Após sacrifício para acompanhar a filha na Copa do Mundo, pai de zagueira é presenteado com novo carro
Erymar Costa, pai de Lauren, vendeu o carro para conseguir acompanhar os jogos do Brasil na Austrália
O alto custo de uma viagem internacional não foi impecilho para Erymar Costa, que driblou as adversidades para acompanhar a filha, a zagueira Lauren, na Copa do Mundo Feminina 2023. Sem recursos para arcar com a despesa, o socorrista vendeu o carro, um Fiat 147, para ir à Austrália e tem se hospedado em albergues ou até casa de desconhecidos durante o torneio. Para ele, no entanto, tudo vale a pena pela ''oportunidade única'' de acompanhar a defensora no maior desafio da carreira.
Em entrevista à GZH, Erymar revelou que, apesar de não se arrepender, a decisão de vender seu único carro não foi fácil: "Fiz um vídeo chorando com meu carrinho indo embora''. O esforço foi recompensado não só por ver a filha em campo, mas também pela Volkswagen Brasil. A empresa se comprometeu a dar um Novo Polo para o socorrista.
— O custo foi o que mais me pegou. Eu tinha falado antes que venderia o que fosse necessário para ir à Austrália. Então, com muita dor no coração, coloquei à venda o meu carro do coração, que era um Fiat 147. Um amigo se sensibilizou e comprou o carro para me ajudar a ir para a Austrália. No dia da venda, fiz, chorando, um vídeo com o meu carrinho indo embora. Mas eu falei que um dia eu compraria outro. Afinal, a oportunidade de ver a minha filha em uma Copa do Mundo era única -, e prosseguiu:
— Comprei a passagem 15 minutos depois da convocação e paguei um preço absurdo. Mas eu acabo ficando em albergues, e divido quartos coletivos com turistas estrangeiros. Quando o pessoal do albergue aqui de Brisbane descobriu que eu tinha vindo acompanhar a minha filha na Copa do Mundo, eles me cederam um quarto individual sem nenhum custo extra. Mas eu não ligo para isso. Esse é um detalhe que eu não coloco como dificuldade. Mas a coisa tomou uma dimensão tão grande e inesperada para mim que eu comecei a receber convites de pessoas que conseguiram meu número e que me convidaram para me hospedar na casa delas. Falaram que seria um prazer, uma honra receber o pai da Lauren -, contou.
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Lauren foi titular logo na goleada por 4 a 0, na estreia do Brasil contra o Panamá, pelo Grupo F da Copa do Mundo Feminina. A zagueira substituiu Kathellen, lesionada, e foi a grande surpresa na escalação da técnica Pia Sundhage.
— Foi uma emoção muito grande. Ela me contou já na véspera. Se ela não tivesse contado, eu até teria dormido tranquilo. Mas não dormi. Na hora, vendo ela perfilada para a execução do hino, me emocionei. Lembrei de tudo que fizemos para que esse sonho fosse possível — contou emocionado.
No período que tem acompanhado a filha na Austrália, Lekão, como é conhecido, foi recebido pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e presenteado com um ingresso VIP para o jogo entre Austrália e Nigéria. Erymar também foi liberado pela entidade para acompanhar alguns minutos do treino da filha, antes do confronto contra a França - que acabou com a derrota brasileira por 2 a 1.
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— Eu cumpri uma missão de um pai que acreditou no sonho da filha de ser jogadora de futebol. Ela era uma criança de 11 anos que tinha um sonho. E de certa forma a sociedade diz o contrário, que uma menina não pode jogar futebol. Mas eu enxerguei sempre o futebol como um esporte. O futebol para mim não é masculino e nem feminino. É futebol. Ela queria jogar futebol, e eu apenas a apoiei. Muitas pessoas me perguntavam: "Por que você faz isso?" E eu respondia: por que eu sou pai. E se ela quer jogar futebol, ela vai jogar futebol —, disse.