ONGs acusam Fifa de ‘enganar’ o mundo sobre indenização de operários no Qatar
Comunicado conjunto foi emitido pelas organizações Human Rights Watch, Amnistía Internacional, FairSquare e Equidem
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Várias ONGs de defesa dos direitos humanos acusaram nesta segunda-feira a Fifa de "enganar o mundo", por se negar a indenizar os operários imigrantes e suas famílias, pelos abusos sofridos durante as obras para a Copa do Mundo do Qatar.
Em comunicado conjunto, Human Rights Watch, Amnistía Internacional, FairSquare e Equidem relembraram que a entidade havia se comprometido a buscar formas de compensar as pessoas que morreram, se feriram ou tiveram o salário confiscado.
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No entanto, segundo a nota oficial, "a Fifa não divulgou nenhum plano para fazer isso e, em troca, anunciou um novo Fundo de Legado, que não inclui nenhuma disposição para a indenização dos trabalhadores".
- O presidente da Fifa, Gianni Infantino, também fez comentários enganosos de que os trabalhadores podem buscar a compensação através de um mecanismo existente no Qatar, quando esse mecanismo, na realidade, não está configurado para proporcional compensação em uma escala significativa, relacionada com mortes, lesões e roubo de salário - completa o comunicado das ONGs.
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O texto ainda garante que o "acobertamento atroz" da Fifa aos alegados abusos contra operários migrantes, "é tanto uma vergonha mundial, como uma tática sinistra para fugir da responsabilidade quanto aos direitos humanos de indenizar milhares de trabalhadores".
As autoridades do Qatar, em várias ocasiões, se negaram a criar um fundo especial indenizatório, ao considerar que conta com o chamado Fundo de Seguro e Apoio aos Trabalhadores, através do qual, o governo do país garante ter distribuído mais de US$ 350 milhões às vítimas de abusos salariais.
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No entanto, as ONGs apontam que este fundo não oferece resposta, principalmente, às famílias dos operários que morreram durante a construção de infraestrutura para Copa, incluindo estádios, metrô, hotéis, que chegam a milhares de pessoas.
- A Fifa espera receita de US$ 7,5 bilhões com esse torneio e deveria ter cumprido com suas próprias responsabilidades em matéria de direitos humanos. Também deve explicação pública do porque passou a considerar a resposta de remédio a descartá-la por completo - conclui o comunicado conjunto.
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