futebol brasileiro. A imprensa da era digital e os influenciadores das redes sociais precisam ter consciência do dano que causam ao vender indignação a qualquer preço. O futebol precisa deixar de ser um lugar de ódio, e o Corinthians vai se empenhar por essa causa. Resta saber de que lado os comunicadores estarão.
Atenciosamente,
Duilio Monteiro Alves
Presidente do Sport Club Corinthians Paulista.
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