Jogadores brasileiros de futsal são deixados para trás na Ucrânia por compatriotas de futebol
Um dos atletas que ficaram relatou que ao retornarem do tomar banho, os demais brasileiros não estavam mais no bunker
Três brasileiros que estavam com outros compatriotas no bunker em Kiev, foram deixados para trás pelos atletas do futebol. Na manhã de hoje, os jogadores de campo, junto dos seus familiares, começaram a fuga da capital Kiev rumo a fronteira com a Romênia. Dois dos brasileiros são atletas de futsal, e também atuavam no país, de acordo com eles, ao voltarem do banho os outros 40 brasileiros que estavam no hotel já haviam partido.
Neste sábado (26), os atletas e seus familiares que estavam presos em um bunker e começaram a fuga da capital Kiev conseguiram pegar o trem e vão viajar por quase 12 horas até a fronteira com a Romênia . O apoio do Itamaraty acontece após a divulgação de um novo vídeo onde os jogadores cobravam ajuda do governo brasileiro.
No vídeo antes da fuga, membros do grupo reclamaram sobre a proposta do Itamaraty em conseguir um trem para deixar a capital sem o mínimo de segurança estabelecido, inclusive, deixando claro em carta aberta que a decisão de deixar o bunker seria pela conta em risco dos atletas e seus familiares.
Através das redes sociais o trio de brasileiros que foram deixados no país, explicaram a situação, relatando que ficaram desapontados com a postura dos atletas de futebol:
- Nos sentimos realmente abandonados. Pode falar o que for, ‘que naquele momento vocês não estavam ali’, mas não eram duas pessoas ou três, eram quarenta, que viram a gente, conversam com a gente e de alguma forma sabiam que estávamos aqui - desabafou Moreno Santiago.
ENTENDA O CASO
Desde 2014, a região de Donetsk se declarou independente da Ucrânia e por conta dos conflitos geopolíticos, o Shakhtar teve que deixar a cidade de origem e atuar em Kiev. O mesmo acontece com a região de Luhansk. Na última segunda-feira, Vladimir Putin, presidente da Rússia, reconheceu a independência das duas províncias.
Nesta quinta-feira, a Rússia decidiu invadir militarmente a Ucrânia com o argumento de que está atuando em defesa das reivindicações territoriais. No entanto, há pouco esclarecimento se a nação de Putin busca apenas garantir a soberania de Donetsk e Luhansk ou se planeja se expandir territorialmente.