Mulheres intersexuais são inclusas em estudo da Federação Internacional de Atletismo
Atletas intersexuais possuem uma condição rara em que há o desenvolvimento de características tanto do sexo masculino quanto do feminino
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A World Athletics corrigiu o estudo divulgado em 2017 no British Journal Sports Medicine, que apontava relação entre elevados índices de testosterona e desempenho de atletas nas corridas. Diante da antiga análise, a Federação Internacional de Atletismo transformou em regra o uso de medicamentos que reduzem a taxa de testosterona para mulheres intersexuais poderem participar de torneios internacionais femininos.
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Intersexual é o termo utilizado para descrever a condição biológica em que há o desenvolvimento de características tanto do sexo masculino quanto do feminino.
Bicampeã olímpica dos 800m em Londres 2012 e na Rio 2016, a sul-africana Caster Semenya foi uma das prejudicadas pela regra que levava em consideração "diferenças de desenvolvimento sexual". A determinação contribuiu para que a atleta ficasse de fora da Olimpíada de Tóquio. Ela possui hiperandrogenismo, condição caracterizada pela produção naturalmente excessiva de andrógenos como testosterona.
Agora, pesquisadores afirmam que há a possibilidade de não existir relação entre níveis de testosterona e desempenhos atléticos. No entanto, a World Athletics não pretende alterar a regra.
- Lamento se há atletas que foram enganados por observações de interesses próprios e conflitantes, muitas vezes por advogados. A realidade é que as regras vieram para ficar. Há 10 anos de ciência sólida que sustentam as regulamentações - afirmou Sebastian Coe, presidente da federação.
Em seu mandato, Coe ficou marcado por críticas ao colocar em dúvida o gênero de mulheres intersexuais como Caster Semenya.
Caster não foi a única prejudicada pela norma. Em Tóquio 2020, Beatrice Masilingi e Christine Mboma, da Namíbia, foram impedidas de competir nos 400m devido aos seus níveis de testosterona. Liberadas para disputarem os 200m Mboma foi medalhista de prata.
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